Pior que é sempre assim, quem não aprende no amor acaba aprendendo na dor

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Chegamos a mais um capítulo e espero que gostem.

Queria deixar um recadinho pra quem tá achando ruim uma ou outra coisa que eu tô escrevendo: só fechar a fic, meu anjo.

Derreter o coração de vocês com esse aqui e fazer dar boas risadas é minha função.

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"Mas, Nati..." Naiane falou amolecendo a voz para a loira do outro lado da linha, que havia acabado de dizer um sonoro 'não' ao telefone depois de ouvir seu pedido. "Por favor!" A levantadora implorou para o telefone, que estava preso no suporte do carro enquanto ela dirigia a caminho do treino.

"Por que eu deveria te ajudar com isso?" Veio a resposta afiada de Natália. A mulher parecia sempre impaciente e mau humorada, o que era motivo constante de piadas entre as amigas. "Vocês terminaram, quer dizer, ela terminou contigo, e tu quer mandar docinho?" Zombou, o que fez a levantadora revirar os olhos para si mesma. "Onde que eu vou achar brigadeiro na Turquia?" Natália perguntou claramente irritada com aquela conversa.

Não que ela não gostasse de Júlia, longe disso, mas a loira achava que Naiane estava fazendo um esforço grande demais tentando mandar alguma coisa para a menina já que, em primeiro lugar, quem decidiu terminar foi Júlia. Até onde todo mundo sabia, as duas nem haviam se falado desde que o relacionamento acabou, apesar de continuarem comentando vez ou outra nas fotos uma da outra nas redes sociais com emojis e poucas palavras. Naiane havia pensado em ligar mais de uma vez, e Natália sabia que Júlia passava noites chorando já que dividia o quarto com a menina quando elas viajavam com o time. Júlia parecia longe de ter superado o relacionamento e a escolha que havia feito, mas também não parecia ter coragem o suficiente para pegar o telefone e tentar resolver as coisas.

Agora, porque, do nada, Naiane estava tentando mandar alguma coisa para a ex-namorada comer, Natália só podia imaginar.

"Olha, você não precisa achar nada eu já achei," Naiane argumentou porque ela havia de fato passado boa parte da manhã percorrendo o Instagram atrás de alguma confeitaria brasileira na Turquia. "Só quero o endereço daí e ter a certeza de que ela vai receber."

"E você não podia ter pedido pra Gabriela?" A outra mulher insistiu.

Naiane revirou so olhos de novo. Se ela soubesse que era mais fácil conseguir a ajuda da Gabriela, que nem morava na mesma cidade que elas, ela com certeza teria ligado para a ponteira. "A Gabriela não joga com a Júlia, né Natália.Além do mais, isso vai beneficiar vocês. Eu vi pelo seu stories a bolada que ela deu naquela menina." Naiane falou parando em um sinal.

Logo que ela acordou, a levantadora havia olhado as redes sociais de suas amigas e foi quando ela viu alguns vídeos do treino do Ecza que Natália havia postado. Em um deles, Júlia havia subido para bater uma bola de primeiro tempo com tanta força que a jogadora do outro lado chegou ficar um tempo deitada no chão depois de receber a bolada no peito. Mas o vídeo fez Naiane pensar porque, no dia anterior, uma notificação do seu calendário havia aparecido, informando que ela tinha um compromisso com a "Veruca". Ela havia colocado aquele alerta na última crise de TPM que Júlia havia tido e, claramente, havia esquecido de apagar. A notificação e o vídeo da Júlia quase desmaiando a companheira de time em um treino foi o suficiente para Naiane perceber o que estava acontecendo, e ninguém podia julgá-la por tentar salvar vidas inocentes.

"Realmente, perdemos uma jogadora hoje. Rest in peace," a outra falou brincando.

"Nati, por favor," ela pediu de novo.

Naiane ouviu um suspiro pesado do outro lado da linha, mas ela sabia que já havia ganhado a discussão. "Eu vou cobrar caro por esse favor. Eu quero hectáres de terra pra plantar trigo," Natália resmungou.

Laranja - NaJuOnde histórias criam vida. Descubra agora