No carroKim e Kendra saíram para buscar Gucci no acampamento escolar. mesmo tendo passado alguns dias, o assunto ainda está muito novo na cabeça do irmão caçula e ele quer conversar sobre isso.
— Kendra, como você se sente tendo um irmão gêmeo?
— Ainda não engoli isso. Vai demorar um pouco para eu entender. Desde que vocês vieram morar conosco tenho tido mais facilidade de me aproximar dele e no hospital ficamos muito próximos, mas não sei se foi por sermos gêmeos. Não sei se isso vai mudar alguma coisa.
— Eu nunca imaginei isso. Achava que você fosse mais velha. Não que pareça, claro. Mas era porque o Kinn não tem lembrança de você...
— Eu achava que ele fosse mais velho também, Kim. Incrível como apenas fomos imaginando, sem nos questionar nada.
— Precisou o vovô chegar e começar abrir a caixa de Pandora. Mas por outro lado, Kendra, depois que ele e eu descobrimos sua verdadeira identidade, acabei piorando e nem podemos conversar mais nada. Foi bom vovô ter vindo para cá...
— Você aceitou ele como seu avô logo, não é?
— Acho que sim. Mas depois que Chay e eu assumimos nossa relação, ele ligou para o avô e contou. De lá para cá, o seu Thorn nunca deixou de ligar e conversar comigo. Inclusive depois do transplante. Acabei aceitando o amor dele, embora não esteja ainda muito acostumado com isso.
— Ele é maravilhoso. E é a pessoa que realmente conhece nossa história, Kim. Ele foi amigo dos pais de nossa mãe e das tias e foi por isso que o vovô deixou para ele o poder de cuidar da herança do Khun.
— Na verdade, acabamos tendo a sorte de tê-lo por guardião do Khun. Aquele homem não pode tocar nele...
— Verdade. Olha quem vem vindo ali.
Entretidos na conversa, nem perceberam o tempo passar e já estavam na escola de Gucci. O menino vinha todo animado ao encontro deles, trazendo sobre os pequenos ombros a mochila e o colchonete de acampamento.
— Oi, tio Kim! Seu primeiro passeio foi mesmo vir me buscar no acampamento na escola? — Entrou no carro, enquanto Kendra guardava sua bagagem no porta-malas.
— Prometi, não foi?
— Sim. E foi como o médico quando podemos ir ao shopping?
— Eu não fui hoje lá. Quanto a passearmos no shopping, isso vai ter que esperar. Mas podemos ir ao campo ou à praia. Qualquer passeio sem muita gente estranha. Mas, diga-nos como foi o seu acampamento?
— Horrível! Os meninos choraram e os pais vieram buscar eles. Acabou que fiquei sem amigo no primeiro dia. Tem mosquito no parque florestal da escola. Nunca mais venho. E perdi de ver o vovô chegar à toa.
Kendra riu da ladainha do sobrinho que nem respirava, reclamando.
— Vovô veio ver você. Ele nos contou. — Kim respondeu o menino, que deu de ombros, voltando à sua reclamação.
— Veio. E não quis me levar para casa com ele. — O bico estendeu-se e ele quase chorou, sem lágrimas e sem sentimentos.
— Ficou triste?
— Não muito. Mas já queria ir embora naquele dia... — Confessou, olhando para o relógio do tio.
— Vamos embora. Temos que buscar verduras na casa da tia Nane.
— Oba! Vou ver os coelhos!
O carro arrancou ao som do riso de Kim, que sussurrou para a irmã:
— Os coelhos estão lá em casa. — Kendra riu, com malícia.
Gucci, curioso por não ouvir, perguntou:
— O que o senhor disse tio, Kim?
— Disse que P'Pete chegou agora à tarde de Chiang Mai e foi ver o vovô.
Os olhinhos do menino brilharam de felicidade e ele respondeu, encobrindo a risada da tia:
— Estava com saudades de tio Pete.
— Saudade, bebê, apenas saudade.
Gucci imitou a tia, fazendo mímica no banco de trás. Os tios vendo pelo retrovisor, riram, fingindo não notar a gracinha.
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O murmúrio das Sombras #KimChay #KinnPorsche
Fanfiction🌿Concluída🌿 Nesse universo alternativo os Theerapanyakul vivem uma realidade muito diferente e complexa. Kim ainda é um músico. Chay é um artista plástico jovem, apaixonado por música. Diferentes, mesmo que circulem pelo mesmo espaço, o encontro...