Bateu saudade de nós dois arrepiou a pele, tem tanto tempo que eu não te vejo

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O tão esperado reencontro! Entramos agora no feriado de final de ano na fic, só para avisar.

Espero que gostem desse capítulo, aproveitem bastante e deixem muitos comentários!

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(dia 24)

"Eu acho que o título me serve bem," Naiane comentou com a voz alegre quando notou Gattaz parada próxima do portão segurando um papel escrito 'melhor amiga da minha mulher (pois é pois é)'. Ela já se aproximou abraçando a mulher mais alta, rindo quando sua imitação barata de uma plaquinha foi amassada entre elas. "Só que eu não vou dar em cima de ti porque eu prezo pela minha vida, né."

"É a última da família que falta eu riscar da lista," Gattaz brincou enquanto se afastava, já estendendo a mão para ajudar Naiane com as malas. "Mas eu concordo, seria muito arriscado e ia acabar as duas largadas numa vala qualquer pela Itália."

"Pelo menos seria a Itália." Naiane deu de ombros e as duas trocaram um olhar, antes de rirem em conjunto. "Quando foi que tu virou motorista oficial, hein?" Ela perguntou quando elas já estavam saindo do aeroporto. O local estava cheio, o que não era surpresa alguma para aquela época do ano quando várias pessoas estavam viajando para passar a data comemorativa com seus familiares.

"Quando a Rosa alugou um carro novo pra ela," Gattaz respondeu em um tom animado. "Juro, eu com um carro desse no Brasil ia fazer um estrago."

Antes que Naiane pudesse brincar com a amiga, elas pararam ao lado de um carro que, de fato, parecia ser mais caro que tudo que Naiane já teve na vida (e valores somados). Ela assoviou, impressionada, e Gattaz ainda fez um teatrinho na hora de abrir o porta-malas, passando a mão pela lataria do carro. Naiane riu e ajudou a mais velha a colocar suas coisas na parte de trás, antes que as duas entrassem no carro para voltar para o apartamento que Rosamaria dividia com Roberta. A levantadora da seleção, inclusive, havia viajado para passar o Natal com sua própria namorada, então ela não estaria presente na comemoração.

"Aproveitaram o tempo sozinhas?"

"Como nunca," Gattaz respondeu a pergunta quando elas já estavam andando pelas ruas italianas. O aeroporto ficava cerca de trinta minutos de onde Rosa morava, então elas iam levar um tempinho. Carol ligou o rádio para poder deixar um som ambiente, ligou o ar-condicionado para deixar o ar dentro do carro mais quente, e dobrou um uma perna, colocando o pé em cima do banco já que o carro era automático. "Eu vou acabar indo embora um dia depois de vocês."

Vocês.

Claro que Naiane não havia esquecido que Júlia ia passar o Natal com elas, mas ela estava fazendo o possível para ignorar aquele pequeno detalhe até ter que lidar com ele diretamente. Ela havia dito para Rosamaria que não se importava e que seria tranquilo que as quatro passassem o feriado juntas, mas Naiane não podia negar que estava, pelo menos, um pouco nervosa. Aquela era a primeira vez que elas iam se ver pessoalmente depois do término. Já fazia meses, mas aquele era seu primeiro encontro com Júlia.

"Hey," Carol chamou sua atenção gentilmente e, quando Naiane a olhou, a mulher tinha um olhar meio preocupado no rosto. "Ainda dá tempo de mudar de ideia. Eu posso dirigir pra um hotel qualquer e a gente passa o Natal enfiadas num quarto comendo amendoim velho."

Naiane bufou. "Não, obrigada. Tá tudo bem, sério. E, se não tiver, eu prometo que arranjo uma desculpa pra sair de fininho."

"Quer fazer um código secreto?" Gattaz pediu e Naiane não conseguia decidir se ela estava brincando ou não. "Já sei, se você falar 'amendoim velho', eu vou entender e ajudar a te acobertar."

A paraense revirou os olhos e balançou a cabeça. "Eu sou bem grandinha, Gattaz. Pode deixar que eu me viro."

"Tá bom, que sabe. Mas o código permanece. Só falar."

Laranja - NaJuOnde histórias criam vida. Descubra agora