capitulo 14: O QUE A LUA VÊ OS OLHOS ENTREGAM

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-Como assim ítalo?

-Não importa, não vai fazer diferença...e isso aqui, não é sobre o excelentíssimo Theodoro Romanovisck.

Eu olhei ao redor. E constatei que ele tinha razão, aquele momento era especial, não cabia falar de terceiros. Era a primeira conversa sem socos e pescotapas entre nós.

-Você só devia parar de fingir se importar comigo-confessou o estudante.

Fui em direção a ele, o fitando  lentamente e sentei no semi-degrau, que tinha entre o concreto e a rua asfaltada.

- Sei que você acha que talvez eu seja intrometida, mas a verdade é que sinceramente me importo com todos que estão nesse desafio.- Falei do jeito que imaginava ser o mais honesto possível. Batia os pés no chão, agora eu que dava sinais nítidos de ansiedade.

-Por que? Você não ganha nada com isso??-disse ele seguindo meus passos e sentando do meu lado.

-ERRADO. Eu ganho sim. Ganho a amizade de todos. Isso não tem preço.-Cuspi a verdade em sua cara.

Ele riu.

-Jeito estranho de se aproximar das pessoas...venho de uma realidade paralela que o dinheiro é meu melhor amigo. Ninguém tira esse lugar dele!!!

-Se dinheiro compra-se tudo...-eu falei olhando bem no centro de suas redondas pupilas.

-Se dinheiro compra se tudo... -ele repetiu -eu não seria tão infeliz... e você...-ele se aproximou mais perto ao ponto de sua mão encontrar a minha- e você.. não estaria aqui comigo...

Então de uma forma tão natural e ao mesmo tempo tão arriscada ele fez um gesto que me pegou desprevenida. Se tivessem apostado comigo que em algum momento eu iria beijar Ítalo Montecarlo Romanovisck , eu teria o chamado de farsante.  Ele  me beijou, um beijo ardente e aconchegante. Meu cérebro não conseguiu pensar em mais nada, parecia uma massa branca invalida, apenas  correspondi seu movimento e parecia algo tão perfeito.  Sua barba mal aparada arranhava meu queijo levemente , ele tinha  lábios aconchegantes, nada ríspidos como suas atitudes, seu toque era tão suave, nada comparado ao seus passos pesados quando estava bravo. Nosso encaixe era perfeito, sem espaços vazios, tudo completava tudo.

Então para a tristeza de minha boca e um respiro para meu peito ele se afastou.

Olhei para a lua lá no alto, estava brilhando mais intensamente que o normal, o ambiente a nossa volta refletia sua luz e o amante de literatura ao meu lado estava a meio caminho de tentar arriscar mais um beijo.

-Vamos!!!-segurei seus lábios com as mãos, o impedindo- hora de ir pra casa!!!


***


-Odeio acordar cedo no sábado!!!-exclamou Edu enquanto estacionava o celta verde.

-Nem me fale, achei que ele ia nos dar uma folga.- respondi ainda pensando na minha cama.

Ontem eu tinha chegado tarde em casa, por sorte com 5 minutos de antecedência antes dos meu pais chegarem. Rapidamente tive que fingir estar dormindo quando minha mãe  foi me ver no quarto.

Ao menos pink foi uma excelente cumplice e desviou o olhar da minha mãe para o seu pote de ração a fazendo se distrair e esquecer de mim. (Obs: Super normal, se você tem pets em casa sabe que eles são prioridade).

-Obrigada por ter me falado que precisava vir hoje...não tive tempo de olhar o e-mail ontem. -Confessei ao meu amigo.

-Eu fiquei preocupado, te mandei mensagem e você não estava on-disse ele- O que aconteceu?

Eu corei na hora, o flash Black  da minha escapada com o barba rasa voltou a minha mente como um estalo. Ainda podia sentir a pressão de seus lábios nos meus. M3rd4....ninguém tinha me beijado daquela forma...e olha que eu sempre mantive bons históricos.

Apesar da vergonha, sempre prometi contar a verdade a Edu, então:


-Sai conversar com ítalo, você e Thomas estavam quase fazendo um fã clube pra gente se acertar-falei desviando o olhar com medo do julgamento.

Ele riu desconfortavelmente.

- Deu certo?

-Acho que sim...mas eu ainda não entendi o porque dele odiar falar da família.

-Alice me contou que o pai dele é quem paga toda a faculdade...talvez ele tenha uma rixa  com ele-sugeriu Eduardo.

Eu sorri.

-Elementar meu caro Watson...mas eu ainda acho que tem mais coisa...algo que ele nunca contou a ninguém.

-Bom ai é um problema dele- Edu franziu a testa e me olhos com seus olhos fundos- E to mais curioso pra saber da gente!!!

Nossos olhares se encontraram.

-Tem razão o desafio...


-NÃO!!!NÃO ESTOU FLAANDO DISSO!!!-Falou sério.

Ele tocou no meu cinto de segurança a meio caminho de se abrir e sair do carro.

-Não?- Perguntei confusa.

-É senhoria Manuela Fernanda. Quero saber se vai rolar a cerveja hoje a noite ??? Voce me prometeu!!!-revelou

Eu comecei a rir. Mas porque minhas pernas amoleceram sem razão aparente? Eu tinha pensado besteira por um segundo e...bem é o Edu kkk não tem problema...

-Claro senhor Eduardo Felipe. Mas eu quero uma pizza mussarela.

Ele assentiu e me liberou de seu carro.

Ambos saímos do automóvel mais versátil, vulgo Celta 1.0,  e fomos a micro praça de artes do terceiro andar do prédio de humanas.


Sim nós tínhamos passado do nível 2.

E sim nós tínhamos um desafio maior no nível 3.

O JOGO DO IMPOSSÍVELOnde histórias criam vida. Descubra agora