Eu sei que a gente às vezes vê errado aumenta o preço do próprio pecado

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Opa, opa, mais um capítulo pra hoje.

Galera, eu tinha avisado que os capítulos estavam um pouco menores que o normal. Paciência.

Aproveitem!

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(dia 29)

"Chega bem devagar calma só me beija cala minha boca me leva desse lugar..."

Era tarde de sexta-feira, Naiane estava no quarto de Roberta com seus dois fones no ouvido, ouvindo a música. Sobre a cama sua mala estava aberta ao lado de uma mochila que ela havia pego no armário de Rosamaria. A morena cantarolava baixo a música que ouvia enquanto separava algumas das roupas e outros itens que precisaria para as próximas quarenta e oito horas na viagem rápida que fariam para comemorar a virada do ano. Ainda na noite anterior, as quatro mulheres haviam decidido passar o ano novo em Roma, e por esse motivo Naiane se distraía cantando enquanto guardava suas coisas. Seu lado mais impulsivo estava feliz com aquela decisão em cima da hora, mas ela também não havia se programado para mais uma viagem e fazer tudo caber em uma mochila era meio complicado.

"Em câmera lenta acompanho o teu suor de encontro ao meu a gota da seiva do céu ninguém faz melhor que você e eu..."

A paraense estava tão distraída que nem percebeu a loira de olhos verdes na porta do quarto, mas, diferente de Naiane, Júlia estava atenta a tudo. A central havia saído da sala, onde estava deitada desde o fim do almoço, deixando o quarto vago para que sua ex-namorada pudesse começar a arrumar suas coisas para a viagem, pensando em ir ao banheiro. No entanto, a imagem da levantadora tão concentrada usando os dois fones de ouvido e arrumando suas coisas enquanto cantarolava uma música que a mais nova conhecia muito bem fez com que ela parasse ali no bate de da porta para observar a cena. Júlia não sabia quanto tempo ela estava ali observando a mais velha - não que ela se importasse, pelo contrário, ali tudo que Júlia mais queria era observar a morena pela maior quantidade de tempo possível - mas seus lábios haviam formado um sorriso tão sincero e cheio que só a presença da outra mulher podia causar.

"Me dá um beijo que eu quero teu cheiro grudado no meu edredom, me ensinou a ter paciência..."

Sem pensar muito no que iria fazer, e sabendo que Naiane ao menos tinha percebido sua presença, Júlia foi até a mais velha e tirou um dos fones do ouvido dela, colocando no seu. Ela viu os pelos da na nuca da levantadora se arrepiarem apenas com o relar dos dedos da mais nova em sua pele, e Naiane poderia até fingir que não havia acontecido, mas naquele momento a paraense percebeu que não estava sozinha. A morena fez um esforço para continuar dobrando algumas blusas enquanto sentia Júlia se afastar de si, caminhando até a parte oposta do quarto. A central abriu sua mala e tirou de lá uma mochila dobrável para também começar a arrumar suas coisas. Por bastante tempo tudo que se ouviu foram murmúrios tanto da central quanto da levantadora, cantando as letras das músicas daquela playlist tão conhecida por ambas, enquanto, do outro quarto, elas conseguiam ouvir risadas altas que indicavam que as outras mulheres estavam fazendo suas palhaçadas de sempre.

Quando a terceira música acabou, Júlia suspirou inquieta, sabendo que não conseguia mais ficar em silêncio. "Por que você continuou colocando músicas na nossa playlist?"

Naiane terminou de dobrar uma blusa, jogando sobre a cama, e se virou para olhar a loira com o cenho franzido em dúvida. "Tu sabia?"

"O quê? Que você continuava colocando música?" A loira respondeu a levantadora com uma pergunta, ganhando a atenção da mais velha. Naiane se sentou e se apoiou na cama, usando suas mãos atrás do corpo para se apoiar e conseguir estudar o rosto de Júlia, que mordia o canto dos lábios, analisando as palavras que usaria. "Da mesma forma que não deixou de colocar músicas nela, eu nunca deixei de ouvir," Júlia admitiu de forma simples com um sorriso nos lábios.

Laranja - NaJuOnde histórias criam vida. Descubra agora