Quero é te ver dando a volta no mundo indo atrás de você sabe o que

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Bora pra mais um capítulo?

Eu só digo que... Torcedores, eu peço calma!

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Durante o final de sábado e da tarde de domingo, o casal se ocupou em arrumar todas as coisas de Júlia. Quer dizer, Naine arrumou grande parte das coisas da namorada já que ela havia passado pelo menos duas horas em ligação com os pais e mais uma com Keyla informando a decisão. Essa última ligação no entanto, não tirava de Júlia a responsabilidade de aparecer no Minas na segunda. Apesar de estarem com a semana de folga após o final da Superliga, e por aquele motivo não haver treinos, Júlia deveria ir até a diretoria do clube assinar alguns papéis de sua transferência e pegar alguns documentos que deveriam ser levados para o novo clube na terça. Júlia não levaria todas as coisas de uma só vez, e ficou decidido que a sua namorada, sua a irmã ou alguma das amigas teria de despachar uma ou outra caixa e mala. Por esse motivo, Júlia e Naiane estavam mais uma vez de volta ao apartamento da morena com as malas que haviam arrumado e que, de alguma forma, ainda tinha espaço extra para que Júlia pegasse algumas das coisas que estavam ali, já que ela queria passar mais um tempo no apartamento da namorada antes de ir.

Já era fim de domingo, então elas simplesmente optaram em deixar as coisas em um canto da sala enquanto ocupavam seu tempo maratonando a mesma série de conhecimentos gerais que viam sempre e comendo alguma comida gosdurosa de procedencia duvidosa. Por mais que não gostasse, Júlia nem se importava, pois ela sabia que aquilo tudo estava sendo tão difícil para a morena quanto estava sendo para ela e queria agradar Naiane de qualquer jeito como agradecimento pela namorada sempre apoiá-la em qualquer decisão.

Quando elas foram dormir, as duas tentaram ignorar a forma como um gosto amargo pareceu tomar suas bocas com a percepção que aquele seria o último domingo que elas iriam passar juntas em algum tempo.

Era por volta da hora do almoço quando Júlia estacionou o carro na garagem do prédio de Naiane após uma reunião de algumas horas na diretoria do minas, a morena havia lhe enviado uma mensagem falando que estava fazendo almoço. Júlia respirou fundo, ainda sentada no banco. A loira sabia que assim como havia tomado a decisão de ir para a Turquia, mas agora ela precisa tomar a decisão do que fazer com seu relacionamento. Ela não tinha dúvida alguma de que amava a paraense, mas tinha ínumeras dúvidas sobre como conseguir manter aquela relação à distância.

Ela havia conversado com Caroline sobre o assunto. Júlia admirava o relacionamento que a central mais velha havia criado com Rosamaria, o respeito mútuo e a dedicação para fazer tudo aquilo dar certo mesmo longe uma da outra. Mas ela não tinha a mesma confiança que conseguia fazer o mesmo. Era difícil e Júlia já sabia como era ter Naiane sempre por perto. Chegava a ser impossível se imaginar em um mundo onde ela não podia simplesmente pegar seu carro e ir para a casa de sua namorada quando quisesse.

Júlia suspirou de novo, tentando afastar aqueles pensamentos da cabeça, antes de sair do carro. Ela ligou o alarme, apesar de estar na garagem, e caminhou lentamente até o elevador localizado no canto. Era como se ela estivesse temendo para onde o elevador a levaria. Naiane estava lá em cima, fazendo almoço para elas, e havia tanto de suas coisas espalhadas pelo apartamento da paraense que ela precisava juntar ainda que Júlia quase se questionou como foi que ela se mudou para lá sem perceber. Cada segundo que passava deixava um pouco mais difícil para Júlia pensar no que iria acontecer, no pouco tempo que elas ainda tinham juntas, mas ela continuou ignorando tudo aquilo para não começar a chorar antes mesmo de chegar no apartamento.

Quando ela entrou no lugar, usando a chave que Naiane havia lhe dado, Júlia se demorou na entrada, tirando os tênis perto da porta enquanto ouvia a levantadora se movendo na cozinha. Uma colher passando na panela, algo borbulhando, o cheiro dos temperos que Naiane adorava usar na cozinha. O sentimento de domesticidade que a invadia sempre que entrava ali havia sido substituído pelo desespero do fim, e Júlia se apoiou na parede para respirar fundo algumas vezes para conseguir falar com a namorada sem cair no choro.

Laranja - NaJuOnde histórias criam vida. Descubra agora