Capítulo 2: MINTO, EDU É UM IMBECIL

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-Bom dia. - Edu e eu falamos ao abrir a porta.

Mr. Robinson nos fuzilou com o olhar e nem se quer respondeu. Não estávamos atrasados. Nem sequer tínhamos feito algo errado. Porque nos olhar daquela forma? Essa era uma das coisas que me incomodava no professor Brown, Ou melhor Mr. Robinson Podeski Brown, como ele gostava de ser denominado. No primeiro dia de aula ele disse que deveríamos chama-lo assim, visto que tinha origem britânica, fez doutorado em Oxford e gostava dos moldes de aprendizagem de lá, acho isso frescura, minha família por exemplo, é de origem alemã, mas sou brasileira independente de qualquer coisa. Ele não tinha muito sotaque, apenas quando ficava nervoso. E esse ficar nervoso era quase sempre motivado pelas nossas perguntas idiotas, que pra nos erram dúvidas importante. Ué sou obrigada a saber que ao derivar constante obtenho zero???

Ah okay, talvez você ache que eu por fazer cálculo seja uma nerdizinha, mas isso é mentira. Sabe eu só entrei na disciplina porque era pré requisito para economia...disciplina de Relações Internacionais, apesar de eu saber que a maioria dos outros alunos do senhor Brown cursarem cálculo porque são das engenharias, (insira aqui seu comentário solidário ao sofrimento deles). Quer dizer, eu quando tinha 10 anos até cogitei querer ser engenheira civil, depois que vi um prédio no centro da cidade de Campo Limpo. Mas minha mãe logo tratou de falar a verdade "Minha flor, engenharia é um curso muito caro, pense em outra coisa meu bem." E aqui estou eu, fazendo R. I.(graças a bolsa de estudos) e como se não bastasse quero ser diplomata. É eu sei...tem gente que sonha acordado. Tipo eu.

-Hey, sentaa!!! - Senti Edu me puxando pelo casaco, ele sentou do meu lado, próximo a parede. excelente lugar, mas não complemente longe das vistas do professor.

-Senhoras  e senhores.-Mr. Robinson falou enquanto levantava da sua mesa- Espero que tenham estudado para esse exame. Sabe... eu estive pensando em tentar facilitar pra vocês deixando um formulário com os macetes no final da prova. Certo Thomas?

-Certo. -Respondeu um aluno magricelo, loiro sentado na frente da sala.

-Mas eu não vou. -Disse ele.

Arghh, eu sabia...sabia que ele estava brincando conosco, era só a tortura final antes do julgamento. Qual era a regra da cadeia mesmo...drogaa...eu queria esse formulário. 

Depois de um ahhhh generalizado , ele prosseguiu.

-Sabe senhores, eu nunca vou facilitar pra vocês. Não esperem menos do que o mais absurdo das questões. Mas elas são aplicáveis e existe resposta. Uma única resposta. Vocês tem 3 horas para resolverem, nada além disso. - Continuou  ele enquanto dava uma caminhada pelo corretor entre eu e Edu.

-Eu espero que vocês não tentem usar nenhuma forma de cola. 

Porque ele nos olhava assim...

-Eu ZERO A NOTA. OUVIU SENHOR THOMAS ???

Thomas apenas balançou a cabeça em consentimento, como se já estivesse experimentado a raiva de Brown alguma vez.

-E AINDA, NÃO lhe dou direito a recuperação. Ou seja, semestre que vem eu  e você nos vemos de novo.

Ele olhava tão fixamente para o Thomas que tive um enjoo só de olhar de longe, eu conhecia ele de relance, sabia que ele era acadêmico de Arquitetura e Urbanismo e fazia cálculo porque precisava da base para o curso. Ele era quieto no canto dele, não interagia muito com as pessoas, mas nas últimas aulas tentava participar, mesmo não sabendo muito. Isso foi o suficiente para que o senhor Robinson o pegar  como cobaia de ameaças.

-Boa sorte, espero que não precisem.

Ele deu o sinal e todos viramos as folhas ao mesmo tempo. Apenas vi de relance Edu me dando um sorriso de confiança. Mas eu sabia que nem sorte e nem confiança iriam me ajudar.

O JOGO DO IMPOSSÍVELOnde histórias criam vida. Descubra agora