Capítulo 12

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Ótima leitura a todos!

— Park Jimin —

Dormir foi praticamente impossível. O frio da noite passada não me deixava relaxar, enrolando no cobertor fui para frente da grande janela de vidro, abri a cortina e fiquei lá por um bom tempo. A neblina me impedia de ver a lua e as estrelas, permitindo que eu contemplasse apenas o céu acinzentado. A chuva fina que caía pousava nas folhas das árvores do jardim, e assim algumas vezes me perdia em pensamentos.

Dentre tantas coisas que aconteceram durante o dia, parecia que naquele momento não importava mais. Porque a única coisa que conseguia ter a minha atenção era o cheiro do Jungkook no moletom que eu usava. 

Uma angústia estava se instalando em meu peito. Sentimentos confusos e embaraçosos esses que não me deixavam relaxar. Mesmo ele estando longe, mesmo nós não tendo contato algum, algo ainda insistia em perturbar meus pensamentos, me trazendo sentimentos que estavam parcialmente esquecidos.

O que estava acontecendo comigo? 

Essa resposta eu não tinha ainda, mas como que de repente passo a olhar para o Jungkook e ficar confuso com meus sentimentos?

A noite foi longa, não consegui pregar os olhos. Rolava de um lado para o outro lembrando da nossa conversa mais cedo, da sua pergunta, e constatando em como eu sou frágil em relação ao meu passado.

Minha mente voltava a onze anos atrás e com isso tentava freneticamente me lembrar do rosto daquele menino dos olhos negros. Frustrado eu levava as mãos a minha cabeça, acreditando que eu podia tirar de mim essa agonia de não poder lembrar.

Mas por algum motivo, ao mesmo tempo que eu tentava me recordar daquele menino, o rosto de Jungkook surgia em meus pensamentos. 

E droga, o que isso significa?

Quando pego meu celular e vejo marcar às cinco da manhã, me levanto. Vou até o banheiro que havia no quarto, tomo um banho e depois me visto com as roupas do dia anterior. Volto para o quarto dobro delicadamente a roupa do Jungkook e a deixo sobre a cama.

Em silêncio vou até o escritório e tento terminar o mais rápido possível o pouco que faltava na arrumação para que eu pudesse ir embora. Eu não queria ver o Jungkook, eu estava realmente confuso. 

E a única coisa que eu tenho certeza é de que eu preciso ser racional e ver que eu estou entrando em um campo minado com as minhas emoções. Os explosivos estão prontos para ser detonados assim que forem tocados, e por saber disso o medo se instala em mim, porque eu já não sei mais onde pisar para não detonar nenhuma delas.

Ao terminar peguei minha bolsa e saí. Quando cheguei no portão encontrei a senhora Su-ji chegando. Ela até tentou me convencer a ficar e tomar pelo menos um café com o Jeon, mas eu inventei algumas desculpas e consegui seguir meu caminho.

Andei por alguns minutos até encontrar um ponto de ônibus. Parado ali senti o frio de sete graus atingir o meu corpo, me dando calafrios. Não demorou muito e o ônibus chegou, o adentrei e sentei na última poltrona buscando um pouco de privacidade. 

Nesse momento me bateu uma angústia, uma sensação de algo ruim e uma imensa vontade de chorar. 

Então sem perceber eu já estava com o celular em meus ouvidos. 

– Ligação –

— Oi minha vida. Como você está? 

Sua voz é suave e gentil, e eu juro que ficaria horas escutando sua fala mansa como se fosse música. Ela me acalmava e era o que eu precisava naquele momento.

❦ POLISIPO ❦ Uma História Jikook (+18) 99% Concluído. Onde histórias criam vida. Descubra agora