008. Os Lábios de Vênus

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Chrissy Cunningham lembrava-se de ter beijado antes de Jason... No entanto, havia sido na sétima série, num jogo de garrafas no porão da casa de Brenda Hamlton. Ela se lembrava que o nome do garoto era Fred, mas não se lembrava de muito mais... Algum tempo depois, ela começou a namorar Jason, no ano seguinte, na oitava série e depois disso... Nunca na vida, ela havia beijado outra pessoa durante seu relacionamento com Jason Carver. E muito menos havia se visto tão presa aos braços de outra pessoa.

Chrissy sentiu Eddie gira-los de posição, fazendo-a ficar entre ele e uma pilastra não muito distante de onde estiveram conversando. Pressionando-a de uma forma que o fizesse ter certeza de que a garota não desapareceria.

E ela não sabia se estava alta pela pouca cerveja que havia tomado, pela raiva ou apenas por querer beijá-lo. Mas só parecia certo. Diabolicamente certo.

Chrissy sentiu seus dedos trêmulos tracejarem caminhos por sobre a jaqueta do rapaz, subindo até sua nuca, a deixando na ponta dos pés, para que alcançasse ele de forma certa.

Eddie Munson, no entanto, a segurava de forma voraz. Ele queria tanto aquilo... Desde o dia em que estiveram conversando pela primeira vez, na clareira atrás do campo de futebol. Ele queria beijá-la e dizer que tudo ficaria bem. Mas ele não era idiota, no fim. Havia muito mais para se resolver além daquele beijo. E, aquele beijo, era apenas mais uma parte dos seus problemas.

Não que não fosse satisfatório olhar para a cara de Jason Carver e lembrar dele pressionando a namorada do babaca contra a parede e beijando-a, fazendo ela soltar um pequeno suspiro quando os corpos se grudaram e uma mão subiu em sua cintura, levantando um pouco do vestido preto que ela usava.

Eddie se sentiu quase vencedor. Mas não queria tratar aquilo como um jogo. Beijar Chrissy havia sido suave, havia sido bom. Era como beijar os lábios de Vênus. O erotismo, a delicadeza, a ternura e os sentimentos profundos que ali habitavam.

Quando eles se soltaram, como se uma onda de choque tivesse passado por eles, suas testas coladas, dividiam a mesma respiração. Eddie Munson só conseguiu pensar em como queria levá-la para sua van e levá-la para a sua casa. Fazê-la esquecer dos problemas enquanto a deitava em seus travesseiros.

— Eddie... — ela sussurrou e escutar aquilo parecia a coisa mais erótica que ele havia escutado em anos. E lá estava o sentimento de desejo de escutá-la gemer seu nome. Um lado perverso dele se perguntava se ela deveria ser contida e educada na cama como costumava ser com todos ao redor.

— Venha para casa comigo, Chrissy Cunningham — ele sussurrou, seus olhos fechados, sua testa pressionada contra a dela. Ele sentiu Chrissy sorrir com o pedido, abrindo seus olhos em seguida para observar aquele oceano azul que eram seus olhos. Os belos dentes tortos da garota, os olhos azuis e pele pálida. Ele queria levá-la para a sua casa e esquecer todo o resto.

— Eu não posso, Eddie... — ela sussurrou, ainda com sua testa colada ao do rapaz.

— Por que não, Cunningham? — ele suplicou.

— Eu tenho Jason e você tem Brenda completamente excitada para ir para a casa com você esta noite.

Eddie então sorriu, parecendo arrogante.

— Brenda é realmente linda — admitiu ele, e aquilo foi como um soco no estomago da garota. — Mas não é nela que penso quando fecho os olhos ou vou dormir, há semanas. Não foi ela que eu observei dormir durante uma noite inteira, preocupado, ou querendo matar qualquer filho da puta que chegasse perto dela. Ela não causa a metade das sensações que eu tenho ao redor de você, Cunningham.

Os Lábios de Vênus (Eddie & Chrissy)Onde histórias criam vida. Descubra agora