CrossfireApesar do verão estar no ápice aquela época do ano na grande capital, aquele dia amanhecera cinzento e frio, as ruas estavam um pouco mais silenciosas do que o habitual, como se até mesmo as pessoas que moravam ali pudessem pressentir que aquele dia não seria como os outros.
Como se pudessem sentir a ausência de sua rainha.
No palácio de Crossfire não seria diferente, o dia ainda clareava e o castelo inteiro acordava e começava a se movimentar pelos corredores.
Mas o ar parecia mais denso, as pessoas mais cansadas, como se toda a energia daquele dia tivesse se voltado para algum outro lugar, ou talvez quem sabe, estivessem errados.
A ala médica do palácio estava silenciosa e aparentemente vazia quando as paredes pareceram tremer, alguns segundos se passaram daquela maneira, até que o ar ao redor congelou por um instante.
Um coração parecia pulsar de forma frenética e forte, o peito da princesa até então em um coma indefinido subia e descia normalmente, seu sangue correndo forte, formigava suas veias de dentro para fora.
Então, ela abriu os olhos.
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Northing
Elizabetth
-Você deve retornar a Crossfire. -ela disse sem rodeios quando Christopher entrou na biblioteca da propriedade de Edward na fronteira.
-Achei que estivesse no palácio. -ele mordeu uma maça e se sentou diante dela na pequena mesinha em que lia um livro de registros, seus olhos se desviaram das letras e encararam o general por cima das páginas.
-É evidente que não estou. -retrucou, e ele sorriu maliciosamente.
-Só levando você junto. -deu de ombros.
-Onde está Edward?
-Por que eu deveria saber? -ele a fuzilou com o olhar.
Ela o encarou seriamente, colocando o livro de lado e cruzando os braços.
-Vejo que está de mal humor, os planos saíram pela culatra, finalmente? -seus olhos brilharam.
-Você ficaria muito contente, suponho, mas sabe que meus planos nunca falham. -ela deu de ombros.
-É um pesar as vezes. -ele a encarou. -como pode ter tanta certeza de que vai conseguir sair dessa teia depois que acabar tudo? Se deixar levar por James não vai trazer a pedra de volta, se nem mesmo ele sabe aonde ela está.
-Mas ele vai me levar até ela, mesmo que não saiba disso.
-Espero que esteja certa.
-Tenho que estar. Isso é mais do que um tiro no escuro. -confessou.
-Ele pode estar tentando seduzi-la também não sabe? Por isso não sei se seria uma boa ideia se deixar levar por ele, não estamos falando de Lyonel. Mas de James. E ele pode ser tão imprevisível e maquiavélico quando se trata de qualquer coisa.
Naquele instante, ela se lembrou de algo.
"Alguns dias haviam se passado, não via James desde a noite do baile, tinha tentado de algum modo não pensar nas últimas palavras do príncipe ecoando em sua cabeça, mas como se aquilo fosse algum tipo de magia, ela não conseguira dormir o resto daquela noite.
Andou de um lado para o outro, se perguntando como as peças de seu quebra cabeça poderiam se encaixar de algum modo estranhamente insano, Eliza tomou mais um gole de seu copo de whisky, ponderando sobre tudo que presenciara até aquele momento, a guerra, o ataque dos rebeldes, as investidas do conselho, a aparição repentina do norte tentando interferir em seu governo, e agora James e sua possível noiva.
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O Rei e a Rainha das Sombras - livro 4
Fantasía"Dentro de um mundo em conflito entre reis e rainhas, ela poderia ser a salvação dele, ou ele será sua ruína." "Ela não se curvaria a ninguém. Ao invés de ter medo, ela se tornaria quem as pessoas temem."