[𝚇𝚅𝙸𝙸𝙸] 𝙾 𝙿𝚒𝚘𝚛 𝙰𝚗𝚒𝚟𝚎𝚛𝚜𝚊́𝚛𝚒𝚘

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          | O Pior Aniversário |

Não era a primeira vez que havia uma discussão à mesa do café da manhã na rua dos Alfeneiros número 4. O Sr. Válter Dursley foi acordado nas primeiras horas da manhã por um pio alto que vinha do quarto de Haley, ou talvez do quatro de Harry.

— É a terceira vez esta semana! — berrou ele à mesa. — Se vocês não consegue controlar essa coruja, teremos que mandá-la embora!

“Mais uma ameaça… que novidade” Haley pensou entediada.

Já Harry tentou explicar, mais uma vez.

— Ela está chateada. Está acostumada a voar ao ar livre. Se eu ao menos pudesse soltá-la à noite...

— Eu tenho cara de idiota? — rosnou Tio Válter, um pedaço de ovo pendurado na bigodeira. — Eu sei o que vai acontecer se você soltar essa coruja.

Ele trocou olhares assustados com sua mulher, Petúnia.

— Até que não é tão estúpido — Haley murmurou baixo para somente Harry ouvir. O garoto deixou escapar uma risada leve.

Harry tentou argumentar, mas suas palavras foram abafadas por um alto e prolongado arroto dado pelo filho de Dursley, Duda.

— Quero mais bacon.

— Tem mais na frigideira, fofinho — disse Tia Petúnia, voltando os olhos úmidos para o filho maciço. — Precisamos alimentá-lo bem enquanto temos oportunidade... não gosto do jeito daquela comida da escola...

— Bobagem, Petúnia, nunca passei fome quando estive em Smeltings — disse tio Válter animado. — Duda come bastante, não come, filho?

— Oh se come — murmurou Haley ainda entediada. Fazendo Tio Válter ficar mais vermelho de raiva.

Duda, que era tão gordo que a bunda sobrava para os lados da cadeira da cozinha, sorriu e virou-se para Harry.

— Passe a frigideira.

— Você esqueceu a palavra mágica — disse Harry irritado.

— Harry! — exclamou Haley, achando o garoto extremamente idiota.

O efeito desta simples frase no resto da família foi inacreditável. Duda ofegou e caiu da cadeira com um baque que sacudiu a cozinha inteira; a Sra. Dursley soltou um gritinho e levou as mãos à boca; o Sr. Dursley levantou-se com um salto, as veias latejando nas têmporas.

— Eu quis dizer “por favor”! — explicou Harry depressa. — Não quis dizer...

— Meu deus… — resmungou Haley, já se preparando para os gritos.

— QUE FOI QUE JÁ LHE DISSE — trovejou o tio, borrifando saliva pela mesa. — COM RELAÇÃO A DIZER ESSA PALAVRA COM “M” NA NOSSA CASA?

— Mas eu...

— COMO SE ATREVE A AMEAÇAR DUDA! — berrou tio Válter, dando um soco na mesa.

“Que exagerado”

— Eu só…

— EU O AVISEI! NÃO VOU TOLERAR A MENÇÃO DA SUA ANORMALIDADE DEBAIXO DO MEU TETO!

Haley olhava para o rosto pálido da tia, que tentava pôr Duda de pé.

— Está bem — disse Harry. — Está bem...

O Tio Válter se sentou, respirando como um rinoceronte sem fôlego e observando Harry com atenção pelos cantos dos olhinhos penetrantes.

Desde que Haley e Harry voltaram para passar as férias de verão em casa, Tio Válter os tratavam como uma bomba que fosse explodir a qualquer momento, porque eles não eram garotos normais.

𝚃𝙷𝙴 𝙿𝙾𝚃𝚃𝙴𝚁, 𝙷𝙰𝚁𝚁𝚈 𝙿𝙾𝚃𝚃𝙴𝚁 [1]Onde histórias criam vida. Descubra agora