Já anoitecera quando príncipe James Lancaster passava pelas portas do pub no lado norte de Londres, rapidamente seus olhos vasculharam o ambiente, seus sentidos captaram cada cheiro, cada movimento até completar seu caminho e se sentar na mesa mais afastada de todos no fundo da sala.Imediatamente uma jovem de cabelos loiros e corpo curvilíneo se aproximou, inclinando-se na direção dele realçando o decote entre seus seios fartos, ele conteve um revirar de olhos antes de por fim encarar os olhos da garota.
-O que vai querer? -ela sorriu para ele, seus lábios vermelhos carnudos e altamente atraentes revelando dentes brancos por trás deles.
-Seu melhor whisky. -ele sorriu de lado, mas bastou que a jovem se afastasse rebolando os quadris em direção ao balcão para que sua expressão se fechasse novamente, de alguém de poucos amigos.
O que não era nenhuma mentira.
Ao longo dos anos fora reservado demais, observador demais, focado demais em seus objetivos para desviar sua atenção em demasia para com amigos que provavelmente só se aproximariam dele por causa de sua posição e de seu dinheiro.
Aquilo era exaustivo demais.
Elizabetth deveria saber, afinal já era uma rainha.
Ele suspirou profundamente e esfregou as temporas.
Estava pensando demais nela, e aquilo não era bom.
Ele era filho do rei do norte, um herdeiro da linhagem Lancaster, filho do homem que cometera um lista infinita de atrocidades para com um continente no qual um dia fora aliado.
O que ele esperava?
Absolutamente nada.
Mas por que se preocupava com aquilo agora? Por que estava ali prestes a invadir o porão daquele lugar estranho para onde a haviam levado se seus sentidos ainda estivessem intactos e se as pessoas que seguira durante todo o dia estivessem corretos. Deveria estar no lugar certo.
Ele só podia estar louco.
E talvez aquela fosse a maior verdade que já admitira a si mesmo.
Seus pensamentos foram interrompidos quando a jovem retornou com seu whisky em um copo, depositando-o bem a frente dele, inclinando seu corpo novamente em sua direção na tentativa de chamar sua atenção.
-Mais alguma coisa, senhor?
-Não obrigado, -se atreveu a dizer entredentes.
Ele bebeu tudo de uma vez, sobressaltando os olhos da moça que engoliu em seco. Voltou o copo com um pequeno baque em cima da mesa, e encarou a jovem novamente, seu nome era Livia. Ótimo.
-Agora se puder me fazer um favor, Livia. -ele enfatizou o nome dela lhe encarando seriamente, ela umedeceu os lábios e ele não soube dizer como naquele momento aquilo pareceu lhe irritar profundamente, lhe fazendo sentir a necessidade de colocar suas mãos no pescoço dela e quebra-lo.
Nunca havia estado daquela maneira.
Não até aquele dia.
Ele respirou fundo novamente e colocou seu plano em ação, permitindo que seu poder fizesse o resto, invadindo cada célula da moça diante de si.
-Onde fica o porão deste lugar? -perguntou calmamente, ela piscou.
-Ah. -ponderou por um instante, ruborizando. -não sei se... -ele permitiu que seu poder entrasse um pouco mais, distraindo, até que obtivesse a visão exata do caminho até o local que precisava, de lá ele seguiria sozinho até encontrar o porão escondido que pelo que notara os empregados não tinham ideia de onde ficava, ou de onde trabalhavam.
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O Rei e a Rainha das Sombras - livro 4
Fantasía"Dentro de um mundo em conflito entre reis e rainhas, ela poderia ser a salvação dele, ou ele será sua ruína." "Ela não se curvaria a ninguém. Ao invés de ter medo, ela se tornaria quem as pessoas temem."