— Você me desculpa? — Alex desliza as pontas dos dedos pelos meus cabelos, olhando para o meu rosto.
— Desculpar? — Sorrio, franzindo o cenho, achando um pouco estranho.
— Por ter te afastado!
Explica. Entendo que ele se referia ao fato de ter pedido para ficar sozinho após a confusão no jantar. Estávamos deitados, olhando um para o outro, após termos aliviado toda a tensão de nossos corpos com o delicioso sexo que fizemos, e essas foram as primeiras palavras que trocamos até então.
— Eu entendi que você não estava bem... — Digo de modo compreensivo.
— Mas vi que você também estava assustada, acho que fui egoista!
— Eu só me senti culpada. Se eu não tivesse rebatido seu pai, talvez nada daquilo teria acontecido... — fico um pouco pensativa, e levo meus olhos a ele, com preocupação. — Você ficou chateado comigo? — Ele volta a acariciar meu cabelo, rosto, e sorri para mim.
— Por você ter me defendido? — Arqueia a sobrancelha com certa diversão e eu dou de ombros, um pouco constrangida. — Eu fiquei orgulhoso, apenas orgulhoso! — Dá uma piscadela cretina e eu sorrio sentido o rubor tomar minhas bochechas.
— Eu entendo que seja doloroso para você falar sobre eles, agora mais do que nunca entendo seus motivos, mas, preciso entender... o que houve entre vocês? Por que seu pai te trata dessa maneira? — Alex dá um longo suspiro e se deita de costas na cama, olhando para o teto.
— É claro, eu achei que poderíamos passar por isso sem eu precisar falar sobre minha história patética de vida, mas é claro que isso jamais aconteceria, não perto deles. — Ele vira o rosto para me olhar. — Eu não disse nada porque gostaria de te poupar, mas você tinha todo o direito de ser advertida, mais uma vez eu peço desculpa!
— Você sabe que não precisa se desculpar! Eu entendo você! — Acaricio seu peito, e ele desliza os dedos sobre a minha mão.
— Bem, meu pai nunca me suportou! — Franzo o cenho, com surpresa. — Não é exagero, minha mãe engravidou de mim, e ele foi obrigado a casar com ela por causa disso. Ele não a amava, ela sim, era completamente apaixonada por ele, e ainda é. Ele sempre foi um homem bonito, inteligente, e conquistador. Minha mãe não passava de uma manobra para ele se aproximar do meu avô, que na época, era um poderoso a advogado da região. Namorando minha mãe, ele conseguia a simpatia dele, e em troca, a confiança para gerir o escritório que ele tinha na época. Ele nunca teve a intenção de casar com ela, mas precisava dela para ganhar tempo, e espaço, mas com a gravidez, os planos mudaram. Acho que sempre me viu como um estorvo, ou como culpado e honestamente, nunca fez questão de esconder.
— Céus Alex! Isso é horrível! — Olho para ele indignada. — Eu sinto muito.
— Não sinta, já não faz mais diferença! — Fala com firmeza, demonstrando não se importar, mas custo a acreditar que isso não o magoe. — A verdade é que essa raiva dele por mim, sempre fez nosso relacionamento ser complicado. Enfim, quando comecei a me desenvolver, e ele notou que eu tinha aptidão para os negócios, ele começou a insistir para que eu fosse advogado. Por um momento, eu considerei a ideia. Eu era um garoto, no fundo, buscava a aprovação dele, mas, como sempre fui bom com números, a carreira contábil sempre me atraiu. Bom, com isso, embora tivesse dito a ele que seria advogado, conforme foi se aproximando a época de eu entrar para a faculdade, comecei a analisar a minha vida, e vi que além de não ter a menor vontade de seguir a carreira jurídica, odiaria estar ligado a um homem que me detestava por mais tempo, e foi quando disse que entraria para contabilidade.
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A Flor de Cravo
RomanceBuscando por coisas completamente distintas, o destino cruza o caminho de Anna e Alex. Ela, convencional, romântica e tradicional, vive o luto do fim de um noivado de 7 anos, com um homem com quem ela tinha certeza de formar uma família. Ele, vive...