O Rei e a Rainha das Sombras - livro 4

Capítulo 23

James

Seu corpo foi mais rápido ao se lançar para frente rapidamente e pegar o corpo inerte de Elizabetth antes que caísse no chão.

Tão pequeno e vulnerável, ela parecia muito frágil naquele instante, daquele modo.

Engoliu em seco.

Precisava sair dali, não tinha muito tempo até que outros viessem.

O corpo do que matara ainda estava no chão, seu rosto agora finalmente aparecia, antes envolto em sombras, agora, apenas uma carcaça vazia de alguém que um dia já fora comum, inocente.

Então ele pegou o corpo da rainha em seus braços, sentindo sua pulsação e sentindo a própria tensão se esvaindo em seguida, conforme seguia pelas escadas e ao chegar no primeiro corredor escuro, conjurou um portal que os envolveram por completo, conduzindo-os para outro lugar longe dali.

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Elizabetth

Sua cabeça latejava quando finalmente forçou seus olhos a se abrirem, para se adaptar ao ambiente que estava.

A primeira coisa que fora impossível deixar de sentir era o cheiro de grama úmida, assim como do ar gélido que invadia seus sentidos, assim como aquele aroma familiar e atraente demais, então arregalou os olhos.

James o havia aniquilado.

-Não se engane, posso mata-lo apenas por tempo suficiente. -sua voz ecoou pelo ambiente e ela se levantou abruptamente, sentindo sua visão se turvar novamente, mas ignorou ao se sentar e então encará-lo do outro lado do aposento improvisado do que se parecia a casa de algum camponês.

Aquela dor estranha diminuíra.

Encarei James com o cenho franzido.

-O que está fazendo aqui? -ele me encarou de volta, aquele olhar penetrante e profundo, desconcertando meus sentidos.

Mordi o lábio inferior.

-Deixe as perguntas para depois, não temos muito tempo até que retornem e sigam nossos rastros.

-O que? -Nada daquilo fazia sentido, então ela se dera conta do portal e da criatura estranha que queria captura-la, o que provavelmente deveria ser um tipo de capanga aliado de quem quer que a queria, de quem roubou a pedra. Ela conteve um calafrio. -Precisamos fechar aquele portal. Não sabemos que tipo de criatura pode sair por ele. -Comecei a me levantar, mas James colocou a mão forte sob meu braço, fazendo-me sentar novamente.

Acompanhei com os olhos o movimento audacioso de suas mãos, assim como não pude deixar de sentir mesmo que rapidamente a sensação do toque de suas mãos em minha pele, e a eletricidade que deixava junto com ela.

Se ele sentiu o mesmo não se deixou demonstrar.

-Esse é o problema, não da para fechar. -Grunhiu James, descontente.

-Não podemos voltar não é? -ousou perguntar aquilo que logo viera em sua mente, fazendo uma careta ao presumir a resposta que viria logo em seguida.

Engoliu em seco diante daquele olhar de James, que ainda a observava, sem desviar os olhos, e foi então que percebera que não precisava de resposta e ele sabia muito bem disso.

Sabia que não poderiam voltar agora, com demônios sem rostos em seu encalço, mas onde é que estavam então? E o que exatamente queriam com ela? Ou seria com ele?

Aquilo era mais confuso do que parecia.

-Onde estamos? -se virou para o príncipe, que se levantou e caminhou até a janela, afastando as cortinas para encarar o lado de fora.