Capítulo 6: Morais diram a verdade?

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Usamos uma passagem do jardim para a selva e desviamos dos guardas em direção a cidade, ele parecia estar tão familiarizado com a trajeto que acho que ninguém o havia descoberto, até agora. Uma rota de fuga.

Ele me puxou entre as ruas pedindo que eu ficasse em silêncio com um dedo na frente da boca, uma patrulha noturna passou por nós sem perceber.
— Porque se esconde dos guardas? Porque foge? —
Ele colocou a cabeça pra fora do nosso beco vendo que alguém vinha e voltou sorrindo para mim.
— Eu não posso ser controlado, eu nasci na pele de um predador. —

Ele puxou a minha mão dando um choque repentino no meu corpo, me perguntei se ele também não havia sentido enquanto íamos para a luz da lua.
— Além do mais preciso os dar a sensação de que estão protegendo algo. —
Um vento bateu contra os cachos na sua nuca, foi aí que eu entendi, ele dava a falsa esperança que os guardas eram necessário para manter sua vida.

Oque parecia não ser verdade, aquele castelo fluía com o pensamento dele, ele não precisa de ninguém para defendê-lo, era um lobo. Era mais perigoso doque se passava.

Haviam vários restaurantes, cheios de risadas e cantoria, de uma das janelas eu vi um grande ogro cuspir cerveja pra cima como chuva e dar uma gargalhada enquanto outros aplaudiam. Como se Vergas fosse um lugar em outro mundo, um mundo sem doenças, sem guerras, sem traições. Mas aqui estava eu, provando o contrário.

Era para um bem maior, um mau necessário, eu tinha que acreditar nisto.
— Eu perguntaria se você é muda, mas parece sempre ter uma resposta na ponta da língua. —
Raj fingiu um estremecimento quando cerrei meus olhos.
— Oque você quer saber? Apenas pergunte. —
— Gosto de escutar você falando, você tem sotaque. —
— Raj... —

Ele olhou para cima esticando mais as pernas enquanto andávamos.
— Pense que foi apenas um elogio que um velho amigo, não de um cidadão do reino que nutre 1000 anos de rivalidade pelo seu. —
Eu revirei os olhos sorrindo, como se ele fosse um simples cidadão.
— Acha que isso tudo tem 1000 anos? —
Ele sorriu para uma pequenina fada que voou do nosso lado e quase a fez bater de cara com um poste.

— Eu sei que não somos aliados desde que nasci, presenciei a última guerra, mas já houve muito outras, então deve ser muito tempo. —
— Então você é um velhote como meu pai. —
Ele riu com a minha provocação, sua risada rica e grossa, do tipo que faz você querer ri junto. Foco Violet.

— Tenho 125 anos, nos lobos temos o crescimento lento, não somos como vocês feéricos que crescem, chegam na idade que querem e decidem se vão ser imortais ou não. —
— O rei está me acusando de privilégios, quando ele pode ter uma infância tranquila e lenta? —
Eu levantei as sobrancelhas balançando a cabeça. Ele riu denovo, ele não teve que crescer e já escutar que uma coroa estaria na sua cabeça em poucos anos, ele pode aproveitar tudo.

— Venha. —
A entrada do restaurante que ele me levou era extremamente duvidosa, as portinhas fizeram barulho no sino que tinha acima. Estava lotada, todos que estavam sentados moveram atenção para quem estava na porta.

Um ogro estava polindo um espada, uma mesa revoada por mercenários nos encavaram, a sirene sem um olho estava limpando um copo sujo como se fosse venenoso.

Ele só podia estar louco, ou queria muito uma briga de bar, ele seria reconhecido. E foi oque aconteceu.
— Raj! —
O grito veio do fundo do bar e eu fiz uma careta.
— Venha beber conosco seu pulguento! —
Um sátiro ruivo apareceu atrás da mesa de bebidas, barbudo e barrigudo, pequenos chifre faziam um espiral.

Raj soltou uma risada mais alta fazendo uma reverência para toda a taberna, uns riram, outros balançaram a cabeça, no final todos voltaram a fazer oque estavam fazendo.

𝖬𝖮𝖱𝖳𝖤 𝖠𝖮 𝖱𝖤𝖨𝖭𝖠𝖣𝖮Onde histórias criam vida. Descubra agora