Capítulo 2: Os melhores ladrões são os rapidos.

414 38 0
                                    

VIOLET BETHENCOURT — Fronteiras de Garlendia.

Eu acordei com o sol imponente a cima, o que era estranho, eu precisava acordar ao amanhecer, não vi meus irmãos, a fogueira estava apagada e minhas coisas não estavam a vista. Um calafrio me fez mudar a atenção.

Vi algo se remexer nos arbustos à frente, podia ser Will voltando para mim, mas quando um lobo enorme surgiu da floresta, eu puxei minha faca mais rápido que pude.

Ele era tão grande que talvez fosse da minha altura, sua pelugem era um marrom obscuro, eu estava em desvantagem, no chão com uma pequena faca. A fera começou a rosnar e eu a me afastar, os dentes a vista brilhavam de afiado, ele avançou como uma flecha em disparada e eu sufoquei o grito no meu peito.

Mas não sufoquei o grito quando acordei do pesadelo, Willian acordou sacando uma aljava, Cas uma espada, ambos ainda dormindo, meu peito descia e crescia muito rápido.

— Foi um pesadelo. —

Eles soltaram um suspiro de alívio.

Cas coçando a cabeça arrumou o acampamento.

— Bem a tempo, o sol irá amanhecer, vamos. —

A sensação dos olhos castanhos do lobo não saíram da minha nuca.



Evitamos cerca de 4 patrulhas de guardas de Verga, a floresta dava início a selva, o canto dos pássaros estava começando a se tornar diferente, uma cobra colorida serpenteava uma árvore ao lado.

— Dizem que as mulheres vestem apenas saias no verão. —

Willian cantarolou e eu revirei os olhos.

— Você pode pagar alguém pra fazer nudismo em particular para você. —

— Qual seria a graça? —

Cas riu e seguimos o caminho.

Eu gostava de ler, não, eu amava, mas nunca me permitiram aprender sobre a cultura de Verga a fundo, apenas pontos políticos e estratégicos.

O que me deixava frustrada, conhecimento era o que deixava animada.

Nós três conseguimos nos aproximar da entrada com outras carroças talvez de exportações e carregamentos. Estavam todas sendo revistadas e meu coração pulava no peito.

Minha faca estava dentro do meu corpete, mas eu mantinha o meu arco nas minhas costas, Willian com sua aljava também nas costas e Cas com uma espada na cintura.

O guarda centauro vestia vermelho, uma armadura de couro com muitos tecidos, armadura que eu já havia visto cair.

— O que os trás a Verga? —

Castiel colocou um dos seus famosos sorrisos encantadores que só os Bethencourt sabiam para conseguir algo.

— Um ponto de parada senhor, eu e meus irmãos estamos cansados, estamos fugindo da peste. —

O guarda moveu o olhar severo para mim e Willian.

— Essas armas? —

— Somos comerciantes, vendemos pele de animais que caçamos. —

Era a coisa mais normal caçadores voltarem cheios de armas, por isso ninguém estranharia.

𝖬𝖮𝖱𝖳𝖤 𝖠𝖮 𝖱𝖤𝖨𝖭𝖠𝖣𝖮Onde histórias criam vida. Descubra agora