30 - Dia 100 - Kim e Gucci, uma alegria e uma Proposta

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Dia 100

A Alegria

                           Enfim o dia Cem! Não é um dia qualquer. É o dia que marca uma grande conquista: a nova vida de Kim. Ele agora se sente vivo como nunca. As esperanças renovadas, o amor em si restaurado. A confiança, o amor e o respeito recebidos nessa nova família fizeram com que ele conseguisse ultrapassar esses dias difíceis e ele se sente pronto para seguir em frente.

                           Pela manhã, Kim, Chay, Kinn e Porsche foram ao hospital para conversar com o médico e saber dos últimos exames. Os tios os esperava lá, cheios de amor por eles,  foi um momento especial. Ouvir que está praticamente cem por cento recuperado o fez mais forte. E ter os tios ali, junto deles, foi maravilhoso. 

                           Agora eles chegam juntos em casa. A última visita dos cem dias ao hospital só lhes trouxe alegrias. O check-up do jovem   Kimhan alegrou a todos os familiares. Obviamente que ele sabe que ainda deve tomar cuidados, mas já pode voltar para a faculdade e começar a dar andamento em seus planos para shows, já que o tio e os irmãos estão apoiando sua volta à carreira artística.

                          A primeira reunião da família foi um vasto café-da-manhã especial, preparado por Vand, Khun e Marie. 

                         A mesa posta com carinho, com todos os gostos de Kim e os familiares espalhados. Macau e Vegas que acompanharam tudo cuidando dos interesses de Porsche e Khun, vieram pela manhã, trazendo leite e queijos que tia Nane preparou para a ocasião. Desde que o dia amanheceu que o entra e sai na casa não para. Os amigos mais próximos, primos e até alguns funcionários mais íntimos, Gucci é o único que ainda não desceu. A  ansiedade da espera do bisavô o deixou acordado até tarde na noite anterior. E além disso a criança está ansiosa com suas próprias histórias.

                        Ao ouvir a alegria tomando conta da sala, Gucci desceu rapidamente para o recinto. Trazia flores, que colheu do jardim, envoltas em uma fita dourada que pediu a Marie. Kim ficou feliz com o presente e o pegou no colo, sentando-o ali para tomarem café juntos. 

                        Contrariando todas as expectativas, Gucci passou seu tempo quieto, aceitando ser alimentado pelos adultos e ouvindo suas histórias, sem interferir em nada. Porsche tentou puxar assunto algumas vezes, mas o filho não mostrou interesse. Seus bracinhos só abraçaram, silenciosamente, Kim e Chay durante todo o café.

                       O cuidador de anjos estava bom agora. Para Gucci, que sentia sua responsabilidade de forma real, ter Kim saudável de volta, para cuidar dos anjos da família era maravilhoso. Na cabecinha infantil, Kim tomaria de novo as rédeas do trabalho celestial e ele, Gucci, voltaria a ser uma criança normal que, nas horas vagas, cuida do anjo Kinn...

                      Entretanto, para isso ele deveria antes fazer algo especial, mas como o bisavô estava chegando de volta, ele teria que adiar seus planos e disse isso tão logo sequestrou Kim para uma conversa especial.

                        — Tio Kim, podemos conversar?

                        — Claro, meu pequeno. É aquele assunto?

                         — Sim, aquele assunto.

A Proposta

                       Gucci achava que estava sendo muito discreto. Dava ao "assunto" especial, marcas pontuais com suas mãozinhas e todos os adultos percebiam seus atos e disfarçavam com sorrisos.

                      O local escolhido para o assunto foi o esconderijo embaixo da escada. Kim era o único no mundo que desconhecia o lugar secretíssimo de Gucci. Entrou, sentou-se na cadeira que lhe foi indicada, sentiu-se um grande convidado no espaço do pequeno. 

                     Os móveis que compunham o quartel general do menino eram almofadados com um veludo lilás e com um G enorme envolto em folhas de louro. O invólucro do emblema era um coração de ferro retorcido.

                  Kim sorriu de a criança ter um espaço só dela ali embaixo da escada. Mas surpresa mesmo veio do quadro que era uma fotografia tirada por tio Kan dias antes do transplante. Kim, Kendra Valerie, Kinn e Khun juntos, com o menino ao meio, segurando a perna do tio e da tia.

                Gucci viu a expressão do Kim e explicou.

                — Agora o senhor é meu tio. É irmão da minha tia e namorado do meu tio, então está na minha galeria de família.

                Kim se sentiu sortudo. A foto deles ladeavam outras das pessoas que a criança amava. Big e Ken. Khun e Thorn. Tio Kan, tia Nane e os filhos. Pete e Vand.

                 Passado o momento da surpresa, o músico quis saber o motivo da reunião secreta.

                 — Tio Kim, os celestiais que sabem que são anjos podem se casar?   Eles deixam de ser anjos? Tia Vand esqueceu que é anjo porque casou com tio Rick?

                Gucci estava ansioso por respostas. Pelo visto os últimos cem dias tinham tumultuado a sua cabecinha.

                  — Vai devagar, bebê. Respira.

                   — O senhor sabe?

                   — Hum. Por que você quer saber?

                   — Eu quero que papai case com o anjo Kinn.

                 Kinn não vai se casar com Porsche. Ele nunca conversou isso com o irmão, mas ele sabe que Kinn é uma pessoa insegura. O irmão nunca precisou chegar em ninguém porque seus relacionamentos todos tinham sido negócios vantajosos para o pai. Khorn simplesmente negociava o valor dos filhos em uma mesa de reunião de investidores entre um saquê e um vinho. Ele, Kim, foi poupado de muitas dores pelo irmão, mas para isso, Kinn levou muitos açoites e linchamento psicológico do pai e das doentes que ele obrigava o filho namorar. 

                Só tem uma coisa: Como falar isso para a criança que estava praticamente lhe pedindo a mão do irmão em casamento para o pai dele?

                — Não, meu amor. Os anjos que esquecem que são seres celestiais não se casaram. E  a sua tia Vand é um  ser celestial que   não sabe simplesmente desde sempre.

                — Sendo assim tio Kim, quero que o anjo Kinn seja meu pai também. Ele pode se casar com meu pai?


O murmúrio das Sombras     #KimChay   #KinnPorscheOnde histórias criam vida. Descubra agora