Noah Howard.
Eu definitivamente não estou acostumado á sentir cada coisa estranha. Me sinto tão idiota, tão, mas tão idiota e bobo, que... Deus do céu.
O que são todas essas sensações? Nunca me senti assim por nenhuma garota antes, e o fato de estar sentindo isso, toda vez que vejo a Bruna, me deixa terrivelmente tentado a dar as costas para tudo isso. É uma dor no peito sempre que ela se afasta, e se isso for o que estou pensando, acho que preferia a morte.Nunca sei direito o que é o amor. Minha irmã me disse uma vez, que é uma sentimento que você tem por alguém; é uma vontade de estar perto, mesmo estando longe; uma ansiedade e um formigamento na pele e no peito, sempre que vai ver a pessoa; o coração acelera, e você se torna um bobo.
Nunca acreditei nela, e nem no que os livros contavam. Ninguém esbarra em uma pessoa e se apaixona por ela perdidamente da noite para o dia. Isso, pelo menos para mim não aconteceria.
Não comigo.Mas Bruna me deixa intrigado. Ela é tudo que eu gosto, tudo que eu não gosto. Ela me deixa levemente irritado. Me sinto irritada só por querer algo que nunca vou ter.
Ela demora minutos para responder minha mensagem, e imagino que esteja pensando no que responder.
Mas também né, Noah! Você manda uma coisa dessas como se estivesse flertando com a garota!
Mas depois de longos minutos, ela responde.Bruna: Eu não acredito em absolutamente nada do que você diz, Howard. — Parte de mim odiou receber essa mensagem, mas a outra me fez rir em pensamento.
Noah: Pois deveria acreditar, Bruna. — Mando essa e depois digito rapidamente para ela outra mensagem. — Saiba, que eu nunca minto. Sabe por quê? Porque não gostaria de falar uma coisa e a pessoa dizer que é mentira, ou desdizer minhas palavras.
Ela vê as minhas mensagens sem demora, assim como eu vejo as delas rapidamente.
Me pergunto o que ela está fazendo uma hora dessas em sua casa.Bruna: Ok, ok. — E depois, vem outra mensagem sua, isso quando eu pensava que o assunto morreria ali. — Você está certo.
Noah: Sempre estou certo. Saiba disso. — Me acho, rindo. Gostaria de ver como ela está agora, quando leu minha mensagem. As bochechas rosadas de raiva e o olhar fulminante. Bruna arqueia os olhos e as sobrancelhas quando está com raiva e o peito dela sobe e desce rapidamente. Já percebi isso nela. — Aquelas fotos suas estavam lindas na Time Square.
Sim. Estavam perfeitas.
Os cabelos dela, o olhar lindo e chamativo dela naquelas fotos, o sorriso do tamanho do mundo. E dessa vez, vi o brilho perdido em seus olhos castanhos, quase pretos.
Parecia linda, sorridente e feliz. Ela estava feliz, isso quando tem motivos para odiar a vida.Bruna: Disso eu já não sei. — Responde a minha mensagem e em seguida chega outra dela. — Ah, valeu.
Valeu?
Noah: Valeu não é obrigado, fofa. — Estou rindo dentro da mente. Ela não gosta que eu a chame de "fofa" e eu não sei por qual motivos. — Que tal: Obrigada, Noah Lindo e Gato e Maravilhoso!?
Bruna: Nos seus sonhos, Howard! Você me irrita tanto, que...— Ela desiste de escrever. A está altura, estou gargalhando alto. E então, envio um áudio para ela.
Noah: Calma fofa. Eu só estou te dando uma emoção para o seu pobre e velho coração. - Gargalho.
Bruna: Ser besta você não quer, né Howard? Vai caçar o que fazer! Se quiser ficar rindo da minha cara, pois que fique! Eu tenho mais o que fazer. — Gargalho ainda mais, rindo e rindo. Imagino a sua raiva por mim, o seu ódio.
E quando envio outra mensagem, ela já não está mais online. Acho que ela se zangou comigo e não quer mais nem papo comigo. Eu adoro irritá-la, r vê-la morrendo de raiva, mas não quero perder as chances, sabe.
Tudo que Bruna faz é me odiar. E eu queria que ela não me odiasse, porque eu definitivamente não odeio Bruna McLean.[...]
Já mandei mais de dez mensagens para Bruna, mas ela não responde. Fico irritado, porque eu só estava querendo fazê-la rir, e não que ela ficasse irritada comigo. Mas também, quando pensei muito, eu desliguei o celular e deixei de lado.
Ela que decide se vai responder ou não, mas também não estou ansioso por mensagem dela. Não mesmo.Sarah saiu com a mamãe e eu estou em casa. Sozinho. Essa hora Bruna já está na loja de chás, mas me recuso a ir até lá. Eu não vou mesmo! Ela vai pensar que estou indo para lá só para vê-la, e isso não é verdade.
Ou é?
Me lembro do meu violão antigo e gasto que meu pai me deu, ainda quando ele era presente. Mas um dia o velho disse que ia comprar cigarro e nunca mais voltou. Que cigarro é esse, que anda até o fim do mundo e não acha?
Ele foi embora, mas eu também não ligo. Tenho o meu padrasto, e eu até gosto dele.Toco um pouco de violão, escrevo versos pensando numa certa garota, como um hambúrguer e desenho um pouco, mas nada que me tire do tédio.
Estou num tédio, sem saber o que fazer.
Taco o celular na cama, sem nada para ver. Queria ir beber alguma coisa, sair de casa, mas me recuso. Prefiro ficar em casa mesmo.Porém, vendo que o tédio não iria passar, decido correr pelas ruas de noite. Pego fones, calço tênis esportivos e saio de casa, enviando uma mensagem rápida para minha mãe e outra para Sarah.
Sorte que as ruas da minha casa são iluminadas e seguras. Corro pelas ruas, ouvindo música em alto som, sem me importar.
Só preciso de adrenalina.•••
Seguinte..."Você tá melhor comigo e não sabe"
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O Garoto Do Ônibus || Concluído ✔️
Ficção AdolescenteBruna só tinha 19 anos, não merecia ter que carregar o fardo de tantas coisas sobre si já com tão pouca idade. Uma garota que corria atrás dos seus sonhos e desejos mais profundos do coração, marcada pela vida difícil, tudo que ela queria era uma op...