O dia seguinte já entardecia quando eles passaram pelos portões da capital nortenha, o silêncio recobria o local como um cemitério, mas ela avistou as pessoas começarem a se ajuntarem nas ruas para olhá-los.Mas o que mais a surpreendeu foi que todos apenas olhavam, o ódio contido em suas mentes ecoavam como gritos diretamente para sua alma naquele instante, e ela não soube dizer se aquilo era por causa dela, ou por causa dele, seus olhos imediatamente se desviaram para James logo a frente, que não parecia incomodado com o silêncio perturbador que ladeava uma capital inteira.
Alguns minutos tortuosos depois eles desceram da cavalaria em frente as grandes portas do palácio, James parecia ignorar a presença dela até o momento em que andavam em meio aos corredores do palácio com parte da comitiva e dos guardas, quando um soldado se aproximou e solicitou a palavra.
-O rei quer vê-la. -James não se virou, mas ela sentiu a tensão tomar conta de seu corpo naquele momento, antes de assentir firmemente.
-Deixe ao menos que srta Elizabetth se prepare para ir ao encontro do rei. -disse ao mensageiro que empertigou no local.
Pelo jeito o rei não gostava de esperar.
Ótimo, porque ela também não.
-Não será necessário. -interrompeu os homens, que se viraram hostilmente para encará-la, ela apenas os encarou de volta friamente. Malditos sejam aqueles nortenhos de merda. -Acredito que se alguém deve se preparar para me encontrar aqui deve ser o seu pai, caro sr Lancaster. Estou indo imediatamente ao encontro do seu rei. Se é que podemos chama-lo assim. -inclinou a cabeça. -com licença.
Ela se voltou para o mensageiro, que a reverenciou prontamente.
-Me leve até seu rei. -determinou ela seriamente e o homem se curvou.
-Deixe que eu mesmo o faço. -interrompeu James se colocando ao lado dela, sem encará-la por um momento.
Então ela o seguiu.
-Você realmente é mais insana do que os boatos do povo dizem a seu respeito. -disse James se dirigindo à ela no meio do caminho.
Ela sorriu de lado. Mas permaneceu em silencio o caminho todo, até chegarem na sala reservada que não se tratava da sala oficial do trono, que assim que se abriu para eles.
Ela não esperou ser recepcionada ou anunciada, entrando na sala rapidamente.
Sorrindo para o homem que se virou do outro lado da sala para encará-la, seu sorriso se fechando logo em seguida.
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Ele a olhou de cima a baixo, lenta, mas muito lentamente, até que seus olhos negros se encontrassem com os dela. Ele tinha a mesma aparência da qual se lembrava de seus sonhos, os cabelos um pouco mais grisalhos agora, alto e magro, expressão quase que astuta demais para alguem como ele.
-Pela pura e genuína insolência, beleza quase que incomparável e angelical, você deve ser a filha de Crossfire que todos temem. -ele serviu dois copos de whisky e entregou um a ela, que semicerrou os olhos, mas não aceitou prontamente.
O rei colocou o copo sob a mesinha com desprezo e se voltou para ela.
James permaneceu próximo a porta, observando-os.
-Acho que não preciso fazer minhas observações, já que não possui muitos nomes. -ela sorriu maliciosamente.
O homem não se abalou diante do comentário irônico da rainha de Crossfire, ou pelo menos se aquilo o afetou, ele era muito bom em se fazer indiferente, ainda mais do que o próprio filho.
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O Rei e a Rainha das Sombras - livro 4
Fantasy"Dentro de um mundo em conflito entre reis e rainhas, ela poderia ser a salvação dele, ou ele será sua ruína." "Ela não se curvaria a ninguém. Ao invés de ter medo, ela se tornaria quem as pessoas temem."