When It Breaks || Jason Todd

twenty two

Sam on

Um fato sobre mim.

Odeio bailes.

Não fui nem ao meu baile de formatura no ensino médio. Primeiro porque não tinha um par, segundo porque não gostava de ninguém na minha classe, e ninguém gostava de mim. Fiquei em casa e joguei pipoca na TV enquanto passava um filme sobre assaltos.

Bruce providenciou um traje para o baile. Um smoking que deve ter o preço de dez anos do meu aluguel. O colarinho aperta e os sapatos me incomodam, mas não reclamei quando pude. É só um baile idiota. Amanhã estarei de volta no meu trabalho de camisa social e avental, servindo bebidas para criminosos e logo estarei de volta ao meu apartamento pouco seguro no subúrbio de Gotham, então posso ignorar o colarinho e o sapato.

Estou no hall lotado de pessoas que não se importam muito com a minha presença. Se não fosse pela roupa cara, provavelmente já teriam empurrado uma bandeja na minha mão.

Acho que até estaria mais confortável se estivesse segurando uma.

— Você me parece familar, já nos vimos antes? — ouço uma voz doce me perguntar. É uma mulher morena, parada perto das escadas.

— Acredito que não. — encaro os olhos marrons da mulher. Uma cascata de cabelos cai de um penteado não muito elaborado. Ela tem um sorriso simpático e um rosto bem modelado.

— Diana! Não me deixa sozinho, você sabe que vão me comer vivo se não for por você e pelo Bruce. — um homem grande diz se aproximando. Ele tem ombros largos, cabelos curtos e pretos, e usa uma armação de óculos quadrada preta que ficam no caminho de olhos azuis cristalinos. Sorrio um pouco imaginando como um homem daquele tamanho poderia ser comido vivo por qualquer pessoa.

— Ah Clark, não seja assim. — a mulher, Diana, sorri e empurra o ombro dele. — Qual é seu nome, meu querido? — Ela se vira para mim.

— Oh… é Sam. — respondo. Ela balança a cabeça, pensativa. Tento me esforçar mas não consigo pensar onde eu poderia tê-la visto. Ela é alta, com braços musculoso, usa um vestido cintado e tem um rosto forte. Não frequentaria uma boate como a que eu trabalho, e muito menos teria a visto pelo departamento de polícia de Central City quando eu estava por lá.

— Sam, te achei! — Sinto a mão de Dick em meu ombro. Ele está usando um terno azul marinho escuro e tem os cabelos penteados para trás. — Diana, Clark, como estão?

— Bem, Dick, como está?

— Onde está Bruce? — O homem pergunta olhando para os lados, parecendo um enorme Golden Retriever. Sorrio.

— Estou bem, obrigado. — Dick sorri. — Bruce deve estar por aqui. Acho que vi ele perto da mesa de aperitivos. Sam, pode me ajudar em uma coisa?

Olho para ele concordo com a cabeça. Ele sorri mais ainda e diz alguma coisa antes de sair me puxando pelo hall. Com pouco, estamos indo até a biblioteca, passando pelo corredor lotado de quadros, com algumas pessoas até que chegamos ao fim do corredor, onde as enormes portas de magno se encontram. Dick empurra uma delas e me puxa. Agora dentro, posso ver que está silencioso como se não houvesse uma festa lá fora, tendo poucas luzes acesas.

— Já esteve aqui? — Dick pergunta, me puxando por entre as prateleiras.

— Já. — respondo. Com pouco tempo, estamos perto de alguns sofás e poltronas, que estão de frente para uma porta de vidro que dá acesso a uma salinha de convivência com duas poltronas, uma de frente a outra, que por sua vez, dá para uma saída para o jardim. Olho para a mesa onde Dick se dirige, está cheia de livros e papéis espalhados. Me aproximo, vejo algumas coisas escritas nos papéis mas nada faz muito sentido. Dick aponta para um papel. É uma planta baixa de algum lugar. Aperto os olhos mais um pouco e reconheço que na verdade é da boate.