Capítulo 31

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Elizabetth

Ela se obrigou a abrir os olhos quando começou a sentir o frio dominar seu corpo, quando sentiu algo umedecer seu peito, e quando sentiu o cheiro de sangue.

Seus olhos encararam o teto e tudo parecia silencioso e calmo, mas então ela olhou para o corpo nu do parceiro ao seu lado da cama, e tapou os lábios para conter o grito que estava prestes a sair quando viu sua garganta, seu peito rasgado ao meio. Sangue ladeava toda a cama, todo o seu corpo, assim como o dela.

Ainda de robe, ela escorregou para fora da cama calmamente, tranquilizando seus próprios nervos quando sacou a adaga de seu traje na poltrona ao lado.

Quem quer que fosse não tinha tido o cuidado de afastá-la de suas armas.

Um amador, talvez?

Ela caminhou cautelosamente fazendo uma varredura pelo quarto, quando foi surpreendida por um homem que surgiu das sombras e a atacou, jogando-a contra a parede.

-Quem é você? -ela indagou com o cenho franzido, tentando encarar o rosto por trás das sombras.

Arregalou os olhos antes de empurrá-lo e jogá-lo contra o chão.

Não houve tempo para pensar, não houve fôlego suficiente, pois em um piscar de olhos e com um rápido impulso ele estava em pé novamente, correndo em direção à ela, então uma luta corpo a corpo começou.

Golpe, bloqueio, giro, chute no ar, adaga, e depois de novo e de novo, até que depois de um tempo  ela usou o poder para lança-lo para longe, seu corpo colidiu contra a parede e ele caiu inerte no chão.

Lentamente ela se aproximou do corpo grande e encapuzado do desconhecido.

Se ajoelhou no chão cautelosamente, e tirou o capuz do suposto assassino, arquejando quando viu sua face.

Era o irmão gêmeo de Arthur.

Ela permaneceu encarando-o por um tempo, tentando assimilar o que  exatamente estava acontecendo e por que ele teria feito aquilo, mas então antes que seus sentidos traidores pudessem avisá-la, como se de certo modo tivessem sido enfraquecidos ele pegou em seu pescoço, e ela sentiu quando a faca fora cravada em seu braço.

-Steven, pare. -ela tentou dizer, tentou com muito afinco usar a própria força para afastá-lo.

Mas ele apenas continuou.

Se levantou rapidamente e antes que ela pudesse fazer qualquer coisa já estava prensada contra a parede novamente e a faca envenenada estava sendo forçada contra a sua garganta.

-Por favor... -ela disse com o resto de voz que encontrara.

O soldado a encarara e ela vira o brilho azul cintilando em seus olhos.

-Eu... -o gêmeo dissera com a voz embargada,, como se parte dele estivesse fazendo um esforço muito grande para conseguir dizer algo. -Eu não consigo parar... -ele engoliu em seco, a força da lâmina contra seu pescoço aumentou. -por favor, faça. -suplicou.  E então ela soube.

Com um forte grunhido e um único e rápido golpe, ela ergueu as mãos, houve um estralo, e no segundo seguinte, Steven estava no chão, com o pescoço quebrado.

Uma trombeta foi soada, e seus sentidos captaram o som dos guardas subindo as escadas, em sua direção.

Trincou os dentes, conjurou um traje rapidamente, saiu do quarto e caminhou pelos corredores até os aposentos de James.

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Silenciosamente ela abriu as portas e as fechou atrás de si na tentativa de não causar mais alarme do que havia causado, todos já deveriam ter encontrado o corpo dos gêmeos àquela altura, e estariam caçando-a pelo palácio.

O Rei e a Rainha das Sombras - livro 4 Onde histórias criam vida. Descubra agora