When It Breaks || Jason Todd

five

Sam on

Acordo com os raios de sol que entram pelo quarto. O meu relógio exibe o número de 13:30.

É normal, quando se trabalha em uma boate ou tem qualquer trabalho noturno, ter horários diferentes. Enquanto o dia das pessoas estão na metade, o meu começa. Enquanto o meu acaba, o de algumas pessoas começa. Por mais que meu horário não bata com de todas as pessoas que eu conheço, eu gosto de poder dormir na maior parte do dia.

Pego meu celular e vejo as notificações de Barry.

Barry⚡
Ouvi dizer que teve outro ataque na indústria de químicos
Algum sinal do seu amigo vermelho?
10:30✓✓
Eu odeio odeio odeio seu horário diferente do meu
Sempre fico maluco sem saber se você dormiu ou foi sequestrado
11:45✓✓
Samuel Allen, eu espero que você esteja dormindo bem porque quando acordar eu te mato
12:27✓✓
Ninguém dorme tanto assim
13:17✓✓

Eu
Nada do meu amiguinho vermelho
E eu durmo tanto assim
Você deveria tentar ter uma vida pra variar
Já chamou alguém pra sair?
13:33✓✓

Levanto cansado e coloco meus chinelos. Barry não tem como saber sobre Jason, e não me faz mal ter um pequeno segredo. Ainda mais se esse segredo envolve um vigilante.

Caminho até o banheiro e escovo os dentes. Se pensarmos bem, não é uma coisa que eu poderia simplesmente contar para o Barry, porque não me envolve. É como se eu contasse para o Jason que o Flash é Barry Allen. Seria totalmente injusto.

Ando até a cozinha, vendo que Jason ainda está apagado no meu sofá. Parte de mim esperava não o encontrar mais aqui quando eu acordasse, mas a outra parte de mim se sente um pouco aliviada de ele ainda estar aqui. Posso ver que ele dorme tranquilamente, por mais que eu ache que é impossível se sentir 100% confortável naquele traje. Seu capacete repousa no chão, em sua frente no sofá, e ele deixou suas armas na mesa de apoio. É assustador mas ainda sim a sensação é reconfortante. Gosto de saber que ele está bem.

— Você e eu temos horários parecidos. — Digo assim que percebo que ele está acordado. Jason me olha sonolento, os olhos azuis certamente perdidos tentando entender onde ele estava. Ele pisca algumas vezes para se adaptar a luz e eu não posso evitar de achar isso encantador. — Gosta de ovos e bacon para o café da manhã quase duas da tarde?

Ele sorri e assente, se sentando.

— Seu apartamento fica diferente na luz do dia. — Ele olha ao redor. Balanço a cabeça preparando a comida. — Nunca saberia que as paredes são cor de areia se não fosse a luz do dia. Meio feio, mas ainda surpreendente.

Eu sorrio.
Odeio essa cor.

— Você mora muito longe daqui? — Pergunto colocando dois pratos no balcão que separa a cozinha da sala. — Só para saber o quanto vou ficar preocupado...

— Sim. — Ele senta no balcão, arrancando algumas bandagens e revelando que os machucados ali estão curados. — Mas estou ficando um pouco mais perto.

— Isso é bom. — Me viro e começo a cozinhar.

— Você mora aqui a muito tempo? — Jason me pergunta. Sinto seus olhos nas minhas costas.

— Um pouco. — Quebro os ovos. — Me mudei de Central City um tempo atrás. Fiquei um tempo em Nova York e depois vim parar em Gotham.

Jason assentiu, puxando a gola do traje para, talvez, respirar.

— Tantos lugares... — ele resmungou. Assenti com um sorriso torto, colocando os ovos e o bacon em um prato na frente dele.

— Eu precisava recomeçar. — disse me servindo. — E Gotham não é bem o lugar de muitas perguntas.