24 - É o, é o Noah Howard.

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Na manhã seguinte, eu acordei tão feliz. Minha alegria mal cabia no peito e eu acordei tão tarde, que foi obrigado Mary ir no meu quarto e fazer maior escândalo, para que eu acordasse. Mal sabiam eles que eu estava no mundo da lua, pensando e repensando na noite maravilhosa que tive com o Noah.
Somos amigos e ele me aconselhou, me abraçou quando eu chorei e eu me senti bem ao seu lado. Nada poderia ter sido melhor.

Minha mente não parava de pensar no quanto seu abraço era bom e seus braços eram fortes, muisculosos e aconchegantes. Me senti tão protegida, e amei estar em seus braços. Pelo menos eu tinha sua amizade e podia contar com ele, sempre que eu precisar.
Eu tinha certeza que não o odiava mais, e na verdade, eu nunca sequer cheguei a odia-lo, eu apenas queria... queria que ele não me fizesse sentir aquele turbilhão de sensações.

Infelizmente tive que ir trabalhar. A vida continua, nada para. Enfrentei o domingo com um brilho e sorriso em meu rosto. A meia noite estava terminando de ler o segundo livro. Tanto que fiquei acordada até as umas da madrugada, entregue á leitura e com os olhos cansados.
Eu precisava terminar, certo que fui terminar as duas da madrugada, atolada de livros e mesmo assim, minha mente ainda pensava em Noah.

[...]

A segunda-feira começou em desastre. Acordei atrasada, por ter dormido tarde. Vesti a primeira roupa que encontrei e não comi nada; e corri para alcançar o ônibus e só não cheguei atrasada lá, porque o Noah disse que fez o motorista esperar.

Quando entrei no ônibus, ele já estava lá, com os cachos caindo sob a testa e vestido camisa de time, como se não estivesse fazendo frio. Ele me chamou com a mão para sentar ao seu lado e eu fui, me sentindo tímida e com vergonha ao mesmo tempo.
Ainda é estranho pensar que eu e ele não nos odiamos mais, — eu me sinto tão mais a vontade com ele, — mas ainda sei que eu o mataria, se ele continuar com suas palhaçadas.

— Oi, linda. —  Ele diz, se afastando para que eu me sentasse.

— Oi. — Digo.

Me sento ao seu lado e imediatamente sinto seu perfume cheiroso. Fecho os olhos e um formigamento espalha por minha barriga rapidamente e eu coro de vergonha. Como alguém pode me deixar assim? Meu coração está tão acelerado, que não haveria palavras para eu descrever como. Está a mil.
Sinto minhas mãos tremerem de leve e minhas pernas, então começo balançar minha perna, — mania que tenho sempre que estou tímida e ansiosa.

— Como foi sua noite? — Ele olha em meus olhos e eu também. Mas a única coisa que presto atenção é em seus cachinhos fofos que caem em sua testa e dos seus lábios grossos e rosados.

— Foi terrível! — Exclamo, soltando um suspiro. — Fui dormir às duas da manhã, porque estava terminando uns livros que um professor nos entregou sobre os reinos. — Minha cabeça está dando uma leve dor, enquanto penso em tudo que li nesses dois dias. — Estou morta de sono.

—  Coitadinha...— Noah murmura, com aquele sorriso no rosto. Reviro os olhos.

—Vai rindo, seu idiota.

— Quer deitar um pouco no meu colo? — Ele indaga e eu arregalo os olhos. Penso no quanto estou com sono e no quanto minha noite foi mal dormida. Então assinto e coloco minha mochila em seu colo e encosto minha cabeça.

— Sem comentários. — Digo, já sabendo que ele iria fazer algum tipo de comentário idiota. — Me acorde quando chegarmos.

Ele faz que sim e só consigo pensar que no ângulo em que estou, posso ver ainda melhor ele. O perfume dele está ainda mais cheiroso e sinto meu corpo relaxando e depois eu fecho os olhos.
Sei que ele está me olhando e tento virar para o lado, mas não consigo e posso ver ele me olhando, analisando meu rosto.
Lá no fundo, bem lá no fundo, eu posso sentir o quanto o meu coração está batendo rápido, o quanto minha respiração está pesada, e do jeito em que estou, eu observo uma coisa coisa Noah também.

O Garoto Do Ônibus || Concluído ✔️ Onde histórias criam vida. Descubra agora