Capítulo Dezessete

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Segunda-feira, 16 de Dezembro de 1985.

Desde que entrei na equipe, tivemos exatamente uma sessão de treinos e não correu bem. Ao menos não para mim. Nada me preparou para o caos dos treinos reais – nem as horas de fita que assisti ou o número de treinos na garagem que fiz por conta própria. Todos, menos eu, pareciam saber o que estavam fazendo. O Sr. Theo daria uma ordem, e eles saberiam imediatamente o que significava e como responder. Fiquei de pé muitas vezes, sem saber o que deveria fazer, ou demorando um ou dois segundos a mais para entender o comando. E claro, Jay gritou durante nossas sessões de treino, mas nunca tão alto quanto o Sr. Theo. Seus comandos são estrondosos quando dirigidos a mim.

Quando chego na Educação Física na segunda-feira, o Sr. Theo nos divide em dois times — peles e camisas. Ele divide nós dois calouros entre os dois lados, que já são compostos principalmente por alunos do segundo ano. Lee Garroway acaba nos peles, e eu acabo no lado das camisas, o que é ótimo porque eu odeio mostrar meu peito nu em público. Mas logo fica claro que o lado das camisas não me quer. Eles resmungam quando é anunciado que estou do lado deles, e tenho certeza de que me pediriam para sentar no banco se não fôssemos exatamente cinco.

Pior, acontece que algumas pessoas pularam seus próprios períodos de educação física para sair na academia e de repente estão interessadas no jogo de treino. Um casal é como meus olhos os contam, mas na minha mente, eles parecem muito mais. Especialmente quando, do nada, Mike e Dustin aparecem com... Erica?

Meus olhos se arregalam quando os três se sentam nos bancos da frente na quadra de treino.

— O que vocês estão fazendo aqui? — Eu pergunto, correndo até eles. Para Erica: — O que você está fazendo aqui? Você deveria estar na escola!

— E sentir falta de ver você bater em uma bola como um peixe fora d'água? — Ela zomba. — Além disso, você sabe que a segurança da escola é tão cheia de buracos que é literalmente uma cesta."

Ela nos disse que você estava jogando. — Diz Dustin. Ele e Mike ainda estão vestidos com suas camisas de ginástica, então eles estão claramente matando a aula como todo mundo.

— Pensamos: que diabos? — Diz Mike. — Vamos torcer pelo nosso amigo ou algo assim.

— Não, sem torcida. — Eu digo, olhando por cima do ombro para o meu time, que começa a me olhar para sair no meio de um amontoado. — Ouçam, pessoal, eu realmente aprecio vocês vindo para me ver jogar e tudo mais, mas esse é... talvez não o jogo para fazer isso?

— Por que não? — Pergunta Mike.

— Porque é... chato. Não é um jogo real.

— Parece real o suficiente para mim. — Diz ele. — Espera, você está com medo?

— Eu, com medo? De que?

— De que vamos ver você jogar pra caramba. — Diz Erica. — Um de seus companheiros de equipe – não sei qual – tem uma irmã na minha classe. Ela está sempre tagarelando sobre como ele vai mostrar suas habilidades e ser do time titular. — Ela inclina a cabeça. — Você não acha que vai perder para ele, não é?

— Ok, primeiro, Erica, olha a língua. Além disso, não sei do que você está falando. Estou apenas surpreso, eu não estava esperando vocês.

Stranger Things: Lucas on the LineOnde histórias criam vida. Descubra agora