Também manda quem tá do seu lado se f*

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Mais um capítulo e, dessa vez, pra ajudar a distrair até o resultado das eleições! Espero que, quem podia, carcou o dedo no 13 com força!

Aproveitem esse capítulo novo, deixem comentários e reclamem sobre essas duas gays lentas.

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(dia 28)
"Bola... Jogador... Cesta... Basquete!" Naiane pulou animada, batendo uma mão na outra quando finalmente acertou a mímica de Rosamaria, que estava no meio da sala gesticulando loucamente.

"Até que enfim, né Naiane!" A oposta reclamou, jogando a carta com a palavra da mímina no monte de cartas que já haviam feito parte do jogo. "Não aguento mais perder. Quando você ficou ruim em mímica?" A loira ralhou levemente irritada.

Era próximo das oito da noite e o quarteto se encontrava na sala do apartamento de Rosamaria jogando Perfil. Elas decidiram fazer um duelo de duplas e quem perdesse iria pagar a conta do iFood fazendo o pedido para as quatro. A central mais velha até tentou argumentar de que queria ser a dupla da noiva, mas imediatamente a oposta negou dizendo que Gattaz a faria perder e ela queria ganhar, o que fez com que as duplas terminassem sendo Naiane e Rosamaria, Júlia e Carol. Bom, se Rosamaria queria ganhar isso iria acontecer com bastante facilidade já que Gattaz não se importava em perder para sua mulher, e no momento, sua diversão estava sendo observar Júlia babando Naiane durante todo o jogo. Algumas garrafas de vinho estavam abertas, denunciando que elas estavam ali já há um bom tempo, mas não tinha problema, afinal era feriado, elas estavam de férias e mereciam curtir momentos bons em amigas.

"Vai, Ju, tua vez de jogar o dado."

A menina sorriu meio envergonhada e saiu do transe quando a levantadora chamou sua atenção. Júlia pegou os dados da mão de Naiane, balançando-os e jogando sobre a mesa de centro em seguida. "Graças a Deus!" Ela disse assim que o D de desenho apareceu em um dos dados indicando que ela precisaria desenhar a palavra ao invés de fazer uma mímica. "Ôh, mãe, se liga aí, temos que ganhar pelo menos uma." A mais nova olhou a inicial indicada no segundo dado e pegou o caderno e a caneta preta. "Vai, conta até três aí pra virar."

"1... 2... Já!" Júlia começou a desenhar algo totalmente sem forma no caderno, até que surgiu algo que parecia um animal de quatro patas. "Cachorro, gato, golden retiver, mula," Gattaz disparou em falar todos os animais de quatro patas que conhecida. "Mula?" Ela repetiu quando a mais nova fez sinal de parecido com as mãos. "Boi... Gado." Júlia balançou a cabeça freneticamente em negativa.

"Mas aí ela teria que ter desenhado você, véia," Naiane provocou.

O tempo corria e a mais nova decidiu fazer uma ferradura começando pelo c. "Usa ferradura... Cavalo!"

A central mais velha gritou levantando do próprio lugar, feliz de ter acertado quando Júlia acenou em acordo várias vezes. Gattaz e ela bateram as mãos no ar, rindo juntas, e foi segundos depois quando, em comemoração, Júlia abriu mais uma garrafa de vinho. O jogo seguiu por um tempo e Júlia não conseguia tirar os olhos de cada movimento de Naiane. O jeito que ela movia os dedos, que sorria animada, e até mesmo o jeito que ela fazia uma trança larga no cabelo enquanto o jogo corria. Se desde que achou a caderneta de Naiane em uma de suas malas Júlia sabia que ela havia tomado a pior decisão de sua vida ao ter terminando com a morena, os últimos dias foram cruciais pala ela ter certeza absoluta de que havia se arrependido. Afinal, de que adianta mentir pra si e dizer que estava bem se só de ouvir seu nome pronunciado pela morena e sentir seu cheiro fazia o corpo inteiro da central tremer? Ali na sala, olhando Naiane junto de suas amigas sendo simplesmente ela, Júlia colocou em sua mente que deixaria ela saber o quanto estava arrependida e teria a morena de volta. A mais nova foi tirada de seus pensamentos quando a o interfone tocou, anunciando a chegada da janta delas.

"Eu vou!" Rosamaria disse já se levantando do chão e indo rumo à porta.

"Graças à deusa, preciso fazer xixi ou vou me mijar," Naiane falou saindo em pulinhos pelo corredor.

Assim que se viram sozinha com Gattaz na sala, Júlia apreciou alguns segundos de silêncio, mirando o corredor pelo qual Naiane havia saído. A mais nova não percebeu, mas Gattaz lhe observava com um sorriso levemente preocupado. A mais nova passou a mão pelos fios longos respirando fundo num ato de falar o que queria, tentando dar voz ao que ela queria pedir, sem ser direta naquilo.

"Você já se arrependeu de alguma coisa?"

Por algum motivo, Gattaz abriu um sorriso, agradecendo mentalmente pela mais nova iniciar aquela conversa que ela estava louca para ter há alguns dias. "Estamos falando da Naiane aqui?"

Quando viu que Gattaz não ia deixar ela continuar fingindo que o assunto não era aquele, a mais nova voltou todo seu corpo para a outra central e continuou falando sem tentar mascarar mais. "Do que mais seria? Eu to amando a Turquia... Mas vejo você e a Rosa juntas, e esses últimos dias têm sido tão bons, e... sinto falta dela."

"Ih, invejosa," Carol brincou, arrancando uma risada meio bufada de Júlia. "Cê sente falta dela ou é carência?" Ela perguntou séria dessa vez, deixando que a menina se explicasse quando viu a menor pegar fôlego.

"Não é inveja, é só que... eu sinto falta de viver isso com ela em todos os âmbitos. Quando vocês ganharam o campeonato, eu falei contigo, falei com a Becca e a Kisy, mas não falei com ela porque não sabia se podia, ou se ela queria." A mais nova cuspiu de uma vez toda sua aflição em forma de palavras. A menina tinha aqueles pensamentos rodando em sua mente por muito tempo e, por algum motivo, ela sempre sentiu confiança na central mais velha para dividir certas coisas, não só pela brincadeira de mãe e filha. Quando se é jovem daquele jeito e se passa muito tempo viajando com um time, é natural a busca por uma referência mais velha. No caso de Júlia, a menina teve sorte de sua referência já ser alguém próximo de Laura e que já conhecia outros familiares seus, o que literalmente fez com que Gattaz se tornasse de fato parte de sua família.

"Júlia, eu acho que é bem claro pra todo mundo que ela ainda te quer. O que você precisa saber é se você quer ela," Gattaz falou para a outra mulher, apoiando uma de suas mãos em seu ombro.

A mais nova olhou para Gattaz com um brilho os olhos e endireitou a coluna; "Eu quero!" O brilho que os olhos verdes da menina tomaram no momento que ela endireitou a postura e falou a palavra de forma firma fez Caroline sorrir.

No entanto, a mais velha não podia deixar de reforçar a situação na qual elas estavam. "Quer mesmo? Então faça por onde. Vocês chegaram aqui por uma escolha sua, e não falo isso pra te punir ou te machucar."

"A gente quase se beijou antes de vocês voltarem com a Haak," Júlia confessou, causando um sorriso em Naiane que, nesse momento, voltava do banheiro e podia ouvir a conversa de ambas no corredor. A morena até pensou em interromper e mostar que havia retornado, mas ela queria saber o que mais Júlia falaria para Gattaz naquela conversa e ninguém poderia julgá-la já que Júlia parecia não ter coragem o suficiente para falar diretamente com ela. Por esse motivo, a morena parou no batente do corredor, observando a conversa das duas centrais sem se deixar ser notada.

"Eu sei, eu vi."

"Eu me arrependo...." Júlia tomou alguns segundos para respirar e sorrir antes de voltar a falar. "De tudo! Por uns segundos vivendo isso tudo com ela, tive um pouquinho de esperança de que talvez a gente possa voltar a dar certo."

A morena sorriu ao ouvir as palavras da mais nova e, quando seus olhos miram o centro da sala, seu olhar se cruzou com o de Gattaz, que lhe olhava sorrindo antes de voltar a falar apoiando uma das mãos no ombro da mais nova. "Você só vai saber se tentar, e isso não fez ainda."

No mesmo instante, o barulho da chave rodando na porta fez Naiane dar um pulo no mesmo lugar e começar a se direcionar de voltar para a sala junto com as demais. "Nai, aproveita que tu tá em pé e pega um rolo de papel toalha aí na cozinha," Rosamaria pediu assim que deu um passo para dentro do apartamento. A morena deu meia volta em seu próprio eixo para buscar o pedido. Assim que chegou na sala, as taças já estavam cheias novamente e os pedaços de pizza estavam cortados para que começassem outra rodada do jogo enquanto comiam. Ela não conseguiu tirar o sorriso do rosto o resto da noite.

Laranja - NaJuOnde histórias criam vida. Descubra agora