33 - Kim e Kendra estão estreitando laços...

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No carro

                          Kim e Kendra saíram para buscar Gucci no acampamento escolar. mesmo tendo passado alguns dias, o assunto ainda está muito  novo na cabeça do irmão caçula e ele quer conversar sobre isso.

                          — Kendra, como você se sente tendo um irmão gêmeo?

                           — Ainda não engoli isso. Vai demorar um pouco para eu entender. Desde que vocês vieram morar conosco tenho tido mais facilidade de me aproximar dele e no hospital ficamos muito próximos, mas não sei se foi por sermos gêmeos. Não sei se isso vai mudar alguma coisa.

                           — Eu nunca imaginei isso. Achava que você fosse mais velha. Não que pareça, claro. Mas era porque o Kinn não tem lembrança de você...

                           — Eu achava que ele fosse mais velho também, Kim. Incrível como apenas fomos imaginando, sem nos questionar nada.

                           — Precisou o vovô chegar e começar abrir a caixa de Pandora. Mas por outro lado, Kendra, depois que ele e eu descobrimos sua verdadeira identidade, acabei piorando e nem podemos conversar mais nada. Foi bom vovô ter vindo para cá...

                          — Você aceitou ele como seu avô logo, não é?

                           — Acho que sim. Mas depois que Chay e eu assumimos nossa relação, ele ligou para o avô e contou. De lá para cá, o seu Thorn nunca deixou de ligar e conversar comigo. Inclusive depois do transplante. Acabei aceitando o amor dele, embora não esteja ainda muito acostumado com isso.

                         — Ele é maravilhoso. E é a pessoa que realmente conhece nossa história, Kim. Ele foi amigo dos pais de nossa mãe e das tias e foi por isso que o vovô deixou para ele o poder de cuidar da herança do Khun.

                        — Na verdade, acabamos tendo a sorte de tê-lo por guardião do Khun. Aquele homem não pode tocar nele...

                       — Verdade. Olha quem vem vindo ali.

                      Entretidos na conversa, nem perceberam o tempo passar e já estavam na escola de Gucci. O menino vinha todo animado ao encontro deles, trazendo sobre os pequenos ombros a mochila e o colchonete de acampamento.

                      — Oi, tio Kim! Seu primeiro passeio foi mesmo vir me buscar no acampamento na escola? — Entrou no carro, enquanto Kendra guardava sua bagagem no porta-malas. 

                      — Prometi, não foi?

                      — Sim. E foi como o médico quando podemos ir ao shopping?

                      — Eu não fui hoje lá. Quanto a passearmos no shopping, isso vai ter que esperar. Mas podemos ir ao campo ou à praia. Qualquer passeio sem muita gente estranha. Mas, diga-nos como foi o seu acampamento?

                      — Horrível! Os meninos choraram e os pais vieram buscar eles. Acabou que  fiquei sem amigo no primeiro dia. Tem mosquito no parque florestal da escola. Nunca mais venho. E perdi de ver o vovô chegar à toa.

                     Kendra riu da ladainha do sobrinho que nem respirava, reclamando.

                    — Vovô veio ver você. Ele nos contou. — Kim respondeu o menino, que deu de ombros, voltando à sua reclamação.

                    — Veio. E não quis me levar para casa com ele. — O bico estendeu-se e ele quase chorou, sem lágrimas e sem sentimentos.

                   — Ficou triste?

                   — Não muito. Mas já queria ir embora naquele dia... — Confessou, olhando para o relógio do tio.

                   — Vamos embora. Temos que buscar verduras na casa da tia Nane.

                  — Oba! Vou ver os coelhos!

                  O carro arrancou ao som do riso de Kim, que sussurrou para a irmã:

                  — Os coelhos estão lá em casa. — Kendra riu, com malícia.

                 Gucci, curioso por não ouvir, perguntou:

                 — O que o senhor disse tio, Kim?

                — Disse que P'Pete chegou agora à tarde de Chiang Mai e foi ver o vovô.

                 Os olhinhos do menino brilharam de felicidade e ele respondeu, encobrindo a risada da tia:

                 — Estava com saudades de tio Pete. 

                 — Saudade, bebê, apenas saudade.

                 Gucci imitou a tia, fazendo mímica no banco de trás. Os tios vendo pelo retrovisor, riram, fingindo não notar a gracinha.  

O murmúrio das Sombras     #KimChay   #KinnPorscheOnde histórias criam vida. Descubra agora