E podia tudo estar dando errado pra mim, mas com você dá certo

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Vamos para mais um capítulo?

Aproveitem!

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"Vida," Naiane chamou suavemente, com cuidado para manter o tom baixo já que o quarto estava ainda totalmente escuro. As cortinas ainda estavam abaixadas, as luzes estavam desligadas, e Júlia ainda estava deitada debaixo das cobertas, só com sua cabeça aparecendo. "Tu foi dispensada do treino hoje também? Se tu não levantar, vai acabar se atrasando."

Júlia resmungou, se enrolou mais nas cobertas, e não respondeu, o que fez Naiane se preocupar mais ainda. A levantadora entrou no quarto, fechou a porta atrás de si e se locomoveu pelo quarto com cuidado para não esbarrar em nada já que as luzes estavam apagadas. Ela andou até a cama e se sentou na beirada do colchão, o que fez Júlia gemer de dor.

"O que foi?"

"Eu tô com dor de cabeça," a central explicou. Ela suspirou e se mexeu na cama, tentando chegar mais perto de Naiane sem piorar a dor que parecia prestes a explodir sua cabeça. Ela já havia acordado no meio da noite com um latejar insistente nas têmporas e só havia ficado pior, mesmo depois dela tomar um remédio. Júlia não quis perturbar Naiane, mas a dor só foi piorando e agora, quando ela já devia estar se preparando para sair para o treino, a loira não conseguia nem pensar em sair de onde estava.

"Quer que eu pegue o remédio pra você, vida?" Naiane perguntou, levando uma mão para passar os dedos pelos cabelos loiros da namorada, com cuidado para não puxar nenhum fio ou fazer pressão.

"Eu tomei já, preciso esperar até as dez pra tomar de novo." Júlia conseguiu se mover o suficiente para colocar um braço em volta da cintura de Naiane e escondeu seu rosto na coxa da mulher mais velha. "Eu preciso ligar pro Minas e avisar que eu não vou conseguir ir pro treino agora de manhã. Acho que eu vou tentar marcar um encaixe no médico, deve ser uma gripe."

Naiane mordeu o lábio inferior para não falar o que ela estava pensando, optando por passar a mão pelos cabelos de Júlia por mais um tempo. Ela sabia que, muito provavelmente, a dor de cabeça repentina de Júlia não tinha nada a ver com gripe, mas sim estava sendo causada pelo pico de estresse e ansiedade do dia anterior. Naiane podia oferecer algumas soluções mais naturais envolvendo chá, talvez até um banho quente, mas sabia que o desconforto só iria passar quando sua namorada conseguisse lidar com os sentimentos conflitantes dentro de si. Mesmo assim, ela podia tentar fazer algo para ajudar.

"Deixa que eu aviso lá, vida."

"Justo perto assim da final," Júlia reclamou. "O pessoal vai me matar."

"Fica tranquila," a levantadora pediu. "Todo mundo vai entender. Tu consegue ligar pro teu médico ou quer que eu tente?"

"Eu ligo." Júlia suspirou de novo. "Eu vou tentar ir pro treino depois de sair do médico."

"Não força se tu não estiver bem, vida," Naiane disse, correndo os dedos pelos fios macios uma última vez antes de começar a se afastar. "Eu vou fazer um chá de capim-limão pra você antes de ir. Vou pegar da hortinha." A paraense sorriu ao se lembrar da pequena horta que ela havia feito na sua lavanderia, usando vasos compridos e prateleiras onde ela podia deixar as poucas plantas que ela havia conseguido cultivar no espaço apertado do apartamento.

"Não precisa, meu amor," a mais nova tentou argumentar, não querendo atrasar a namorada.

"Fica aí quietinha, já volto."

Naiane voltou minutos depois para o quarto, deixando uma xícara, que ela havia comprado para Júlia, cheia de chá na mesinha ao lado da cama. Ela se inclinou para dar um beijo suave na cabeça da central, então se afastou de novo.

Laranja - NaJuOnde histórias criam vida. Descubra agora