29 - Vamos se ver hoje?

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No sábado, eu acordei já eram por voltas das onze horas da manhã. Após receber uma mensagem de que hoje e amanhã é a minha folga no restaurante. Só acordei mesmo porque levei um susto com meu celular vibrando em baixo do travesseiro.

Peguei o mesmo para ver e era uma mrangem do Noah. Ontem eu tinha dito que lutaria por ele, mas hoje a plena luz da manhã, eu já não tinha tanta certeza assim.

Noah: Está acordada?

Mensagem de uma hora atrás. Nunca tinha dormido tanto numa manhã de sábado como essa. Essa folga era tudo que eu precisava.

Bruna: Sim. Acordei agora!

Me levantei preguiçosamente da cama e fui para o banheiro. Me olhei no espelho, e dei um sorriso. Quando eu dormia bem, eu ficava de bom humor. Senti uma coisinha gostosa em meu peito. Nunca tinha acordado tão feliz e eram apenas onze da manhã.

Talvez hoje o dia não seria tão ruim assim. Escovei meus dentes e lavei meu rosto. Depois calcei meus chinelos e sim, eu tinha péssimo modo de entrar no banheiro descalça e eu sei que corria risco de pegar bactérias, mas o banheiro do meu quarto era limpo.

Peguei meu celular e desci para a cozinha. Meu pai não estava, mas Mary estava em frente ao fogão, com uma bandana amarrada no cabelo e um pano de prato no ombro. Estava mexendo alguma coisa.

- Bom dia. - Eu disse, indo pegar um copo e balancei a garrafa para ver se tinha café. E tinha, então coloquei uma boa quantidade no copo e me sentei na mesa para beber.

- Bom dia? - Mary se virou para mim e deu um sorriso. - Nunca tinha visto você dormir tanto!

- Peguei folga no serviço, então tirei o dia para descansar. - Dei de ombros. Acabei queimando minha língua e fiz uma careta. - Droga!

- Hum, entendi. - Ela se vira novamente e dessa vez, põe um pouco da comida na mão e experimenta.

- O que é isso? - Indaguei, com os olhos fixos no que ela experimentava, que parecia um caldo preto.

- Feijão - Ela diz. - É um prato de origem brasileira. É muito bom. - Faço que sim, mesmo sem saber de nada. - Quer experimentar?

- Isso aí é bom mesmo? - Arqueei as sobrancelhas, me levantando. O caldo estava borbulhando e eu conseguia ver uns grãos, parecidos com soja. - Ui.

- É o paraíso, Bru. - Os olhos dela brilharam e eu gargalhei. - Tenho certeza que vai gostar. Eu cheguei achar que seu pai tinha feito você comer, em uma de suas viagens ao Brasil. - Ela quis dizer, quando ele e eu fomos para lá e ele voltou com ela! Eu realmente não tenho lembrança nenhuma da minha mãe, nenhum traço, mas não gosto de pensar nela.

- Deixe-me ver. - Peguei uma colher do caldo, assoprei e coloquei na boca. Primeiro senti o gosto da coisa e do caldo temperado. Não era tão bom, mas também não era tão ruim assim. ‐ É bom!

- Mentira! Isso é melhor que essas comidas enlatadas que você compra e come. - Ela dá de ombros e revira os olhos. Achei esse gesto parecido com o que eu faço e dei risada.

- Ai ai, isso aí tem gosto de gororoba, mulher. - Rindo, me sentei de novo na mesa e peguei em meu celular.

Havia umas mensagens de Noah. Ele perguntou se eu tinha dormido bem, falei que sim. Então ele ficou puxando conversa e mais conversa, e eu respondendo. Nunca fui que nem aquela garotas que conversam com vários com vários garotos, então essa era primeira vez que eu conversava tanto com um garoto.

Algumas vezes eu nem respondia, outras os garotos não puxavam assunto, eu que fazia isso. Mas com o Noah não está sendo assim. Os assuntos estão fluindo normalmente, e consigo sentir nervosismo mesmo pelo celular, ao conversar com ele. Me sinto até tímida.

O Garoto Do Ônibus || Concluído ✔️ Onde histórias criam vida. Descubra agora