Twenty Four

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Sam on



— Você só pode estar brincando, né?! — Acordo com o grito invadindo o meu apartamento. Me sento rapidamente, encarando a figura a minha frente. Qualquer pessoa teria ficado assustada, mas estou tão acostumado em ver pessoas encapuzadas que não me importo nem um pouco com o homem de blusa de frio preta e capuz.

— Oh oi, Dick. — Esfrego o meu rosto com as duas mãos, procurando o meu celular.

— Oi, Dick?! VOCÊ ME ASSUSTOU PARA CARALHO! — Ele diz em mais um grito. — Sam, você sabe o que o Jason ia fazer comigo se ele soubesse que você sumiu? Eu te procurei a madrugada inteira!

Franzo o cenho. São quatro e meia da manhã. Não percebi que tinha dormido tanto.

— Desculpa, Dick. Fui liberado mais cedo e precisei de um tempo para respirar. Acabei dormindo no sofá. — Canso de dar explicações e simplesmente as termino ali. Já vou ter muito o que explicar quando voltar para a mansão.

— Sam, você não pode fazer isso sem sequer avisar! Eu sei que você não deve satisfação para nenhum de nós, mas seria legal saber que você não foi sequestrado, para variar. — Ele parece mais calmo agora. — Fiquei um tempão te esperando na boate.

Balanço a cabeça, envergonhado.

— Vamos. — Dick estende a mão para me ajudar a levantar, e eu aceito. — Ugh, que Jason nem sonhe com isso.

[…]

Dick me levou diretamente para a caverna de moto. Ele não parecia mais feliz em todo o caminho, mas gosto de pensar que era só impressão por causa do capacete.

Paramos perto do computador principal, onde Bruce está sentado analisando algo, Tim meche em algo com Bárbara, Damian está sentado concertando algo e Jason está alheio a tudo, observando o teto da caverna.

— Vocês demoraram. — Jason diz assim que eu e Dick descemos da moto. Sorrio. Jason está usando um moletom e calça jeans, o que pode significar que ele não tenha saído em ronda hoje, e isso me deixa um pouco mais feliz.

— Sim, um pouco… — Dick evita olhar para Jason. Caminho até o mesmo, colocando minha cabeça em seu ombro e o rodeando com os meus braços.

— Sammy… aconteceu alguma coisa? Está tudo bem? — Ele pergunta em um tom baixo, preocupado. Respiro fundo, sentindo o cheiro em seu moletom. Queria poder ficar ali para sempre, fingindo que o meu redor não existe.

— Sobre isso. Precisamos conversar. — Respondo, aproveitando o quanto posso segurar Jason. Ele coloca a mão nas minhas costas e isso me dá um pouco de coragem. Solto o mesmo, ainda sentido seu toque, e me viro para Bruce. — Podemos conversar, Bruce?

O Wayne mais velho se vira para mim, assim como todos no recinto, e concorda com a cabeça. Me aproximo do computador, pegando no bolso o cartão que recebi e entregando para ele. Bruce analisa o cartão e então me olha.

— O Pinguim me ofereceu um trabalho, algo sobre entrar em alguns sistemas e abrir uma porta. Trabalhar com os peixes grandes, segundo ele. — Respiro fundo. Repetir essa frase me dá ânsia de vômito. — Você já sabia, não é?

Bruce olha o cartão de novo, virando e revirando como se procurasse algo diferente.

— Bruce, você já sabia que ele ia me oferecer esse trabalho? — Pergunto de novo, mais alto. Posso sentir todos os olhares em cima de nós dois, mas não me importo.

— Sim.

Respiro fundo, buscando o máximo de paciência. Não posso socar Bruce porque sei que é mais fácil que eu quebre a mão do que tenha algum efeito nele, mas que quero faze-lo, quero.

When It Breaks || Jason ToddOnde histórias criam vida. Descubra agora