When It Breaks || Jason Todd

twenty eight

Jason on

Atiro o meu capacete do outro lado da caverna de tanta frustração. É o máximo que posso fazer com todo o ódio que eu sinto.

Como tudo deu errado?!

Estávamos a espreita. Esperando o sinal de Barbara para que pudéssemos ir atrás de Sammy, e então aconteceu.

Dick disse que eles estavam prontos para o ataque mas simplesmente ele e Steph foram pegos por algo desconhecido. Algum tipo de gás nocauteador ou qualquer merda do tipo. Cass e Tim foram ao resgate enquanto eu e Bruce íamos até o local que Barbara rastreou o sinal da invasão de sistema do laboratório.

Quando Cass e Tim chegaram ao laboratório, Dick e Steph estavam amarrados juntos, e a planta do lugar havia sido levada. Quando eu e Bruce chegamos ao lugar, um galpão enorme afastado de Gotham, tudo que tinha era um bilhetinho escrito em azul com a frase "peguei seu brinquedo emprestado, devolvo quando acabar" largado em cima de um computador. Voltamos para a batcaverna quase que imediatamente.

— Jason… — Steph chama meu nome com a voz rouca e cansada. Ela e Dick estão sentados em cima da maca da caverna. Bruce pegou amostras deles para saber se o que os atacou era algum gás nocivo ou não.

Passo as mãos pelo cabelo tentando aliviar a frustração. Quero explodir em mil e um pedacinhos. É óbvio que é minha culpa. Eu disse que não iria deixar que nada ruim acontecesse com ele e olha o que aconteceu. Não sei sequer onde ele pode estar agora, ou se está bem, mas é claro que não está. O coringa não sequestraria alguém para tomar chá da tarde. Eu, mais do que ninguém, sei bem disso.

Atiro para o outro lado da caverna a primeira coisa que consigo alcançar, causando um estrondo alto.

— Jason. — Dick agarra meu braço e eu tento me soltar com um puxão brusco. — Jay…

Eu o olho. Seus olhos pedindo para que me acalme e sua voz baixa em um tom de suplica me deixam com mais raiva ainda. Ele afrouxa a mão, se ajeitando na maca quase como um cachorro que acabou de ser repreendido pelo dono. Respiro fundo para não ficar ainda com mais raiva do gesto.

— Desculpa. — ele sussurra e evita olhar para mim.

Sento na escada entre plataformas, tentando me conter. Coloco a cabeça entre as mãos e respiro fundo. É minha culpa. Tudo escrito no meu rosto. Quero continuar quebrando todas as coisas ao meu redor até que não aja mais nada nesse lugar, mas não adiantaria nada. Não traria Sam de volta e apenas atrasaria o processo para tentar acha-lo.

— Eu estou rastreando os sinais que eu recebi dos computadores do galpão. Vasculhando as pastas e rastreando as placas dos caminhões que estiveram no laboratório. Eu vou achar ele, Jason. — Barbara diz mas eu não me importo. Qualquer segundo que estamos sentados aqui, é um segundo a mais que Sam passa com coringa. Só Deus sabe o que ele pode fazer.

Levanto o olhar e vejo Bruce me observando. Ele não tirou o traje, nenhum de nós o fez, mas especificamente o dele me incomoda. O morcego que paira sobre todos nós. Seguro minhas palavras dentro da boca, mordendo as bochechas, porque Bruce sabe o que vou dizer. Ele sabe que vou jogar a culpa nele. Ele até está esperando por isso, por ter que me conter, então mordo minhas bochechas tão forte que consigo sentir o gosto de cobre e uma dor explodindo pela lateral do meu rosto, mas não me importo. Só me importo com Sam agora.

— Mestre Todd. — olho para o lado e vejo Alfred em pé, segurando uma bandeja prata com um copo de água. Ele tem o tom mediador que usava comigo quando eu era criança e tinha um surto de raiva e sobrava a ele a condição de ter que me acalmar. — Creio eu que podemos resolver isso de modo pacífico, não?! Porque não vamos lá para cima?!