Se não lembrar do meu cheiro vai bater um desespero de não poder me cheirar

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Bom, mais um capítulo pra vocês, que me biscoitaram no Twitter.

Aproveitem e deixem vários comentários!

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(dia 27)

Júlia estava sentada na bancada da cozinha mexendo no telefone e falando com Kisy por mensagem quando Naiane chegou. Nos últimos dias, falar com as amigas e a irmã era a única coisa que estava acalmando o coração da central mais nova. Mesmo que o Natal tivesse corrido bem, depois de ser estranho em um primeiro momento, Júlia não podia negar que estar novamente tão próximo à levantadora mexia com ela. Principalmente depois dela ouvir da boca da mais velha que ainda a amava e a loira tinha certeza absoluta que ela também amava Naiane. Na verdade, ela nunca havia deixado de amar e ali, com a morena lhe tratando tão bem, a central mais umas vez teve a certeza de que sua decisão de terminar o relacionamento foi a pior coisa que ela havia feito nos últimos anos. Não que ela esperasse que a paraense lhe tratasse mal, mas ela via o esforço de Naiane em não avançar alguns sinais, e sinceramente, por ela, a morena podia avançar todos.

"Cadê todo mundo?"

"Foram lá em cima na casa Haak chamar ela pro almoço que você vai me ensinar a fazer. Aparentemente elas querem uma testemunha do envenenamento familiar," Júlia falou, já se levantando da bancada e seguindo Naiane, que carregava uma sacola de papel até a cozinha, onde ela deixou a sacola na mesa.

"Ótimo, então já veste isso aí." A paraense deu a volta na mesa, pegando um dos aventais pendurados em um gancho e o vestiu enquanto jogou o outro para a amais nova.

Naiane tirou o elástico preto do seu pulso, fazendo um coque um pouco bagunçado em seguida. Quando fitou Júlia, percebeu a mais nova lutando enquanto tentava dar um nó na parte de trás do seu avental e logo seus olhos encontraram os de Júlia, que, sem nenhuma palavra mas com olhões pidões fez um claro pedido de socorro para que a morena lhe ajudasse. Com um sorriso enorme que poderia ser visto a quilômetros, Naiane passou por Júlia, parando atrás da menina. Primeiro ela tocou delicadamente os cabelos longos e loiros, juntado-os para trás e logo em seguida puxou uma bandana vermelha do bolso da calça que estava usando - a mesma bandana que Naiane usou no dia do pedido de namoro. A morena passou a bandana por cima da cabeça da mais nova e com cuidado amarrou em volta de sua cabeça, evitando que os cabelos da mais nova caíssem em seu rosto e para frente durante a execução do que que fariam. Ela acabou ouvindo Júlia respirar fundo enquanto seu corpo inteiro pareceu ficar tenso. A morena desceu as mãos pelo ombro e costas da central até que passou as mãos por sua cintura, procurando as faixas do avental e sentindo o corpo da mais alta ainda mais tenso. Júlia não estava achando ruim, pelo contrário, a cabeça da mais nova estava a mil com o pensamento de que talvez naquele momento ela poderia sentir os toques da morena de novo. Quando Naiane pousou as mãos sobre a cintura da central novamente, deixando sua mente voar em pensamentos a mais nova tomou coragem para se virar entre a mesa e a levantadora, colocando suas mãos sobre as dela em sua cintura para mentê-las ali - não que em algum momento a paraense houvesse pensado em tirá-las de onde elas estavam. Mesmo sendo sua a atitude de virar o corpo, Júlia se demorou em abrir os olhos novamente, com medo de que aquilo não fosse real e, de repente, ela conseguia sentir a respiração da paraense perto, perto demais. Quando a loira sentiu a paraense mover as mãos em sua cintura puxando-a para mais perto, Júlia agradeceu aos céus por aquilo estar acontecendo e a mais nova levou uma de suas mãos ao ombro da ex-namorada, atrevendo-se a abrir os olhos e dando de cara com os pretos de Naiane olhando-a profundamente como se pudessem ler todo o arrependimento escrito em sua alma. Elas ficaram ali por um tempo que mais pareceu uma eternidade e um sorriso tímido tomou conta do rosto da levantadora quando ela viu os olhos verdes de Júlia passarem para sua boca e de novo para seus olhos, e só então a central respiou fundo quando recebeu um acendo positivo da mais velha. Júlia moveu a mão que estava no ombro da mais velha levando até a nuca dela, fazendo um leve carinho na região e enrolando os fios soltos do cabelo da mais velha em seus dedos. Por mais alguns segundos elas se olharam, sentindo suas respirações muito próximas, mas, quando Júlia chegou mais perto para finalmente fechar aquela distância, ambas ouviram um barulho de risadas muito próximo e de uma chave sendo colocada na porta, o que acabou assustando as duas mulheres fazendo elas pularem para longe uma da outra como se tivessem levado um choque.

Laranja - NaJuOnde histórias criam vida. Descubra agora