𝟾. 𝙰 𝙵𝚞𝚐𝚊 𝚍𝚊 𝙼𝚞𝚕𝚑𝚎𝚛 𝙶𝚘𝚛𝚍𝚊

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       | A Fuga da Mulher Gorda |

Não demorou nada e a Defesa contra as Artes das Trevas se tornou a matéria favorita da maioria dos estudantes. Somente Draco Malfoy e sua patota de alunos da Sonserina tinham alguma coisa de ruim a dizer do Profº. Lupin.

— Olha só as vestes dele — Malfoy dizia num sussurro bem audível quando o professor passava. — Ele se veste como um velho elfo doméstico.

Mas ninguém mais se importava se as vestes de Lupin eram remendadas e esfiapadas. Suas aulas seguintes tinham sido tão interessantes quanto a primeira. Depois dos bichos-papões, eles estudaram os "barretes vermelhos", criaturinhas malvadas que lembravam duendes e rondavam os lugares onde houvera derramamento de sangue, masmorras de castelos e valas dos campos de batalha desertos à espera de abater a porrete os que se perdiam. Dos barretes vermelhos eles passaram aos kappas, seres rastejantes das águas, que lembravam macacos com escamas, palmípedes cujas mãos comichavam para estrangular os banhistas desavisados que penetravam seus domínios.

Literalmente era a melhor aula de todas, nem se comparava com a pior delas, que era Poções. Snape andava com uma disposição bem vingativa ultimamente, e ninguém tinha dúvidas do que motivara isso. A história do bicho-papão que assumira a forma dele, e a maneira com que Neville o vestira com as roupas da avó, correra a escola como fogo espontâneo. Snape não parecia ter achado graça. Seus olhos faiscavam ameaçadoramente à simples menção do nome de Lupin e ele andava implicando com Neville mais do que nunca.

E mais uma aula péssima, era a da Profª. Sibila, que ficava perturbando Harry toda a hora. Mas o garoto tentava fingir que não via os olhos da professora se encherem de lágrimas todas as vezes que olhava para ele. Nem eu, nem Harry, Rony e principalmente Hermione conseguimos gostar de Sibila, embora ela fosse tratada, por muitos alunos da turma, com um respeito que beirava a reverência. Parvati Patil e Lilá Brown passaram a rondar a torre da professora na hora do almoço, e sempre voltavam com irritantes ares de superioridade, como se soubessem de coisas que os outros desconheciam. Tinham começado também a usar um tom de voz abafado sempre que falavam com Harry, como se estivessem em seu velório, me deixando completamente furiosa.

Ninguém gostava realmente de Trato das Criaturas Mágicas que, depois da primeira aula repleta de ação, tornara-se extremamente monótona. Hagrid parecia ter perdido a confiança em si mesmo. Os alunos agora passavam aula após aula aprendendo a cuidar de vermes, que eram uma das espécies de bichos mais chatas que existem no mundo, e não era por acaso. Mas pelo menos agora estávamos completamente seguros.

— Por que alguém se daria o trabalho de cuidar deles? — exclamou Rony, depois de mais de uma hora enfiando alface fresca picada pela goela escorregadia dos vermes.

Na véspera dos testes para os clubes, todos nós estávamos completamente ansiosos, mas sem motivo, já que no final da tarde, foi anunciado que adiaram os testes para o começo de novembro, para os alunos poderem se preparar. Essa decisão não tinha partido dos presidentes dos clubes, (que organizavam tudo em relação aos clubes) mas sim da Professora McGonagall, que estava mais que certa, já que ninguém havia se preparado, por falta de tempo.

Hermione falava que os presidentes dos clubes haviam escolhido a data dos testes tão cedo para que quase ninguém conseguisse entrar, só aqueles que tinham realmente um talento. Ou seja, quase ninguém mesmo.

Então no início de outubro, eu, Harry, Hermione e Rony tivemos algo para nos ocupar. Eu treinava para os testes, com Astória, que me ajudava, mas nunca conseguíamos achar um lugar grande o suficiente para isso e quando conseguíamos encontrar, logo aparecia vários alunos para nós atrapalhar. Diferente de mim, Harry tinha decidido que não iria entrar em nenhum clube, por conta do Quadribol, mas mesmo assim o garoto estava ocupado como nunca, já que a temporada de Quadribol se aproximava. Rony também tinha se inscrito num clube, o Clube de Técnicas de combate e sobrevivência, e o garoto estava levando a sério a tarefa de entrar. Agora ele estava sempre com um livro na mão, mesmo que não lesse, ele estava. Eu não sabia porque Rony quis escolher esse clube, afinal, eu duvidava muito que ele fosse usar esse conhecimento na vida real. Mas Hermione, ela com certeza era a que fazia mais coisas entre a gente, sem surpresas. A garota estava assistindo tantas aulas e mesmo assim arrumava tempo para estudar, fazer os deveres de casa e ainda estudar mais ainda para entrar no clube de Alquimia, que era particularmente difícil. Eu não sabia como a garota estava arrumando tanto tempo para fazer tudo isso, mas ela estava sobrecarregada e isso estava afetando sua aparência.

𝚃𝙷𝙴 𝙿𝙾𝚃𝚃𝙴𝚁, 𝙷𝙰𝚁𝚁𝚈 𝙿𝙾𝚃𝚃𝙴𝚁 [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora