Não quero perder você agora estou olhando bem para a minha outra metade part. 3

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Bom domingo.

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"Tem certeza que isso é uma boa ideia?" Júlia perguntou quando Gattaz voltou para a sala segurando uma garrafa de tequila em uma das mãos e três copinhos de shot na outra.

"Não é boa, é ótima!" A mais velha respondeu a de olhos verdes, colocando a garrafa na mesinha de centro junto dos copinhos de shot e abrindo a garrafa sem dificuldade.

"A Rosa vai te matar por me dar álcool quando ela chegar," Roberta afirmou.

Júlia, que voltava da cozinha com dois limões cortados em meia-lua e um pouco de sal em um prato, empurrou o objeto na mesinha. "Eu concordo, ela vai surtar." Disse a mais nova, alternando seu olhar entre o prato e Roberta, para só então afundar o dedo em um dos shots recém enchido por Gattaz e depois no sal, levando o dedo diretamente a boca para depois beber todo líquido de uma só vez chupando um dos limões.

Roberta assistiu a cena boquiaberta junto da central mais velha, que foi a primeira a se recuperar para falar alguma coisa. "Criança, vai com calma aí. Se tua mãe me ver te deixando beber isso, ela me mata." Júlia apenas deu de ombros, o que fez a outra mulher soltar uma risada incrédula. Caroline acabou olhando para a levantadora depois e, em um acordo silencioso, as duas decidiram apenas deixar rolar. No mesmo instante, Roberta virou um dos shots e Gattaz virou o outro antes de colocar o copinho na mesa e pegar a garrafa. "Eu não to te obrigando a beber, a gente pode parar se quiser," Gattaz avisou quando viu Roberta fazendo uma careta por conta do gosto forte na boca.

"Me dá!" Roberta tomou a garrafa das mãos de Gattaz, enchendo os três novamente e pegando outro para si.

"Vira, vira, vira, vira, vira, vira, vira, vira, vira, VIROU!" Júlia cantarolava enquanto a levantadora virava rápidamente os três copos em sequência e depois dava um tapa na mesa, o rosto todo contorcido em uma careta. Depois que ela terminou, as outras duas mulheres deram um grito animado de comemoração como se elas estivessem assistindo seu time ganhar uma competição.

A festa foi interrompida, entretanto, quando o apartamento foi preenchido com o barulho de chaves se aproximando da porta. Todas sabiam que aquilo significava que Rosamaria e Naiane estavam de volta, o que pareceu jogar um balde de água fria no momento de felicidade descontraída. Trocando um olhar, as três mulheres dentro do apartamento trataram de tentar esconder o que elas estavam fazendo, mas Gattaz quase não teve tempo de empurrar uma garrafa para o lado antes da porta se abrir e Rosamaria entrar. A oposta simplesmente largou as sacolas que ela estava segurando do lado da porta e saiu apressada enquanto exclamava um "preciso fazer xixi!"

Gattaz suspirou aliviada por conseguir alguns segundos a mais para esconder as provas do crime, mas Júlia só conseguia manter seus olhos na porta, onde uma Naiane muito mais calma estava entrando sem pressa. A levantadora entrou com algumas sacolas nas mãos e, por isso, teve que usar seu pé para fechar a porta, mas foi justamente a ação que fez Júlia perceber que ela iria precisar de ajuda. A menina deu a volta para conseguir pegar as sacolas que Rosamaria havia abandonado no caminho, então seguiu Naiane até a cozinha. Gattaz e Roberta estavam debatendo, próximas ao sofá, se era uma sábia ideia esconder a garrafa dentro de alguma gaveta.

"A Gattaz tava fazendo merda, né?" Naiane perguntou com a voz baixa quando Júlia chegou perto o suficiente para a ouvir.

Júlia olhou por cima do ombro como se estivesse esperando que Gattaz fosse surgir ali para falar alguma coisa, mas acabou apenas dando de ombros. "Não sei do que você tá falando."

"É claro," Naiane concordou com bom humor na voz de quem estava se divertindo com a mentira descarada. Ela preferiu não falar mais nada, no entanto, e elas logo começaram a tirar as coisas das sacolas. Foi na segunda sacola que Naiane viu a embalagem das balas fini que Júlia amava e que, por esse motivo, a levantadora havia decidido comprar para a mais nova mesmo sendo três vezes o valor que era no Brasil. Assim que viu o pacote de doce nas mãos de Naiane, balançarem em frente à seus olhos Júlia abrigou um sorriso. "Trouxe pra ti," a levantadora contou, esticando o doce para Júlia, que tomou o pacote em suas mãos ainda sorrindo.
"Eu amo esse azedinho." A paraense sorriu, pegando uma sacola com queijo e alguns frios e indo até a pia, claro, com Júlia em seu encalço. Ela pegou uma faca e a tábua para começar a cortar o queijo em cubos quando a mãos da de olhos verdes encostou em seu pulso, travando suas ações. Júlia se aproximou até estar a centímetros da levantadora e disse: "Obrigada Na... Nai." Ela se curvou para beijar a bochecha da morena que, sem querer, virou o rosto. Alguns milésimo de segundo foram necessários para que elas entendessem o havia acontecido e que seus lábios haviam se tocado em um beijo casto. Surpresas, por um momento nenhuma das duas disse nada, até que Júlia, com o rosto vermelho como um pimentão, acabou falando antes de sequer perceber que havia aberto sua boca.

Laranja - NaJuOnde histórias criam vida. Descubra agora