𝕵𝖔𝖏𝖔'𝖘 𝕭𝖎𝖟𝖆𝖗𝖗𝖊 𝕬𝖉𝖛𝖊𝖓𝖙𝖚𝖗𝖊𝖘 - 𝕴𝖒𝖆𝖌𝖎𝖓𝖊𝖘

𝕻𝖗𝖔𝖘𝖈𝖎𝖚𝖙𝖙𝖔 - 𝕬𝖗𝖗𝖔𝖌𝖆𝖓𝖙𝖊

Irritante, arrogante, babaca! S/n podia encaixar tudo isso e muito mais à imagem de Prosciutto.

Eles realmente se odiavam, mesmo sem um motivo específico. Eram suas personalidades que não batiam...S/n era alegre, extrovertida e sociável, enquanto Prosciutto era sério, frio e rígido.

O fator mais agravante disso tudo era a amizade de S/n e Pesci; Pesci é o irmão mais novo de Prosciutto, e ele acaba tendo muito contato com a garota por conta disso.

O colégio todo esperava que um dia eles se tornassem um casal, em um daqueles casos em que o ódio é na verdade amor incubado, mas tanto S/n quanto Prosciutto garantiam que não.

Como ela poderia namorar alguém tão cheio de si? Como ele poderia namorar alguém tão infantil? A resposta é simples: Através de um incidente.

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S/n saiu da aula de história apressada; ela acabou dormindo diante de todas aquelas datas e perdeu o horário do almoço.

Pesci estava doente naquele dia, e ela teve que lidar com a escola sozinha. Ela se dirigiu ao armazém da ala sul, lugar onde ela e seu amigo costumavam comer. Você não pode julgar, é um local tranquilo e fresco, diferente do refeitório do colégio e além disso, tinha uma máquina de café por lá! Havia outro armazém parecido na ala norte, mas S/n nunca entrou lá; Pesci sugeriu certa vez, mas ela preferiu continuar frequentando o que eles já conheciam.

É claro que aquele não estava sendo um dos melhores dias da vida dela, e a janela que dá acesso ao local estava lacrada. Ela nunca usava a porta, está sempre trancada para evitar o acesso de estudantes a máquina de café. Talvez tenha sido isso que fez as janelas serem lacradas, eles finalmente descobriram que havia alguém roubando.

Sem muitas opções, a garota decidiu seguir o conselho de Pesci e tentar entrar no armazém da ala norte. Foi uma caminhada relativamente longa, mas tudo valeu a pena quando S/n se deparou com a janela destrancada.

Ela não demorou muito tempo do lado de fora, simplesmente deslizando pelo pequeno espaço com um pouco de dificuldade, porém com sucesso. O lugar não era muito alto e ela aterrissou tranquilamente no chão, a marmita ainda em mãos.

- O que diabos você está fazendo aqui? - Ela ouviu a voz grave e familiar assim que pisou os pés no local

Ela olhou ao redor, apenas para encontrar ninguém menos que Prosciutto, seu inimigo natural, encostado em uma das paredes enquanto fumava um cigarro.

- Eu poderia te fazer a mesma pergunta - Ela respondeu

- Eu estou sempre aqui - Prosciutto zombou - Eu sei que você e meu irmão ficam na ala sul, por que você não volta para lá?

- Está fechado, ou eu não ficaria mais um segundo aqui com você

- Infantil - Ele bufou

A garota resolveu apenas ignorar e se sentar em um canto afastado. O local não era grande, mas dava para ela comer sem ter que olhar para expressão de nojo dele.

Eles ficaram em silêncio por um tempo. Ela comendo, ele fumando.... não foi uma atmosfera necessariamente ruim, estava um clima até tranquilo no local.

Isso até ambos escutarem o som da porta se abrindo e uma voz soando meio distante.

- Tem alguém aí?

A essa altura, S/n já havia terminado seu almoço e pretendia ficar longe de Prosciutto antes que eles começassem a brigar novamente, ela mal podia acreditar que alguém estava indo conferir o lugar, isso nunca aconteceu no armazém da ala sul!

Antes que ela pudesse raciocinar um jeito de sair dessa situação, ela sentiu mãos firmes agarrarem sua cintura e a arrastar até um pequeno espaço entre os armários.

Prosciutto se agarrou a S/n naquele lugar apertado, uma de suas mãos tapando completamente a boca dela. A garota podia sentir todos os músculos dele pressionados contra seu corpo de tão grudados que ambos estavam.

- Vamos, eu ouvi o barulho

A voz do funcionário estava cada vez mais perto do esconderijo, fazendo a tensão de S/n e Prosciutto dobrar. Ele estava em frente do pequeno espaço onde eles estavam espremidos, mas felizmente de costas para os estudantes.

Para sorte de ambos, o funcionário acabou desistindo pouco depois, nunca se virando para o local onde certamente acharia quem procurava.

Ao ouvir a porta sendo batida novamente, Prosciutto retirou a mão da boca da garota, fazendo S/n soltar um longo suspiro de alívio.

- Não saia agora, ele pode voltar - O mais velho disse

O nervosismo voltou para o corpo de S/n, enquanto ela era obrigada a ficar mais alguns minutos grudada em Prosciutto. Por mais que odiasse a ideia, ela não pode deixar de corar. Não é como se ela gostasse dele, era a proximidade que a deixava nervosa.

- Isso deve ser suficiente - Prosciutto finalmente se desgrudou dela, saindo do local

S/n repetiu suas ações, com a cautela de esconder seu rosto ainda vermelho do garoto, ela não queria que ele pegasse no pé dela pelo resto da vida por causa disso.

Prosciutto por sua vez, ficou surpreso ao se virar para a jovem e vê-la completamente envergonhada. Ele sabia que era bonito, muito bonito, mas não pensou que seu charme afetaria S/n.

- Você está corando? - Ele perguntou automaticamente

- E daí? - Ela bufou, já esperando algum comentário que faria jus a arrogância do garoto

- É só.... - Ele desviou o olhar dela rapidamente, pegando e acendendo um outro cigarro para disfarçar seu próprio nervosismo - Você fica bonita assim

- O-o que!? - A garota ficou mais vermelha, se isso era possível

- Quero dizer.... você é bonita - Ele tomou coragem para dizer

- P-prosciutto, o que você....? Quero dizer, o-obrigado

Virando-se para sair correndo daquela situação embaraçosa, S/n se despediu fracamente do garoto que supostamente odiava.

- E-eu vou indo agora, d-desculpe aparecer no seu local e-

- S/n - Prosciutto a interrompeu, se aproximando perigosamente da garota

- S-sim

Ele apenas abaixou, de modo que seus rostos ficassem na mesma altura, e a beijou docemente.

A sensação dos lábios suaves de S/n fez borboletas explodirem no estômago de Prosciutto. Ele geralmente não era tão gentil, mas não queria deixar a mais nova desconfortável.

- Fica. - Ele pediu simplesmente, decidindo assumir para si mesmo que havia algo entre os dois antes mesmo que ambos percebessem.

E ela ficou, esquecendo completamente de que um dia o achou arrogante.