Stranger Things: Lucas on the Line

Capítulo Dois

Segunda-feira, 26 de Agosto de 1985.

Mamãe deixa a Erica primeiro na escola, depois eu em seguida. O passeio parece que leva uma eternidade, mas logo, o estacionamento familiar da Hawkins High School aparece à vista. Eu nunca pensei realmente em como ele parece plano, comparado com a escola do fundamental, que tem a forma de um celeiro enorme. Isto também significa que todos podem ver tudo, inclusive os calouros sendo deixados por seus pais no primeiro dia.

Eu me agacho no banco e abaixo minha cabeça, tentando chegar abaixo do nível da janela. Mamãe me lança um olhar e eu me sento direito.

— Não há nada de que se envergonhar, Lucas. — Diz ela. — Muitos alunos do ensino médio são deixados pelas mães. A Sra. Miller, de duas ruas abaixo, deixa sua filha. Além disso, a Sra. Harris, na mesma esquina. Deixa o filho e dois amigos. Eles parecem bem com isso.

— Tenho certeza que eles preferem pegar o ônibus. — Olho pela janela. — Pelo menos pare aqui, me deixe encontrar com Dustin e Mike antes de eu entrar. Você quer que eu entre sozinho no meu primeiro dia de colegial?

Mamãe balança a cabeça, mas concorda e encosta. Ela tenta me beijar na testa antes de eu sair. Não.

O estacionamento está cheio de gente, me afoga em sons. Ao contrário do ensino médio, onde era ônibus ou bicicleta se você não fosse levado por seus pais, agora há alunos chegando em seus próprios carros - barulhentos, abruptos, alguns quase batendo o carro enquanto estacionam. É o maior número de pessoas que vi em um só lugar desde aquele malfadado feriado de 4 de julho. Um flashback daquele dia me atinge: os gritos, o som de árvores balançando, o bater dos pés daquele Monstro, sangue – tanto sangue. Tanta gente se foi, tão facilmente.

Eu paro no meu caminho e me livro disso, me trago de volta ao presente. Mas mesmo no presente, estou perdido no mar, sem saber para onde devo ir em seguida. Então eu percebo que há apenas um conjunto de portas da frente de qualquer maneira, e apenas sigo o moinho de estudantes indo naquela direção.

    Encontro Dustin exatamente onde previ: no bicicletário da entrada. Demora um pouco para eu reconhecê-lo no começo, porque, enquanto eu pensava que tinha feito uma reforma completa, Dustin tinha feito uma reforma completa. Agora ele está olhando para o espelho de sua bicicleta e ajustando o cabelo.

    — Que merda é essa?

    O cabelo de Dustin, que já era grande, agora está ainda maior. Talvez porque ele não esteja usando um chapéu para cobrir seus cachos desta vez. Sem isso, o que ele fez com o cabelo é muito claro. Ele explodiu tudo, tentando ir para um mullet. Parece um permanente ruim.

    — Um cabelo bonito. — Diz Dustin. — Do tipo que faz você ser notado pelas razões certas.

    — Deixe-me adivinhar. Você está seguindo o conselho de Steve Harrington novamente.

    — Quem disse que é o Steve? — Dustin dá um tapinha no cabelo, como se isso fosse torná-lo mais curto ou menos encaracolado. — E daí se for ele?

    — Isso explica por que você parece uma Jennifer Beals barata.

    — Ei! Fiz tudo como antes. Lave e condicione com Fabergé Organics e...

    — Quatro baforadas de spray de cabelo Farrah Fawcett, sim, você explicou isso várias vezes. Não deu certo para você no Baile de Neve, e dez dólares dizem que não vai dar certo agora. — Eu balanço minha cabeça. — Cara, você está seriamente viajando. Como você pode não ver que está perdendo o ingrediente mais vital?