CAPÍTULO 28

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Ótima leitura a todos!

- Narrador-

A dor era simplesmente insuportável, Jungkook parecia estar sendo dilacerado de dentro para fora toda vez que sentia o seu peito apertar, um amargo na boca, uma vontade absurda de gritar por socorro e gritou, esbravejou através das lágrimas que não pararam desde que a primeira caiu.

Um grito de desespero que fez com que ele se sentisse tão pequeno, totalmente vulnerável e sem rumo. Não tinha forças para nada, encostado no canto da parede com a cabeça entre os joelhos, pedia para que aquela solidão acabasse.

Uma aflição jamais vivida, tudo o que sentiu até hoje, nada, nenhuma dor chegou perto do que tem vivido nesse último mês.

As coisas que teve que passar nas mãos daquela mulher que em determinado momento chamou de mãe, o medo que sentiu na presença daquele homem que um dia lhe bateu apenas por prazer, nada disso se compara a dor de saber que seu amor pode nunca mais voltar.

Desceu ao inferno pela primeira vez, vendo o seu mundo ficando apenas cinza, sem cor, sem vida e sem motivos para continuar.

A noite era pior, um frio terrível tomava conta da enorme casa e foi em uma dessas noites que descobriu que um vento gélido chega a ter a mesma dor que cortes profundos na pele. Passava as madrugadas acordado olhando paro o teto, parado no tempo apenas ouvindo o silêncio com um olhar de desespero que implorava para tudo aquilo acabar.

Park era sua calma, só ele podia acalmar seus olhos, seu corpo e seu coração.

Foi como estar de mãos dadas no meio da multidão e quando menos esperava perdê-lo de vista, tinha a sensação de estar se afogando sem ao menos estar na água, tudo era difícil até mesmo para respirar.

Jungkook moveu céus e terra, pagou um dos melhores detetives, mas nada, Park não queria ser encontrado, ninguém sabia, ninguém tinha o visto.

Tentou encontrá-lo por conta própria, foi em todos os lugares possíveis, mas nem na casa dos pais em Busan estava. Jimin mandava mensagem para Seokjin uma vez na semana só para informar que estava bem e desligava o celular logo em seguida e assim se passaram um mês.

Mais um dia chegou e era véspera de Ano Novo, Jungkook levantou assim que o relógio marcou cinco horas da manhã.

Hoje a saudade estava quase insuportável, as longas horas de castigo na madrugada era uma punição.

Essa manhã estava estranhamente diferente, o moreno desceu até a cozinha e começou a preparar o café e por um momento o cheiro aromático do grão torrado o enganou, imaginando que Jimin ainda estava na cama o esperando.

Depois, já com o café pronto, pegou a xícara e foi andando até o jardim, sentou em uma das cadeiras em volta da piscina e observou o brilho pálido da manhã fria. Com o silêncio conseguia ouvir o assobio do vento contra as árvores e o telhado da casa, e segurando a xícara de café quente em suas mãos, sentia o calor vencer o frio em seus dedos gelados.

Buddy, que ainda despertava, veio lentamente em sua direção e sem pedir permissão se aconchegou em seu colo. Era nítido o quanto ele também sentia falta do loiro, os dois sozinhos sentados ali parecia uma pintura triste.

- Você também está sentindo a falta dele, não é? - Jungkook faz carinho enquanto conversa com o cão. - Olha para isso, nem as cores do jardim tem mais graça sem ele.

E assim o cachorro suspirou como se tivesse entendido cada palavra dita pelo dono.

- Vamos entrar, está frio aqui fora.

❦ POLISIPO ❦ Uma História Jikook (+18) 99% Concluído. Onde histórias criam vida. Descubra agora