thirteen

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Sam on

Sirvo a mesa do Pinguim, entregando para o mesmo um copo com uísque e para sua acompanhante um Martine. Não consigo reconhecer a mulher, que tem cabelos loiros curtos e um sorriso torto.

— Samuel, Samuel. — Pinguim me olha e eu sinto minha espinha gelar. — Como você está, meu garoto?

— Bem, obrigado senhor. — respondo apertando a bandeja que eu seguro. — Posso pegar alguma coisa para os senhores? — Pergunto olhando para os dois homem enormes sentados na frente de pinguim.
Ouço um rosnado baixo, que parece vir do outro lado da mesa. Encaro com mais atenção um pouco um dos homens e tento não mostrar uma reação quando percebo. O homem é um crocodilo enorme de terno e boina italiana, e por mais que pareça engraçado, não é. Ele está de braços cruzados, mostrando suas fileiras de dentes que não devem ser um bom sinal.

— Você quer beber algo, Croc? — A mulher pergunta. — Você pode trazer um Sbagliato para ele?! — Ela me pergunta e eu concordo com a cabeça. Não seria como se eu fosse falar não.

Me movo até o bar e começo a fazer o drink. O Iceberg está mais vazio hoje, com vários gangsters entrando e saindo a todo momento, ficando um pouco no bar lá em cima e um pouco aqui embaixo. Volto a mexer e vou até a mesa com o drink.

— O que ele quer de mim? — Pinguim pergunta irritado, e posso ver que aquela pose não assusta ninguém na mesa. — Quer que eu arranje todas aquelas coisas químicas para ele fazer o que quiser e quer que seja logo? Não tenho visto ele colocando as mãos na massa.

— Ele quer o que você disse que podia conseguir. — o homem ao lado do crocodilo enorme diz calmo.

— Sim, mas vocês sabem como é impossível invadir tantas fábricas ao mesmo tempo?! Afinal, o que ele quer? Eu espero que esse plano para acabar com o Bat…

— Querido… — A mulher coloca a mão no braço do Pinguim, chamando a atenção pada mim. Coloco o drink na mesa e fico de cabeça baixa, tentando passar a impressão de que eu não estava ouvindo antes.
Volto para o bar. Então o Pinguim está envolvido com os ataques na fábrica de químicos? E quem é o "ele” que o Pinguim se refere?

"Ele não deveria ter ouvido isso…” ouço o pensamento da mulher. Suspiro.

[…]

Entro no meu apartamento. Meu corpo todo está cansado. O crocodilo gigante e o outro homem não ficaram a noite toda, ou pelo menos não ficaram no Iceberg a noite toda. Alguns outros gangsters conversaram com o Pinguim pela a noite, e só consegui ouvir o que alguns pensavam. Em sua maioria, eram sobre achar algum composto químico para o Pinguim, que pensava em como queria matar o cara que estava procurando o composto químico. Também servi várias mesas hoje enquanto tive que não ficar paranóico com os olhos da mulher que acompanhava o Pinguim me seguindo, parecendo que eu ia a qualquer momento tirar um celular e…

Merda.

— Não se mexa. — Ouço uma voz soar pelo apartamento. Um homem alto aponta uma arma para mim. Levanto as minhas mãos, enquanto sinto meu celular ser tomado de mim. O homem na minha frente tem uma cicatriz que pega da ponta do queixo e vai até o olho direito. — Você ouviu algumas coisas hoje que não deveria…

— Eu não ouvi nada, eu juro. — Digo, quem sabe com convicção o suficiente para que ele acredite.

— Eu não terminei. — recebo um soco. Ótimo, incrível rito de passagem em Gotham. Eu vou morrer. — Você ouviu algumas coisas que não deveria, e infelizmente, vai ter que sair do seu trabalho, Samuel.

— Tudo bem, eu me demito. — recebo mais um soco.

— Não assim. — ele engatilha a arma. Eu vou morrer. Eu vou muito morrer.

— Só porque ouvi eles falando sobre fábrica de químicos? — tento tirar algo mais. Se vou morrer, não custa tentar.

— Porque você ouviu a razão.

— Acabar com o Batman? Essa incrível novidade?

— Dessa vez vai ser para valer. — ele sorri e algo me diz que ele realmente acredita nisso. — Sinto muito que você não vai estar aqui para ver.

Ele me acerta mais um soco, depois outro, e mais um até que eu não consiga mais ficar em pé. Quando chego ao chão, recebo chutes até que uma dor explode pela lateral do meu corpo e eu tenho certeza que grito. O homem ri e me acerta com mais socos e chutes, minha visão já está ficando turva quando ele aponta a arma para mim. Ouço um disparo mas tenho certeza que não me acertou. Olho para o lado e vejo que Jason quebra a janela com o pé, indo para cima do homem que esta me dando uma surra. O homem rola, e tenta acertar Jason, que chuta a arma do cara, acertando um soco no homem, seguido de mais um e mais um.

— Quem mandou você? — Ouço Jason perguntar, apontando a arma para o homem.

O homem não responde, chutando Jason para longe e indo em direção a janela. Ele aponta a arma para mim e quando acho que vai me matar, ele acerta minha perna esquerda, perto de onde o antigo corte estava. Tenho quase certeza que o universo odeia que eu tenha uma perna sadia.

— Com os cumprimentos da Barbara Kean. — ele diz antes de sair. Aperto minha perna. Minha visão está tentando se ajustar, mas ainda está turva. Meu corpo todo está explodindo de dor.

Quem diabos é Barbara Kean?!

Jason corre até mim, seu semblante exala preocupação.

— Merda, merda, merda… — ele diz, encarando a ferida. — Sam? Não dorme, tá bom? — Ele segura meu rosto, olhando nos meus olhos. — Você não pode ficar aqui… — ele murmura.

— O que você…?

— Quieto, Sammy. — Jason diz, pegando o celular no bolso. — Vou te levar para um lugar seguro.

When It Breaks || Jason ToddOnde histórias criam vida. Descubra agora