four

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Sam on

Entro no meu apartamento checando meu celular. A hora  "4:30" ilumina o meu rosto. Tenho algumas notificações de Barry e um email sobre outra oferta de emprego. O que é coisa de Barry. Desde que me mudei de Central City, ele continua procurando empregos para mim. Eu fico grato, é claro, mas agora eu preciso apenas de me estabilizar em algum lugar. Criar novos laços. Central City foi um ponto definitivo na minha vida, muita coisa mudou desde que eu cheguei até o momento que eu fui embora daquele lugar, e eu realmente preciso de um recomeço.

Olho para frete e vejo o vidro da minha janela estilhaçado por toda a sala. Eles fazem um caminho de cacos até a cozinha, e eu os sigo. Pode sim parecer que tenho pouco amor a minha vida, mas é minha única escolha, além disso, algo me diz que eu já sei o que vou encontrar lá.

Chego ao cômodo e ligo a luz, vendo que todo o ambiente está uma bagunça, tenho copos e xícaras no chão, uma mesa revirada e no chão ao centro, vejo meu novo vigilante de estimação desmaiado.

— Meu deus… — Eu corro até lá, apalpando o capacete dele, tentando achar o botão que abre essa coisa. Acho um pequeno local e aperto, conseguindo abrir a porcaria do capacete. Jogo o mesmo de lado e coloco a minha cabeça no peito dele, tentando ouvir a pulsação. — por favor, esteja vivo, por favor esteja vivo... — sussurro enquanto me concentro. Por mais baixo que esteja, ainda consigo ouvir o coração. O que me dá certo alívio.

Ligo a luz da cozinha e começo a olhar os ferimentos. Alguns já parecem estar se curando sozinhos, mas outros parecem que vão levar tempo. Pego o kit salvador e começo a cuidar dos ferimentos ali. Ele tem um rasgo que corta o peito e um sinal de facada na barriga, e vários arranhões nos braços. Me pergunto se ele está sempre perto ou se ele teve o trabalho de vir até aqui.

Começo tirando a jaqueta que ele usa, e tentando ver um panorama de por onde começar, o que é muito difícil de se fazer quando alguém está desmaiado na sua frente, mas decido ir pelos rasgos nos braços.

[…]

"Onde eu...” escuto finalmente alguma coisa vinda da cabeça do capuz vermelho depois de um tempo. Estou terminando o curativo do peito agora. Ele está recobrando a consciência.

— Você me deu um baita susto. — Digo sem graça. — Não faça mais isso. — ele tenta se levantar e eu empurro sem trabalho nenhum ele de volta para o chão da cozinha. — Não até eu terminar os curativos. Isso inclui esses ralados no seu rosto.

Posso sentir ele me observando. Quase me xingando com os olhos.

"Eu não posso ficar aqui mais um segundo sequer...” Ouço.

— Você não tem escolha. Você me procurou, você vai ter que esperar até que eu termine.

— Como você... — ele para de falar. — Você lê mentes?

— Infelizmente. — sorrio sem jeito. — Desde os cinco anos, na verdade. Minha mãe achava que eu era esquizofrênico. — olho para o Capuz Vermelho, que está com a testa enrugada. — Não vasculhei nada no seu cérebro. Não se preocupe. Eu tenho o mínino de amor próprio.

Ele ri e deita a cabeça. Mais relaxado.

— Como está se sentindo? — pergunto, continuando meu trabalho de enfermeiro.

— Zonzo. — Ele fecha os olhos, talvez para se focar. — Aqueles malditos atiraram em mim algum tipo de gás. Foi difícil lutar depois disso. Fiquei tão tonto que quase não escapei.

— Eu consigo perceber isso. — digo um pouco impressionado. Ele conseguiu achar o caminho do meu apartamento, mesmo estando tonto?

— Estava prestes a ter um desmaio. — Ele suspira com um pouco de dor. Talvez tenha algumas costelas quebradas que não posso ver. — Minha sorte foi conseguir sair de lá.

— Não saiu inteiro, pelo que parece. — sorrio.

— Você é uma boa pessoa, Samuel.

— Nunca te disse meu nome. — Digo terminado o curativo no peito, ajudando ele a se sentar para que eu possa o enfaixar.

— Você não precisou. Eu sei o suficiente sobre você para ainda voltar aqui.

— Infelizmente ainda voltar aqui. — Digo terminando de enfaixar a barriga e começando o peito. — Esses curativos não vão segurar para sempre. Vai ser bom ter uma visita a um hospital para variar. — Enfaixo o peito, agora sentando em cima das minhas pernas para começar a limpar o rosto dele.

— Nah. — ele balança a cabeça sem pensar muito. Molho um algodão em remédio e começo a limpar o ralado na testa, ele já está se cicatrizando e mais tarde provavelmente não vai existir mais. Posso reparar um pouco melhor agora no capuz vermelho agora em que estamos em uma luz adequada e forte. Vejo como seu cabelo é negro com uma mecha branca que destoa de todo o tom do resto dos fios, e como ele é pálido em comparação a mim, que não sou o melhor exemplo de acompanhamento de vitaminas solares e bronzeados. Limpo o corte que vai até a ponta da máscara, me afastando quando vejo que vou precisar tirar a mesma para terminar de limpar.

— Uhm... Se você quiser cuidar disso... — Aponto para o corte que entra pela máscara.

— Oh... — ele toca o corte e abaixa a cabeça. Por um momento acho que ele vai se levantar, mas então vejo a máscara sair de seu rosto e ficar em suas mãos.

— O que... — tento não parecer surpreso, o que é impossível já que o CAPUZ VERMELHO tirou a máscara na minha frente. Com certeza é um sonho muito imersivo e eu vou acordar em cinco minutos com o despertador tocando.

— Você tem o mínino de amor próprio. — Ele me olha e sorri. Então eu reconheço as feições e o sorriso. É o homem do bar de algumas noites atrás. E agora posso finalmente ver que seus olhos são azuis cinzentos, como se eu estivesse encarando um céu antes da tempestade. — E eu tenho meus motivos.

Eu balanço a cabeça e chego mais perto, tentando não parecer exitante. Ele tirou a máscara para mim e, meu deus, ele é lindo, mesmo estando cheio de ataduras e curativos.

— Eu sou Jason, aliás. — ele diz quando seguro o seu rosto.

— Eu sou Sam. — Digo em choque.

— Sam. — ele saboreia meu nome. Eu continuo limpando o corte e fazendo curtaivos. Que motivações ele teria para me mostrar seu rosto e dizer seu nome? Como ele poderia confiar em mim com apenas alguns dias me conhecendo? E se de repente eu virar um espião neutro em Gotham só porque fui caridoso com o Capuz Vermelho?

— Pronto... — Digo olhando os curativos. — Você realmente devia ir a um hospital.

— Eu vou estar melhor depois de dormir. — Ele diz tentando se levantar. Eu me levanto para servir de apoio. Ele não vai conseguir chegar muito longe com todos esses machucados e com essa roupa.

— Dorme aqui. — digo em um ato que posso declarar como insanidade. Mas ele já me mostrou o rosto dele, já me disse o nome, o que vai ser dormir no meu apartamento. — Meu sofá é confortável, e você vai me deixar menos preocupado assim.

— Awn, você se preocupa comigo? — Ele diz irônico, recolhendo o capacete do chão.

— Claro. Como posso imaginar minha vida sem cuidar de um vigilante? — Digo levando ele até o sofá.

— Eu realmente deveria ir embora. A noite é melhor para me esconder.

— Você não vai chegar longe. — ajeito Jason no sofá. — Só fique aqui por três horas, até você se sentir melhor.

— Eu já estou melhor.

— Sei. — vou até o quarto e pego um cobertor, levando pada Jason. — Só me faça esse favor.

— Tudo bem. — Ele diz, com os olhos pesados e se fechando. — Obrigado, Sam.

— De nada, Jason. — Cubro ele.

When It Breaks || Jason ToddOnde histórias criam vida. Descubra agora