Eram pontualmente 20:00 Hs, quando eu toquei a campainha. Anna não me atendeu imediatamente, então me recosto na pilastra que cerca o pequeno jardim em sua porta, e aguardo sua boa vontade em me atender.
— Nossa, — Anna abre a porta com um sorriso afoito — você chegou cedo! — Percebo ela meio atrapalhada e sorrio com divertimento.
— Cedo não, — olho para o relógio em meu pulso — na hora! — ela continua sorrindo de maneira estranha e eu olho para ela, meio perdido. — Então... — arqueio a sobrancelha, com meio sorriso e ela me encara como se não estivesse entendendo — está pronta? Podemos ir? — Indago começando a achar graça.
— Ah! Claro. — Balança a cabeça meio confusa — Quer dizer, não! — enrijeço um pouco o corpo e franzo o cenho. — Não, não é isso, nós vamos, é que eu ainda não estou pronta! — Rio do seu enrosco.
— Sem problemas, eu espero! — Coloco as mãos no bolso, ainda recostado sobre a pilastra, e passo uma perna sobre a outra olhando fixamente, mantendo um leve sorriso cretino.
Anna fica me olhando assustada e eu arqueio a sobrancelha, tombando levemente o rosto.
— Ah, — limpa a garganta levando a mão a testa — desculpe! Entra, — abre a porta da casa e eu sorrio, me desencostando da pilastra — não precisa esperar aqui fora! — Dá um sorriso gentil e eu pisco para ela, seguro a porta, permitindo que ela entrasse, e entro em seguida.
Ao entrar, me deparo com uma casa pequena, porém muito organizada, bem decorada e aconchegante. Confesso que o local me traz uma sensação de bem estar.
— Você aceita água, suco...
— Não, fique tranquila, estou bem! — Lanço uma piscadinha sorridente, e me aproximo de alguns porta-retratos que tem em seu rack.
— Certo! Fique à vontade, eu já volto! — Dá um sorriso nervoso, e sai em direção — ao que eu imagino — seu quarto.
Dou uma olhada nas fotos que estão ali. Fotos dela com Pollyanna, e fotos da família de ambas. Volto a reparar na casa, observando os detalhes a minha volta. Alguns minutos se passam até que Anna retorna.
Quando ela me recebeu a porta, ela estava linda, mas agora, conseguiu ficar ainda mais.
— Desculpe a demora! — Se aproxima timidamente.
— Você está linda Anna! — Sorrio, e puxo sua mão para um beijo. Enquanto meus lábios tocam sua pele, noto que está fria e trêmula. Levanto o rosto, e olho para seu rosto, igualmente assustado. — Está tudo bem?
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A Flor de Cravo
RomanceBuscando por coisas completamente distintas, o destino cruza o caminho de Anna e Alex. Ela, convencional, romântica e tradicional, vive o luto do fim de um noivado de 7 anos, com um homem com quem ela tinha certeza de formar uma família. Ele, vive...