Elizabetth
Eu seguia James pelas ruas, a capa sob nossas cabeças ocultando nossa verdadeira identidade em meio a multidão que começava a ocupar as ruas de Northing, ignorando completamente o ar frio que estava presente no ar, mais ao longe, com as luzes brilhando de forma majestosa e intimidadora, se erguia o grande palácio de Sword Fire.
Olhei para os lados por um instante, quando a música chegou em meus ouvidos, vibrando dentro de seu peito, meu poder estremecendo em resposta.
-Pare. -ousei dizer para James, que ergueu uma sobrancelha.
A música, tão familiar e convidativa a meus ouvidos que não merecia apenas ser ouvida, mas sentida.
Me aproximei de onde as pessoas dançavam, aquela mesma cena parecendo familiar demais em minha mente, que parecia se lembrar de momentos como aquele.
Momentos no qual me lembrava de como adorava sair as escondidas do palácio, disfarçando-me de camponesa pelas ruas apenas para poder sentir aquilo, ver como as coisas realmente funcionavam fora da fortaleza que chamava de casa, fora do mundo nobre dentro do palácio que era carregado de responsabilidades e legados, assim como pessoas cuja hostilidade estampada em suas feições demonstravam o quanto aquilo poderia ser assustador de vez em quando.
Mas ali, eu poderia me sentir eu mesma, mesmo que apenas por um momento.
Enquanto sentia meus olhos brilhar em reflexo ao fogo que crepitava no meio da pequena floresta, senti o toque de outra mão acariciar a minha, aquele choque imediatamente se intensificando dentro de mim.
Olhei para James, e me surpreendi ao notar que seus olhos azuis já estavam sob mim, me encarando de volta com aquela intensidade.
Engoli em seco.
Uma tensão que eu não sentira antes estava presente ali, pela primeira vez naquele momento, como se de alguma forma ele também se lembrasse, como se ele também sentisse.
Suas mãos ainda estavam ali, tocando suavemente a minha, um carinho sutil mas muito significativo ao mesmo tempo, meu corpo estremeceu diante de seu contato.
Então senti aquele cheiro estranho de novo.
-Acho melhor irmos. -assenti e continuamos andando pelas ruas em direção aquele cheiro que inundava nossos sentidos.
-Acha que pode ser uma armadilha?
-Não para nós. Não agora. Trouxe um dos seus? -indagou James sem se virar para ela que permaneceu em silêncio. – Imaginei que sim. -concluiu.
Então ela parou.
Seus sentidos estremeceram quando aquela ligação, o fio que a ligava a Edward estremecera. E finalmente soube.
Ela começou a correr pelas ruas, sentindo a ligação, ouviu James gritar seu nome mas apenas continuara correndo na direção no qual seus sentidos a direcionavam, virando rua após rua, cada vez mais afastada em direção aonde Edward poderia estar.
Eles viraram um beco e pararam diante de uma rua sem saída, até que ela se abaixou diante de uma pequena poça de sangue no chão.
Não precisou tocar ou se aproximar mais para sentir o cheiro e saber que aquele sangue não era de Edward, ele lutara com alguém que provavelmente ainda estava machucado por ai.
-Ele lutou. -ela disse por fim.
-Eliza. -disse Christopher surgindo e se colocando ao lado dela. -Vim assim que senti.
Ela balançou a cabeça e seus olhos encontraram os de James.
-Foi um aviso. -disse James por fim.
-Para que exatamente? -indagou o general se virando para ele.
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O Rei e a Rainha das Sombras - livro 4
Fantastik"Dentro de um mundo em conflito entre reis e rainhas, ela poderia ser a salvação dele, ou ele será sua ruína." "Ela não se curvaria a ninguém. Ao invés de ter medo, ela se tornaria quem as pessoas temem."