P'Kan tem sofrido tudo calado. São anos suportando todas as barbaridades do irmão. Sinceramente, tinha perdido a fé na capacidade de regeneração de seu Pi. Vinha há anos, perdoando seus deslizes e crimes tendo o pedido da mãe sendo ressuscitado na mente dia a dia.
Deixou a morte da esposa passar porque Khorn prometeu matar o próprio filho se ele se intrometesse mais uma vez na "criação" dos filhos. Sua revolta era que ele fez da cunhada amante e depois a deixou morrer à míngua. Pior fez quando quando ela se foi! Quis fazer de Tankhun, uma criança mirrada na época, seu escravo.
P'Kan nunca vai esquecer de ter encontrado aquela criança minúscula carregando um balde d'água. Um balde d'água! Aquilo dói ainda, infinitamente. Então, quando ele quis tirar o peso do menino, aquele idiota atirou no próprio filho. Em sua memória ainda vê a sua esposa querida, que só tinha ido ver o sobrinho, entrar na frente da bala assassina e acabar ali, estendida em sua frente, morta, envolvendo o corpo infantil em seus braços e sangue.
Naquele dia. ele ganhou um filho, é fato. Um filho que ama, é verdade. Nunca fez distinção entre ele, Vegas e Macau, mas a que preço?
Ainda lembra do diálogo em cima do corpo de sua amada esposa:
— Se você não me delatar, eu lhe dou aquela porcaria que essa tonta tentou defender. Aquilo é um lixo, igual você. Uma aborto mal feito, N'Gun.
O ódio e o sarcasmo pesados em dose igual e ele, P'Kan, teve que abrir mão da Justiça pela mãe de seus dois filhos, em nome da segurança daquela criança que estava ali à sua frente, suja, faminta e parecendo ter menos idade do que realmente tinha.
Nunca vai esquecer de quando os médicos disseram que ele jamais lembraria do que viveu. E P'Kan só contou sobre seu passado, de forma moderada, porque precisou tirar os três filhos e Kendra da Tailândia, temendo que eles fossem feridos.
Agora as coisas são diferentes. Além de todas provas importantes que possui, vinculando o irmão a diversos crimes, P'Khorn já não esconde mais seu ódio e agora quer atingir a família que protegeu sua pequena Kendra. Por isso decidiu levá-los para Chiang Mai. Não é um lugar seguro, mas conhece a seriedade dos policiais dali, eles saberão como conduzir as investigações que há meses ele incentivou. Ele agora só precisa fazer com que o irmão seja preso em flagrante.
Em Chiang Mai
Na residência da família de Kan a conversa é séria. O homem acredita que os sonhos são um recado de Maverick.
Assim, estão todos conversando sobre como algumas ocorrências passadas estão relacionadas com os sonhos de Vand e agora, de Gucci. O menino simplesmente sonhou, uma noite antes do sequestro de Porsche que os pássaros tinham voado até o carro de Kinn e só não o lavaram embora porque Kinn tinha se transformado em Maverick. No dia ninguém entendeu o sonho. Mas tão logo o carro onde Kinn deveria ir pela manhã foi cercado por outros automóveis e Porsche foi raptado, o bisavô chamou Kan para juntos resolverem o caso.
Agora a conversa flui normalmente na sala.
— Você lembra do que o Maverick lhe disse no sonho, Vand?
Vand lembra nbem, mesmo que pareça confusos agora, mas ela também não entendeu o sonho de Gucci e se o Destino não tivesse se intrometido e o carro de Porsche não amanhecesse com problemas, ela não quer saber o que teria acontecido ao Kinn.
VOCÊ ESTÁ LENDO
O murmúrio das Sombras #KimChay #KinnPorsche
Fanfiction🌿Concluída🌿 Nesse universo alternativo os Theerapanyakul vivem uma realidade muito diferente e complexa. Kim ainda é um músico. Chay é um artista plástico jovem, apaixonado por música. Diferentes, mesmo que circulem pelo mesmo espaço, o encontro...