Só pra eu sacar se os olhos mudam de cor part 1

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Bom, gente, chegamos para mais um capítulo. Hoje em comemoração à vitória e classificação para a final da VNL!

Também queria aproveitar essas notas para falar para vocês que Naiane e Júlia dessa fic possuem uma trilha sonora toda delas. Cada capítulo é nomeado usando de inspiração uma música ou um trecho da música que me inspirou na hora de escrever. Se vocês quiserem ter uma experiência mais completa, recomendo que escutem as músicas enquanto leem os capítulos ;)

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As duas fizeram o caminho até o carro de Naiane enquanto Júlia cancelava o carro de aplicativo que ela já havia pedido. A paraense ligou o rádio assim que entrou, mas fez uma pausa para olhar para cima através do parabrisa antes de colocar o cinto.

"O tempo fechou," ela comentou ao notar o céu nublado e as nuvens escuras passando acima do carro, carregadas pelo vento forte que ela havia percebido quando pisaram fora no estacionamento.

"Previsão é de chuva pra amanhã," Júlia disse. "Ainda bem que a Laura falou que já deixou meu carro lá em casa."

Naiane ligou o carro enquanto falava sobre o treino e colocou uma música antes de tirar o carro do estacionamento para que ela pudesse fazer o caminho até a casa de Júlia. "... eu nem sei o que a Sheilla faz com aquela prancheta," ela estava falando em determinado momento. "Sei lá, a gente pode estar achando que são umas anotações super importantes e é só um poema sobre como ela acha a Gabriela linda."

A risada alta que Júlia soltou trouxe um sorriso largo, contente, no rosto de Naiane, mas sua expressão logo se alterou para choque quando ela sentiu a mão da menina na sua perna. Ela achou que Júlia estava gesticulando e acabou encostando nela por acidente de novo, mas a mão permaneceu lá enquanto a menina falava, o que fez Naiane se esforçar para relaxar e acalmar as batidas erráticas do seu coração. Era bobeira ter uma reação tão grande com um toque tão inocente, mas ela não conseguia se impedir de sentir aquilo.

Para sua surpresa, a mão de Júlia permaneceu na sua perna durante quase todo o percurso, saindo só quando elas já estavam entrando no seu bairro - o mais rico da cidade, claro - para procurar na sua bolsa o cartão que abria o portão do condomínio. Havia começado a garoar no caminho, motivo pelo qual Naiane perguntou se ela podia entrar com seu carro para Júlia não ter que andar debaixo de chuva, mesmo que fraca. Seu pedido se provou uma boa ideia quando a chuva engrossou assim que ela parou na frente do portão fechado. Ela teve que se esticar um pouco na janela para inserir o cartão e liberar o acesso, mas, por sorte, havia uma cobertura acima do portão que a impediu de se molhar.

No pouco tempo que levou para ela estacionar na frente da casa de Júlia, entretanto, a chuva piorou muito. Como se o céu tivesse, de repente, aberto uma torneira diretamente sobre aquela parte da cidade, a chuva começou a cair mais forte e mais rápida, deixando tudo do lado de fora do carro quase impossível de ser visto. Assim que puxou o freio de mão, Naiane soltou uma risada meio nervosa enquanto olhava em volta e só via chuva.

"Acho que tu vai se molhar um pouco pra entrar em casa."

O rosto de Júlia estava contorcido em uma careta, seus olhos verdes também mirando pela janela como se ela estivesse tentando determinar se não era uma espécie de miragem. O tempo havia mudado tão de repente que era até difícil de acreditar. "Isso não é problema," ela comentou. "Mas tá perigoso pra você dirigir nesse tempo."

"Tá tranquilo," Naiane argumentou, apesar de saber que ela não iria arriscar dirigir quando estava chovendo daquele jeito se ela tivesse a opção. "Eu vou com cuidado."

"Nem pensar," Júlia exclamou.

"É só uma pancada de chuva," a levantadora tentou de novo. "Daqui a pouco para."

Laranja - NaJuOnde histórias criam vida. Descubra agora