Capítulo 14: Verdades em águas claras.

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TRÊS ANOS ATRÁS.

Vencemos a guerra, e a comemoração durou dois meses, ganhei tantos presentes que não pude contar, mas também fui em muitos funerais.

Estava vestindo o meu vestido novo verde brilhante quando entrei no baile, em companhia das minhas duas melhores amigas.

Carmela filha feérica do duque, a pessoa mais amável da qual confiava e Estel, princesa das ninfas do rio, que me fazia entrar em aventuras que normalmente éramos pegas.

— Onde esta seu irmão, Vi? —

— Qual deles Estel? O que você dormiu? —

— Pelos deuses, não seja boba, já dormi com um, agora preciso do outro. —

Carmella suspirou pedindo aos deuses paciência, enquanto eu ria do comentário de Estel. Meus irmãos não eram machos tão honrosos e Estel não queria algo sério, era apenas sua diversão, então eu a ajudava.

— Se eu não me engano, eu a arrumei uma ninfa muito bonita Vi. Lorde Cirdam. —

Falou Estel interrompendo o próprio comentário quando passamos pelo lorde.

Fizemos uma referência com a cabeça enquanto o víamos o Major do nosso exército passar.

— Senhoritas. —

Continuamos sorrindo até ele sair.

— O filho dele é tão bonito. —

Carmella comentou enquanto pegava uma uva na mesa e comia.

— Uma pena mesmo, porque ele não gosta de fêmeas. —

Comentei enquanto observava o salão, mamãe e papai estavam em uma círculo de nobres brindando. Eu havia escutado esse burburinho de um dos soldados.

Carmella suspirou mais fundo, mas foi supreendida por Willian que segurou sua cintura e a girou no ar, Cas apareceu roubando minha coroa.

— O que as três já estavam fofocando? —

Eu tentei puxar minha coroa de volta da mão de Cas enquanto ele jogava ela pro lado e pro outro. Estel enrolou uma mexa ruiva no dedo.

— Não é incrível que fofocas num castelo corram tão rápido? —

Carmela concordou arrumando o vestido rosa.

— É verdade, se pode acabar com a vida de alguém assim. —

Refleti o resto da noite em meu quarto essa frase, você estava em perigo quando alguém havia visto ou escutado algo.

TRÊS ANOS DEPOIS — vergas.

Acordei numa cama maior, soube quando me espreguicei e ainda havia colchão, o sol estava batendo nos meus pés, as persianas brancas voando, várias ao redor do quarto. Um quarto maior, um quarto dourado, luxuoso e esplêndido.

Eu me sentei num solavanco, mesmo com cabelo na cara e um pouco de baba, que não foi tão bonito de se ver.

Bom dia, trombadinha. —

Eu arregalei o olhos me vendo e depois para Raj que tomava algo numa xícara que deveria ser chá em uma mesa com comida.

— O que? —

Ele não tinha camisas? Eu estava reclamando?

— Você dormiu na floresta, fiquei com medo que acordasse e se sentisse sozinha a noite. —

Pisquei algumas vezes contra o atordoamento, o chão estava frio quando me me levantei.

Vestida. Com as mesmas roupas de ontem.

𝖬𝖮𝖱𝖳𝖤 𝖠𝖮 𝖱𝖤𝖨𝖭𝖠𝖣𝖮Onde histórias criam vida. Descubra agora