Subi os corredores a passos largo acompanhando Thomas Cortez na difícil tarefa de não quebrar qualquer amostra das raspagem da rocha da Excalibur.
-Sério que nenhum laudo foi conclusivo?-perguntei ofegante pela corrida-Tipo não é possível que o Edu não identificou o reagente dessa rocha?
-Eu e ele desconfiamos que não seja bem uma rocha-Thomas parou na parte de descanso que ligava o corredor do primeiro andar para o segundo.
O por do sol de sábado se desenhava no horizonte, parecia um jogo de ilusão, as nuvens se misturavam ao vento e escondiam os tons de vermelho vivo ate azul turquesa mais longínquo.
Era lindo, apesar de ser a constatação de que não tínhamos tanto tempo, afinal de contas era inicio de nosso turno e o tempo urgia contra nós. Precisávamos deixar as coisas encaminhadas para o segundo turno que iria vir no domingo pela manha e ate segunda feira a resposta deveria esta nas vistas do Mr. Robinson.
-Você acha que o professor nos deu uma falsa rocha?-continuei o rumo da conversa-Porque ela parece bem firme!
-Olha eu não sou expecte de materiais mas desconfio que seja uma mistura concretizada.
-Cimento?-perguntei
-Talvez sim-suspirou-talvez não.
Ele repousou os potinhos com o pó cinza escuro na borda do descanso. Seus dedos magricelos começaram a dançar nervosamente. Desde que conheci o cara loiro de Arquitetura e Urbanismo percebi que o seu tamborilar dos dedos eram um código Morse inexplicável...e eu não precisava ser especialista para saber que ele estava inseguro e ao mesmo tempo tentando uma brecha para me falar algo.
-O que foi cara?-perguntei me aproximando dele cuidadosamente- Você esta estranho...quer me falar algo?
De relance ele olhou pra mim e desviou para o horizonte alaranjado, que agora via a noite como destino.
-Só queria te agradecer pelas palavras de hoje, isso me fez pensar que estamos juntos nessa apesar de tudo. Ele continuava com os olhos fixos no céu.
-Magina, acho que todos ali-fiz uma pausa- inclusive eu, precisávamos de motivação.
-Ninguém acredita em mim Manu, todos da minha sala me acham um zero a esquerda!!!
Do meu lado senti agora um garoto deprimido em nada combinava com o rapaz piadista e determinado que vi se pendurar hoje de manha na espada do rei Arthur.
-Por que acha isso Thomas?-minha voz falhou.
-Eu nunca fui o melhor da turma, apesar de ser o banana que tenta estudar direito, olha pra todos eles-ele ergueu os braços em direção as salas-Eduardo é um gênio da química, Vivian resolve problemas de engenharia, Alice é bonita e organizada e você e Ítalo são os caras que sempre tem algo para contribuir, sempre possuem uma carta na manga-ele olhou pra mim e de seu rosto escapou uma lágrima- e eu sou o que?? Onde entro nessa história???
Não pude me conter e automaticamente abracei o cientista louco que se degradava em minha frente.
-Você é meu amigo, Thomas!!! Você foi brilhante com o desafio do corredor e é o cara que vai ajudar eu e Edu a decifrar esse novo desafio!!!
Rapidamente ele se soltou de mim, seus olhos ainda margeavam um rio de sentimentos trancados.
-Escuta, no nosso time não tem espaço para pessoas perfeitas- continuei- Se você conversar 5 minutos com cada um de nos vai perceber que temos mais defeitos do que se imagina, acho até que 50% de nós sejam defeitos.
-Até do Ítalo?
Eu sorri secamente.
-Ele tem 90% de defeito.
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O JOGO DO IMPOSSÍVEL
RomanceAté onde você conseguiria ir para passar em uma disciplina na faculdade? Quando o professor de cálculo de Manu lhe deu a proposta de ter uma segunda chance de passar na disciplina que ela mais odiava, ela não pensou duas vezes. Agora ela e mais 5...