Capítulo 8: UM PEIXE-MACACO? ENLOUQUECEU?

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Peguei carona com o meu chofer particular, vulgo Eduardo Felipe. Maria Alice pediu para ir conosco no Celta, ela morava na cidade vizinha a nossa então Edu como sempre muito gentil ofereceu carona.

No caminho conversamos sobre tudo menos o desafio que recém tínhamos feito.
Eu gostava desses momentos aleatórios, ser uma universitária a maior parte do tempo lhe fazia esquecer que você era uma pessoa normal, que tinha outros gostos , outras vontades, outras maneiras de ser feliz.

-Nossa essa música é incrível!!!-disse Maria Alice quando Edu trocou para a faixa de rock.

-Nem me fale...isso aqui deveria receber o prêmio de melhor música.- falou Edu chacoalhando a cabeça ao som da guitarra.

-Eu até gostaria de emitir uma opinião sobre...mas eu não escuto muito...-afirmei meio sem graça.

-Pode falar, ela tem um péssimo gosto musica- explanou Eduardo olhando para Maria Alice.

Ela deu uma risada enérgica. E ouvir isso fez meu coração ficar mais quentinho (por mais que a piada fosse eu).

-Que nada Manu!! Eu sou bem eclética...vou te passar minha play list pra você ver. Algum ritmo você vai se identificar. -disse ela em uma voz generosa.

Quase que instantaneamente ouvi o click do celular.

Realmente olhei para os titulo das trinta músicas que ela tinha me mandado...Alice realmente ela eclética. Sertanejo, MPB, rock brasileiro, internacional, pop..opah gostei do último.

-Brigada.

-Disponha-disse ela.

-Desculpe trocar no assunto mas eu queria te pedir duas coisas- falei de cabeça baixa, com medo da resposta dela.

-claro!!!-positivou ela.

-Eu se fosse você não dava essa liberdade a ela...-brincou Edu.

-Eduardo Felipe!!!-exclamei com uma cara de irritação aparente- Da um tempo velho!!!

Ele ergueu os braços rapidamente em gesto de rendição o que poderia ser algo perigoso visto que ele estava no volante.

Eu continuei. Como se a nossa mini briga não fosse nada.


-Como conseguiu resolver aquela dos carros?

-Ahhhhh-ela fez uma cara de alivio.- Eu sabia que não tinha conta a fazer, quer dizer, o professor é louco mas ele sabe que tenho dificuldade em cálculo pois não sou exatas e nunca pretendo ser.

-Entendi-disse.

Maria Alice fazia marketing, por mais que fosse criativa e expansiva creio que o curso não tinha como foco resolver uma derivada parcial , por exemplo. Mesmo assim, saber que ela estava no time parecia algo aconchegante, ela tinha uma luz de positividade que dava vontade de pegar uma cerveja e conversar com ela a noite toda. Ela era um ótimo suporte. Eu podia ver isso nela. Acho que Mr. Robinson também tinha visto. Por isso a chamou.

Aliás era surreal saber que todos os seis do grupo eram tão necessários para tudo. Ate onde tudo aquilo era um acaso?

Eu chacoalhei a cabeça tentando retirar os pensamentos  neuróticos de mim...claro que aquilo era coincidência...não dava pra pressupor que todos ali ia ir mal na prova, o grupo foi composto ao acaso. Certo?


-Bem, tudo era uma questão de ponto de vista- Continuou Maria Alice- quando coloquei a folha perto de Vivian, enquanto estávamos conversando lá fora, ela viu o desenho de ponta cabeça e tudo fez sentido.

-Espera  você quer dizer que o desenho estava de cabeça pra baixo?-perguntou Edu enquanto trocava a marcha.

-Sim, não era 16,06,68,88 era 88,89,90,91.  Depois foi só seguir a ordem dos números 81,82,83,84,85,86,87e 92.

O JOGO DO IMPOSSÍVELOnde histórias criam vida. Descubra agora