[XXXI] Cornélio Fudge

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              | Cornélio Fudge |

Haley, Harry, Hermione e Rony sempre souberam que Hagrid tinha uma lamentável queda por criaturas grandes e monstruosas. Durante o primeiro ano em Hogwarts, ele tentará criar um dragão em sua casinha de madeira, e levaria muito tempo para os garotos esquecerem o gigantesco cachorro de três cabeças a que ele dera o nome de “Fofo”. E se, quando era criança, Hagrid tivesse ouvido falar que havia um monstro escondido em algum lugar do castelo, eles tinham certeza de que Hagrid teria feito o possível para dar uma espiada. E provavelmente pensaria que era uma vergonha o monstro ficar preso tanto tempo e que merecia uma oportunidade de esticar as pernas; todos podiam imaginar bem o Hagrid de treze anos tentando pôr uma coleira e uma guia no bicho. Mas também tinham igualmente a certeza de que Hagrid jamais quisera matar alguém, até mesmo Haley. Mas só porque a garota não achava que Hagrid teve a intenção de matar alguém, ela continuava achando que o homem tinha completamente a culpa pela morte e que também ele abriu a câmara secreta dessa vez, novamente.

Haley se arrependeu profundamente de ter ido ao dormitório masculino naquela noite, porque pela a infelicidade dos irmãos, Hermione e Rony os fizeram repetir várias vezes o que viram, até eles ficarem cheios de contar e cheio das conversas compridas e tortuosas que se seguiam a história.

— Riddle pode ter apanhado a pessoa errada — disse Mione. — Talvez fosse outro o monstro que estava atacando as pessoas…

— Foi o monstro do Hagrid, Hermione... — falou Haley, cansada.

— Quantos monstros vocês acham que cabem aqui no castelo? — perguntou Rony abobado.

— E isso importa? — perguntou Haley.

— Muitos, acho — falou Rony, para si mesmo, ignorando Haley.

— Sempre soubemos que Hagrid foi expulso — disse Harry, infeliz. — E os ataques devem ter parado depois que o mandaram embora. Do contrário, Riddle não teria ganho um prêmio.

Haley não podia admitir, mas ela não se sentiu nada mal por saber que era Hagrid que foi quem havia aberto a câmara secreta.

Rony tentou um ângulo diferente.

— Riddle se parece com o Percy, afinal quem pediu a ele para dedurar o Hagrid?

— Mas o monstro tinha matado alguém, Rony — lembrou Mione.

— E Riddle ia voltar para um orfanato de trouxas se fechassem Hogwarts — disse Harry. — Não posso culpá-lo por querer ficar aqui…

— Você encontrou o Hagrid na Travessa do Tranco, não foi, Harry? — perguntou Hermione.

— Nossa! — exclamou Haley — Verdade! Nem tinha lembrado.

Os três amigos olharam para Haley com caretas.

— Você parece estar gostando demais disso, Haley… — falou Hermione, baixo.

— Não estou — respondeu um pouco rápido demais.

— Ele estava comprando um repelente para lesmas carnívoras – respondeu Harry depressa.

Os quatro se calaram. Passado muito tempo Hermione deu voz à pergunta mais pesada num tom hesitante.

— Vocês acham que devemos perguntar ao Hagrid o que aconteceu?

— Não — respondeu Haley, franzindo a testa.

— Ia ser uma visita animada — disse Rony. — “Olá, Hagrid. Conte para a gente, você andou soltando alguma coisa selvagem e peluda no castelo, ultimamente?”

Por fim, eles resolveram não dizer nada a Hagrid a não ser que houvesse outro ataque e, como muitos e muitos dias se passaram sem sequer um sussurro da voz invisível, começaram a alimentar esperanças de que nunca precisariam perguntar a ele os motivos de sua expulsão. Fazia agora quase quatro meses desde que Justino e Nick Quase Sem Cabeça tinham sido petrificados, e quase todo mundo parecia pensar que o atacante, fosse quem fosse, tinha se retirado para sempre. Pirraça finalmente se cansara do seu refrão “Ah, Potter's podres”, Ernie Macmillan pediu certo dia a Harry, com muita educação, para lhe passar um balde de sapos saltitantes na aula de Herbologia, e em março várias mandrágoras deram uma festa de arromba na estufa três, o que deixou a Profa Sprout muito feliz.

𝚃𝙷𝙴 𝙿𝙾𝚃𝚃𝙴𝚁, 𝙷𝙰𝚁𝚁𝚈 𝙿𝙾𝚃𝚃𝙴𝚁 [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora