E talvez o mais bonito é que chega o fim, nenhum momento é igual a esse aqui

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Feliz Natal, galera!

Bom, feliz véspera de Natal ainda, mas já desejando felicidades pro dia de amanhã também.

Espero que tenham um excelente feriado!

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"Entregue," Júlia anunciou, puxando o freio de mão do carro após estacionar na frente do prédio de Naiane. Ela virou a cabeça para olhar para a levantadora, deixando seus lábios curvados em um sorriso suave quando viu que a mulher já estava a olhando. "Eu te sequestrei, mas te trouxe de volta," brincou.

"Eu achei que não tinha sido um sequestro," Naiane rebateu ao arquear uma sobrancelha. Júlia soltou uma risada nasalada, deixando sua cabeça pender por um momento, antes de olhar para Naiane de novo. "Quer entrar?" A morena perguntou.

Apesar de não querer se separar de Naiane ainda, mesmo tendo passado os últimos dias com ela, Júlia teve que declinar o convite com uma careta. "Eu vou pra casa agora acalmar os ânimos da Laura." Sua irmã já estava em Belo Horizonte com a certeza que ia ter que buscá-la no aeroporto na manhã seguinte.

Naiane acenou com a cabeça, mascarando bem a sua tristeza por não poderem ficar mais tempo juntas. "Tu vai ter um interrogatório pra responder," tentou aliviar o clima.

Júlia suspirou. "Eu sei."

Naiane não falou nada de imediato, preferindo observar a expressão da central por alguns segundos, antes de inclinar a cabeça para o lado. "O que tu vai falar pra ela?"

"Eu não queria falar muita coisa, pra ser sincera," Júlia admitiu. "Quanto menos ela souber, menos ela vai encher o saco."

Naiane esticou seu braço, procurando com a ponta dos dedos a mão de Júlia, que prontamente entrelaçou seus dedos, arrancando um sorriso das duas. "Eu acho que a gente não precisa de nenhuma pressão de fora agora também," ela completou. "A gente pode não falar nada só por mais um tempinho."

Júlia sabia que, assim que as pessoas soubessem que elas haviam passado os últimos dias juntas, suas amigas iriam começar a perguntar e não iriam largar do pé delas. Não por mal, é claro. Suas amigas se importam com elas e queriam que elas fossem felizes, mas ter aquela quantidade de pessoas perguntando e querendo saber como as coisas estavam se encaminhando não iria ajudar muito as duas a reconstruírem seu relacionamento. E, para Júlia, era isso que estava acontecendo. Não era difícil, portanto, concordar com Naiane que era melhor se elas evitassem falar alguma coisa por enquanto. Ela iria inventar uma história qualquer para Laura, provavelmente falar que seu voo foi adiantado e suas mensagens não haviam sido enviadas ou algo assim. O mais importante era não correr risco algum de alguém atrapalhar as coisas com Naiane mesmo sem querer.

"Eu vou te deixar ir," Naiane declarou depois de receber um aceno de acordo de Júlia. Ela abriu seu cinto e colocou a mão na porta, mas teve seus movimentos interrompidos quando a central segurou seu rosto entre as mãos e a puxou para um beijo delicado. Não passou de um toque de seus lábios, breve, mas significativo. Quando elas se afastaram, Naiane sorriu ainda com os olhos fechados. "Te vejo amanhã no jogo?" Ela perguntou.

"Vou procurar a mulher mais linda de todas pra te achar," Júlia comentou.

Naiane revirou os olhos e bufou, mas sentiu seu rosto esquentar um pouco com vergonha. Ela finalmente abriu a porta do carro e saiu, andando até seu prédio com um sorriso persistente. Naiane cumprimentou o porteiro e digitou a senha para abrir a porta eletrônica, vendo o carro de Júlia saindo apenas quando ela estava segura atrás do portão. A levantadora subiu para o seu apartamento com um pouco de pressa, querendo tomar um banho e descansar depois da viagem de volta.

Laranja - NaJuOnde histórias criam vida. Descubra agora