twenty five

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Jason on

- Podemos fugir, depois disso tudo. - Digo, meio incerto.

- Fugir? Para onde? - Sam responde, me olhando.

- Qualquer lugar longe dessa loucura. - Respondo com um sorriso. - Eu, você, quem sabe um cachorro.

- E que tal uma vaca? - Sam sorri e eu não posso evitar de sorrir junto com ele. Sammy tem um sorriso que é contagiante. Sempre que o vejo, quero sorrir junto.

- Se você for limpar a bagunça...

Ele ri. Todas as vezes que o vejo sorrindo ou rindo quero gravar e guardar para sempre. Não entendo como posso sentir isso, mas quero sentir para sempre. Quero me embriagar na risada de Samuel, quero me afogar no sorriso dele, quero morar no seu beijo e viver em seu cheiro.

- Você conseguiria viver longe de tudo isso? - Ele me pergunta.

- Acho que sim. Pelo menos antes de... você sabe, eu queria um dia ter uma família. Uma casa. Longe de perigo.

Sammy se senta na cama e eu faço o mesmo.

- O que foi?

- Você nunca me contou sobre... - ele não precisa terminar a frase para que eu saiba sobre o que ele está falando. - Quer dizer, não precisa! Você não precisa falar nada se não se quiser. - Sam se apressa em dizer. Suspiro. Não posso o culpar pela curiosidade, já que parece que tudo em minha vida gira ao redor da mesma coisa.

- Você pode ver memórias certo? - pergunto. Ele assente. Pego uma das mãos de Sammy e deixo um beijo em seus dedos, em seguida coloco os dedos dele em minha tempora. - Você pode...

- Tudo bem... - ele sussurra fechando os olhos.

Jason Off

Sam On

Estou sentado em uma sala.

Uma sala grande, com um carpete avermelhado a minha frente, e uma lareira acesa. Tudo tem um tom cinza apagado então sei que estou na memória de Jason.

- O que você acha? - Ouço a voz de um menininho que entra pela sala. Cabelos negros e lisos, olhos azuis tempestuosos que ficam tão escondidos a luz da lareira, ele tem um semblante preocupado, e por mais que pareça desse modo, ele parece de algum jeito mais leve. Não preciso de mais de um segundo para saber que é Jason.

- Não sei. Eu preciso falar com algumas pessoas. - Um Bruce anos mais novo entra na sala. Ele parece de fato menos cansado, com menos rugas e menos peso sobre os ombros. - Você fica.

- Mas eu posso ser útil.

- Você fica.

- Eu posso ajudar!

- É perigoso, Jay. - Bruce segura os ombros de Jason. Uma confiança que eu não saberia dizer de onde vem flui entre eles. É um sentimento tranquilo que não é possível ver atualmente. Um amor tão grande e que flui dos dois lado, tanto de Jason quanto de Bruce. - Você fica e seja um menino bonzinho, certo?

Jason ri.

- Tudo bem, pai. - Jason se solta do ombro de Bruce e se senta no sofá.

A cena trêmula e agora estou em um galpão. Um lugar sujo e cheio de caixotes mal iluminados por algumas lâmpadas que pensem do teto. Sinto o medo que exala no lugar, a dor que se passa aqui. Olho e vejo uma figura jogada no chão e uma em pé. A segunda sai andando após jogar uma enorme barra de ferro no chão. A figura no chão veste trajes coloridos e então eu a identifico, vejo o traje que tem rodado meus pesadelos. Robin.

Uma voz medonha soa pelo galpão. Me viro e vejo a figura na porta.

- Tá bom, queridinho. Isso foi divertido. Talvez mais para mim do que para você. Enfim, seja um bom menino! Diga oi para o morcegão por mim. - então uma risada tenebrosa ocupa o lugar.

Robin se arrasta até um lugar onde um explosivo pisca, e posso ver o rastro de sangue que ele deixa.

A cena trêmula de novo e agora estou em um apartamento vazio, Jason agora está com o seu traje de Capuz Vermelho, sentando em um balcão esperando algo. Sinto a raiva que emana dele como uma aura. Um trovão pisca do lado de fora e agora Batman está parado frente a frente com Jason sem seu capacete, apontando uma arma para Bruce. A tensão no lugar pode ser cortada com uma faca.

- Eu pensei, pensei que seria o último que você deixaria ele machucar. - a voz de Jason soa quebrada, machucada. - Se ele tivesse espancado você até a morte, se ele tivesse tirado você do mundo, eu teria revirado os confins da terra até achar esse pilantra desprezível adorador da morte, e mandado ele para o inferno. Por que? Eu não estou falando em matar o Pinguim, o Espantalho ou o Duas Caras. Eu estou falando dele. Só dele. E só porque... porque ele me tirou de você.

Sam Off

Jason On

Sammy abre os olhos e sinto que ele está de volta de onde quer que ele tenha ido. Ele tira a mão da minha tempora e segura meu rosto, seus olhos estão cheios de lágrimas.

- Eu sinto tanto. - Ele sussurra olhando em meus olhos. Seguro seu rosto, mas também acho que meus olhos estão com algumas lágrimas acumuladas, pois quando ele me abraça, sinto que estou molhando sua camiseta. - Você não merecia algo tão ruim, Jay. Você era só uma criança. - Ele começa a mexer em meu cabelo. Ele me deixa confortável, de modo que ele faz parecer que está tudo bem. Que eu vou ficar bem apesar de tudo. É isso que me deixa inquieto sobre Sam. Quando estou perto dele, parece que nada do que aconteceu foi tão ruim assim, ele me faz sentir como se eu fosse maior do que tudo que aconteceu, que eu posso ter um futuro longe de tudo.

- Tudo bem. - eu sussurro me afastando. Ele me olha com um sorriso fraco e me beija, lentamente, transmitindo um sentimento tão grande que eu não conseguiria colocar em palavras.

- Eu sinto muito. - ele diz mais um vez, separando minimamente os nossos rostos.

- Você não precisa... dizer nada. - Eu seguro em seu rosto. - Obrigado por estar aqui.

- Você não precisa me agradecer. - Sammy sussurra. - Mas ficarei feliz se você lembrar disso quando adotarmos nossa vaca.

Sam ri e eu também. Ele é a melhor coisa que me aconteceu em muito tempo.

When It Breaks || Jason ToddOnde histórias criam vida. Descubra agora