fifteen

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Sam on

Acordo com a luz do dia entrando pela janela do quarto. Não pude ver bem como o lugar era quando chegamos porque estava tudo escuro e eu só queria me jogar em uma cama e dormir. Andei com Jason por toda a casa em cima da caverna no escuro sem sequer saber para onde eu estava indo.

Levanto e vou até o banheiro, tomando um banho gelado. No quarto, o meu moletom dos laboratórios Star e a calça que emprestei para Jason estão em cima da cômoda, me visto e logo olho pela janela. Lá fora tem um jardim enorme, com arbustos em formas aleatórias, e uma grama verde que se perde de vista. Analiso um pouco o quarto, que tem uma decoração velha, com móveis retrô, e papel de parede vitoriano. Aqui tem uma cama, um armário gigante com um espelho que pega de uma ponta a outra do mesmo, uma escrivaninha, uma cômoda, e um banheiro igualmente enorme ao quarto. Tenho certeza que o meu apartamento cabe dentro desse quarto.

— Sammy? — ouço Jason chamar depois de bater suavemente na porta. Dou um sorriso leve com o apelido enquanto caminho até lá, abrindo a mesma. Jason parece um cachorrinho que caiu da mudança. Chamo para que ele entre, e ele o faz. Fecho a porta atrás de mim. Ele está usando uma blusa de gola alta e mangas curtas, jeans preto e tênis. — Como você está?!

— Bem. — Digo, ainda olhando ao redor. — Você não me disse que era rico.

— Não sou. — ele responde, olhando pela janela. — O Bruce é.

— E o Bruce é seu…?

— Podemos não falar sobre isso agora? — Ele pergunta, frustrado. Eu concordo, me sentando na cama. Jason se senta ao meu lado. Ele encara o chão, evitando olhar para mim. Seus ombros estão tensos e ele mal se esforça para ter um assunto, apenas aperta as próprias mãos. Posso reparar que ele tem algumas cicatrizes pelos braços e nas mãos. Sinto vontade deixar um beijo em cada uma delas. Balanço a cabeça, tentando afastar esse pensamento.

— Jason, eu estou bem. — digo olhando para o mesmo.

— Achei que tivesse dito para ficar fora da minha mente. — ele diz em tom de repreensão.

— Não precisei entrar nela. — pego o rosto dele com as duas mãos e o forço a olhar para mim. Minhas mãos estão tremendo e eu não faço ideia de onde tirei coragem para fazer isso. — Eu estou bem. Você não tem nada haver com o que aconteceu. — Ele me olha, tentando repetir aquelas palavras para si mesmo. — Eu estou bem.

Jason assente, e eu sinto seu corpo relaxar, ele apoia o rosto na minha mão. Ele parece cansado, e eu me pergunto se ele dormiu ou comeu algo nos últimos dias.

Abraço Jason, tentando abraçar a maior parte de seu corpo. Ele retribuí o abraço, passando seus braços ao meu redor, descansando sua cabeça em meu ombro. Sinto sua respiração quente contra meu pescoço e isso me faz arrepiar. Mecho no cabelo de Jason, tentando deixá-lo confortável ali, querendo que ele se sinta bem no meu abraço e que ele não queira sair dele nunca. Jason tem cheiro de menta e perfume amadeirado. Quero mergulhar nesse cheiro e ficar aqui para sempre, com Jason nos meus braços.

— Senhor Allen. — Ouço a voz que avisou sobre o quarto ontem vinda da porta. Nem eu e nem Jason nos mechemos. — O café da manhã será servido agora, e contam com sua presença na mesa.

— Tudo bem. — Respondo e ouço passos se distanciarem no corredor. Jason se separa de mim, voltando a olhar para o chão e sinto vontade de o puxar de novo para um abraço e não o soltar mais. Me seguro para não fazer isso, agora seria estranho, sem motivo.

— Acho melhor… irmos. — Jason se levanta. — Alfred não gosta de atrasos.

[…]

Eu e Jason caminhamos silenciosamente lado a lado. Ele andando com as mãos no bolso, olhando para o chão, e eu admirando toda a mansão. Passamos por milhares de quartos com retratos em todas as paredes. Não consegui identificar nenhuma das pessoas, mas foi interessante ver quantas pessoas brancas podem existir em uma família rica. Passamos por alguns quadros e algumas estátuas até chegarmos no hall principal. Duas escadas enormes, uma de frente a outra, se juntam formando uma gigante que vai até o centro de um gigantesco hall. Olho pasmo para o lugar. Me sinto estupidamente pequeno ali, encarando o meu redor, mas não posso evitar em pensar como esse lugar é enorme. Um lustre maravilhoso e em cristal decora o teto, parecendo enorme a distância e devendo ser o triplo do tamanho que acho que é. Olho ao redor. Provavelmente apenas vi o primeiro e o segundo piso. Jason parece indiferente, e então entendo que ele já é acostumado a tudo isso, que já viu esse lugar mais vezes do que o de costume e que a grandeza não o surpreende.

When It Breaks || Jason ToddOnde histórias criam vida. Descubra agora