48 - Apologize.

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A primeira coisa que percebi quando cheguei ao aeroporto, é que estava lotado de pessoas. Pelo menos eu não estava sozinha. A assistente de Elle estava comigo, e o Mason também, que me ajudaram a fazer o cheek-in e entrar no avião.

Meu coração estava mais ansioso e apertado do que nunca. Toda hora eu recebia mensagens de Noah, perguntando como eu estava me sentindo, se estava nervosa e se estava bem... e eu respondia. Estava já sentada numa das poltronas do avião, quando escutei Elle falar:

- Bom, o concurso já é amanhã! Uma coisa que não te dissemo. Passará mais rápido do que você dará conta. - Ela disse e eu concordei com a cabeça. - As noites, podemos te levar á alguns passeios por Chicago, acho que você gostaria disso.

- Eu amaria...- Murmurei.

Ela sorriu e olhou pela janela. Mason digitava no celular. Talvez estivesse se despedindo do seu namorado. Pensar na palavra "namorado", me deixava com saudades de Noah, mesmo que ele não seja meu namorado ainda. Mas pelo nível de relacionamento que estamos tendo, pela intimidade e depois de tudo que estamos vivendo nos últimos dias, já dá para considerar como um relacionamento.
Eu só esperava que ele pensasse o mesmo que eu.

O piloto anunciou que iríamos começar nossa viagem, então me remexi, para ficar mais confortável, e senti o avião pegando vôo. Olhei pela janelinha. As únicas vezes que eu tinha viajado de avião, tinha sido para o Brasil, e a última vez que isso aconteceu, eu tinha pouco mais de onze anos.
Agora eu estava indo para Chicago, a milhares de quilômetros de Nova York, para realizar o meu sonho! Eu não estava esperando por nada disso.

Mas Deus foi bom comigo. E as vezes, quando você menos espera, as coisas acontecem!

[...]

- Bruna! - Alguém tocou no meu braço. Levei um susto e abri meus olhos abruptamente.

- O que foi? - Perguntei, assustada.

- Nada. Só fizemos uma parada em Los Angeles. - Mason disse. - Parece que estamos sem galosina. Vamos encher os tanques e continuar com a viagem.

- Ah sim, graças a Deus! - Suspirei, aliviada. - Podemos sair para fora do avião?

- Não, não. Corre o risco de ficarmos aqui, se sairmos para fora. - Concordei com a cabeça. - Faltam pouco mais de seis horas para chegarmos em Chicago. Até lá, pode voltar a dormir. Você precisará de todo descanso possível. - Fiz que sim com a cabeça. Toda vez que a palavra "Chicago" Era mencionada, minha cabeça entrava em Colapso e eu ficava ainda mais nervosa. - Está com fome?

- Estou. - Falei, tirando os fones de ouvido.

- Vou pedir a aeromoça para frazer alguma comida para você. - Ele disse e esperou umas mulheres elegantes, de terninho e salto baixo vir em nossa direção, assim que ele a chamou com as mãos. A mulher sorriu e veio caminhando elegantemente até nós. - Você pode trazer um lanche para nós?

- Sim, claro. Têm preferências? - Ela perguntou. Sua voz era formal e a dicção perfeita, mesmo com poucas palavras.

- Eu quero um hambúrguer com batatas fritas e um suco, pode ser? - A aeromoça fez que sim e esperou Mason falar o seu pedido. O pedido dele foi simples, o que deixou a aeromoça surpresa.

Ela saiu e ficamos esperando ela voltar com nossos lanches.
Já era noite, e Los Angeles era a coisa mais linda a noite. Os milhares de pontinhos brilhantes lá em baixo, uma cidade tão grande, mas tão pequena a nossa vista. Eu podia ver grandes e pequenas coisas, todas brilhantes, que pareciam estrelas.

O avião não estava tão cheio de pessoas, o que era bom. Ninguém ficava muito em cima do outro. Eu estava sentada ao lado de Mason, deixando uma poltrona de distância e Elle sentava a nossa frente.
Eu levava minha bolsa de lado e meus fones. Devo dizer que escutei todas as músicas da Zoe Wees nessa viagem, que ia desde Control que era minha música favorita dela, até Don"t give up que era a música mais nova dela.
Ouvi também um pouco de James Arthur, Ariana Grande e Blackpink. Uma playlist quase toda de músicas.
Eu estava ouvindo Apologize do One Republic, quando Mason pegou no meu braço para me acordar.

Enquanto o lanche não chegava, mandei uma mensagem para meu pai e Noah, dizendo que estava bem e que tínhamos parado em Los Angeles.
Meu coração doía de saudade deles três e porque eu estava tão longe... mas fiquei relembrando a mim mesma que era só uma semana. Logo eu estaria de volta.
Agora que fiz vinte anos, eu teria que me acostumar com a ideia de ficar só, tinha que me preparar para isso, pois vinha pensando em alugar o meu lugar. Um lugar para chamar de meu.

- Aqui está. - A aeromoça me tirou dos meus devaneios. Sorri quando o lanche chegou e peguei o hambúrguer enorme, que estava posto na minha frente. As batatas feitas estavam tão gostosas e tão brilhantes, que minha boca não queria mais nada além daquele enorme hambúrguer e daquelas batatas. A mulher se retirou e eu olhei para Mason.

- Isso aqui está perfeito, sério mesmo. - Eu disse, com a boca cheia.

- Está sim! Eu sou chef de cozinha, e daria uma nota mil para isso aqui. - Ele disse. O lanche dele não era nada parecido com o meu, mas parecia ótimo. Eu olhei, mas não soube dizer qual era o nome daquele lanche estranho, então apenas concordei.

Eu comi a vontade, e bebi um copo enorme de suco de laranja. Me sentia cheia, então fiz um gesto para que a mulher viesse pegar os pratos e talheres.
Respirei fundo, ao notar que já havíamos retornado a viagem. Meu coração estava com medo e ansioso, quando o avião descia e subia novamente pelos céus.

Fechei meus olhos e cliquei para continuar a música. Pensei no sorriso de Howard que me deixava corada de vergonha; e toda vez que ele me olhava tão intensamente, que era obrigado eu desviar, como se ele quisesse saber tudo de mim, me observando.

Quando aterrizasse em Chicago, eu ligaria pra ele.

•••
Seguinte...

O Garoto Do Ônibus || Concluído ✔️ Onde histórias criam vida. Descubra agora