Sei que eu sou mala sem alça...

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... só que você também é mais folgada que as minhas calças!

Aqui que pediram capítulo novo? Pois recebam!!!

Gente, vamos sair um pouquinho de naju nesse capítulo pra se divertir um pouco hahaha.

Anon, tu sabe o que tá me devendo!!!!

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Júlia fazia falta.

Laura e ela cresceram praticamente juntas, com pouca diferença de idade, e sempre gostaram das mesmas coisas - ou quase as mesmas coisas. Quando Júlia continuou em Belo Horizonte para continuar com sua carreira no vôlei enquanto Laura voltava para Brasília para tocar os negócios da família, não havia sido fácil. Elas estavam acostumadas a dividir o espaço, a morarem juntas, a treinarem juntas, a estar a poucos minutos de distância uma da outra. Foi uma experiência difícil no começo e a saudade estava sempre presente, mas nada poderia ter preparado Laura para ver sua irmã morando em outro país, vivendo em outro fuso horário, e com horários diferentes a cada dia.

Ela sentia falta de Júlia. Mesmo que ainda estivesse um pouco irritada com a irmã por ela ter terminado o relacionamento com Naiane, afinal, Júlia sempre havia sido sua melhor amiga e Laura sabia que ela teria algo muito bom para dizer naquela situação. A situação, no caso, era Laura se envolvendo com alguém casado, destruído um casamento, e depois ter juntado suas malas e voltado para casa enquanto essa pessoa tentava limpar a bagunça toda sozinha.

"Já sei com quem eu não posso contar caso o prédio esteja pegando fogo," Naiane havia dito quando viu Laura arrumando suas malas, mas seu tom era bem humorado e ela tinha um pequeno sorriso, então Laura não considerou aquilo como uma ofensa.

"No caso, o prédio está pegando fogo e eu tô parada do lado de um tanque de gasolina," Laura rebateu, dobrando suas camisas de seda com cuidado, apesar de saber que não tinha como evitar que o tecido ficasse amassado dentro da mala. "Melhor eu sair de perto antes que exploda."

"Tá com medo de levar uma chifrada?" Naiane perguntou de onde ela estava escorada na porta segurando um saco de pipoca, comendo uma a uma. Apesar dela parecer despreocupada, ficou claro pelo seu tom que aquela era uma dúvida real, como se ela tivesse pensando que Laura estava com medo do noivo, ou ex noivo, de Thaisa fazer algo contra ela.

O que, claro, não podia estar mais longe da verdade. Ela não conhecia ele tão bem, mas sabia que não corria risco algum, apesar de ter ciência que ela não estava certa naquela história toda. "Eu só acho melhor voltar pra casa agora. A Thaisa vai ter um monte de coisa pra resolver e eu não quero estar por perto pra atrapalhar nada. Além disso, tem umas coisas em Brasília que eu preciso fazer parte. A empresa existe lá também. Eu só tô adiantando minha viagem em alguns dias, eu já ia voltar pra lá."

"Tudo bem," a morena deu de ombros. "Mas saiba que a gente ia soltar a Léia caso ele viesse tirar satisfação contigo."

Laura sorriu e revirou os olhos com carinho. "Não vai ser necessário."

"E é só por isso que tu tá indo embora?"

"Não," Laura respondeu, brincando. "Você tem chulé."

"Eu não tenho chulé!" Naiane se defendeu depressa, o que fez a outra mulher rir.

"Sim, Naiane," a loira falou entre as risadas. "É só por isso. Eu não tô indo embora por nenhum outro motivo além dos meus compromissos em Brasília."

"Entendi," a mais velha comentou, colocando outra pipoca na boca e mastigando devagar.

Notando o movimento, Laura arqueou uma sobrancelha e olhou para a ex-cunhada. "Fala logo, você é péssima tentando ficar quieta."

Laranja - NaJuOnde histórias criam vida. Descubra agora